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Ano 2 - N° 57 - 25 de Maio de 2008

KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres (Inglaterra)
 

Vanessa Santos:

“O Espiritismo é para mim uma filosofia de vida”

Mineira de Belo Horizonte, Vanessa Santos fala sobre o
movimento espírita na Nova Zelândia e diz o que
pensa sobre diversas questões da atualidade,
como o aborto, a eutanásia e a violência

Nossa revista chegou até a Oceania e traz aos seus  leitores uma entrevista com a confreira Vanessa Santos. Radicada em  Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia, ela nos fala sobre os progressos obtidos pelo Movimento Espírita naquele país. Trabalhadora ativa, desde a  formação  do Allan Kardec Spiritist Group of New Zeland, há 3 anos, Vanessa expõe seu ponto de vista sobre questões que merecem reflexão e diz, convicta sobre a importância que a Doutrina Espírita tem em sua vida: “Para mim, o Espiritismo é uma ferramenta para o meu crescimento, é uma filosofia de vida. Adotei-o para minha vida, porque ele me mostra o mundo com olhos mais apurados... Claro que, assim como a maioria, temos muito que caminhar e aprender, mas ao menos tenho consciência disso”.


O Consolador: Vanessa, onde você nasceu?

Em  Belo Horizonte, Minas Gerais.

O Consolador: Que motivo a levou a mudar-se para Auckland (Nova Zelândia)?

Mudei-me para a Nova Zelândia há 4 anos para melhorar meu inglês e conheci meu marido no meu primeiro mês. Ainda estou aqui...

O Consolador: Qual a sua formação escolar?

Formei-me em Comunicação Social – Jornalismo em 1998. 

O Consolador: Quando você teve seu primeiro contacto com o Espiritismo?

Tive uma chefe em 1995, na empresa em que eu trabalhava, que era espírita e me emprestou alguns livros. Depois ela me ajudou a localizar uma casa espírita perto de minha residência. Comecei a freqüentar as Casas André Luiz na zona norte de São Paulo, onde estudei a Doutrina por seis anos antes de vir para cá.

O Consolador: Houve algum fato ou circunstância especial que haja propiciado esse contacto?

Um fato especial, não... Eu sempre me interessei por religião e por espiritualidade, embora tenha crescido no catolicismo.

O Consolador: Ante sua adesão ao Espiritismo, qual foi a reação de sua família?

Minha mãe quis saber o que era, mas não foi contra. Hoje em dia toda a minha família realiza o Evangelho no Lar e eu nem moro mais no Brasil. 

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião -  qual o que mais a atrai?

Todos me atraem, mas o cientifico ainda tenho que estudar muito, porque tenho ainda dúvidas. O filosófico tenho que praticar diariamente, então é a parte do desafio e do crescimento pessoal. Já o religioso me deixa mais confortável, especialmente com o fato de ter certeza de que há vida após a morte. 

O Consolador: Que autores espíritas mais lhe agradam? 

Adoro André Luiz, Emmanuel e Joanna de Ângelis. 

O Consolador: Dos livros espíritas que você leu, quais considera indispensáveis ao confrade iniciante?

Acredito que os livros de Allan Kardec, André Luiz, Joanna de Ângelis e Emmanuel oferecem informações necessárias para um estudo aprofundado. Difícil escolher um, mas começando pelo Livro dos Espíritos e pelo Evangelho as questões principais serão esclarecidas. 

O Consolador: Se fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito à atividade espírita, que livros pertinentes à doutrina você levaria?  

Certamente, os livros de Allan Kardec e de André Luiz. 

O Consolador: Para você o Espiritismo é uma religião?   

Sim, mas sem ritos e formalidades. A religião está ligada à moral humana e ao crescimento pessoal, que é o mais importante para nos espíritas.  

O Consolador: Você já leu a obra de J. B. Roustaing?

Não tive a oportunidade de ler, mas sei que Roustaing contradiz muitas das explicações de Kardec, principalmente no que diz respeito à vida do Cristo e que por essa razão existe a possibilidade de ser tirada da lista de livros recomendados pela FEB. 

O Consolador: Você tem tido contato com o movimento espírita brasileiro?

Não, já que estou morando fora do país há quatro anos.

 

O Consolador: Quando e como se originou o Movimento Espírita na Nova Zelândia?

Nosso grupo existe há três anos e começou com o Evangelho no Lar na casa de um amigo que estava de passagem pelo país. As raízes se firmaram e já tivemos duas visitas do Divaldo Pereira Franco. Ainda não temos sede própria, alugamos uma sala, por duas horas semanais, num centro comunitário. Uma das colaboradoras cuida dos livros da biblioteca. Temos mais de 100 diferentes títulos em português e inglês, sendo a maioria deles doações. Ela leva exemplares diferentes todas as semanas, e assim as pessoas têm acesso às obras e tomam emprestadas aquelas que lhes interessem.

No mês de março demos início ao Clube do Livro, reuniões bimestrais, em formato de mesa redonda, tendo como primeiro tema “Nosso Lar”, de André Luiz. A idéia principal é motivar todos à leitura de obras básicas. Esses encontros acontecem no último domingo de cada mês, na casa de algum colaborador do Grupo. Nos meses intercalados, vamos iniciar um projeto piloto - Novos Palestrantes. Temos apenas um voluntário até o momento, que vai começar no final desse mês com o tema Suicídio. Além disso, devemos iniciar em breve os estudos sobre mediunidade, já que no momento nossa base ainda é toda de estudos.

Temos crescido gradualmente e o grupo esta cada vez maior e mais fortalecido, o que nos alegra muito. Outra meta ainda para este primeiro semestre é que tenhamos nosso estatuto estabelecido, assim como nosso registro como entidade não-governamental, com base nas leis do país. 

O Consolador: Que funções você já desempenhou no Movimento Espírita?

Passista, secretária e, aqui na Nova Zelândia, quase tudo. O país é pequeno e temos que nos organizar conforme a situação. Ano passado, por exemplo, todo o grupo esteve envolvido em organização de eventos visando a pagar custos para a segunda vinda do Divaldo Franco, que aconteceu em setembro 2007.

O Consolador: Quem dirige a Casa Espírita em que você atua?

Ainda não tivemos uma eleição e estamos trabalhando para concluir nosso estatuto e registro para sermos uma organização não-governamental. Ainda não temos cargos preestabelecidos, mas estamos trabalhando nessa finalidade.

O Consolador: Você é favorável, na questão dos passes magnéticos, à simples imposição de mãos ou ao passe com movimentos?

Eu acredito que apenas a imposição das mãos seja o suficiente, até porque como se explica que o passista também recebe o efeito do passe quando impõe suas mãos para outros?  

O Consolador: Na Casa Espírita em que você trabalha, como é aplicado o passe?

Na Nova Zelândia, por recomendação de Divaldo Franco, fazemos o passe coletivo e com a imposição das mãos, sem movimentos. 

O Consolador: Como você a discussão em torno do aborto?

Pessoalmente sou contra o aborto, tendo como base de que é ele um crime contra a vida. Sabemos que o aborto interrompe o processo da vinda de um Espírito ao plano material para evolução e o resgate de vidas passadas. Assim, mesmo nos casos de estupro, o que deve ser traumático, acho que o aborto não deve ser realizado, porque não sabemos a ligação do espírito com a vitima e o estuprador.

O Consolador: A eutanásia é uma prática que não tem o apoio da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Surgiu agora a idéia da ortotanásia, defendida até por médicos espíritas. Qual a sua opinião?

Tanto a eutanásia quando a ortotanásia são crimes contra a vida e sou contra. O espírito sofredor, tanto o do doente quanto dos familiares envolvidos, não percebem que o fato de matarem ou autorizarem o fim da vida de outrem está diretamente ligado ao próprio egoísmo e à negação da provação. Todos teremos nossas dores no decorrer da vida e isso pode ser relacionado  a uma prova ou a uma expiação do que fizemos anteriormente. Se fizemos mal em vidas passadas e escolhemos reencarnar com doenças graves que nos deixem internados ou numa cama por boa parte de nossas vidas, isso será parte do nosso processo evolutivo ou das pessoas ligadas a nós, e não podemos negar. A negação disso pode agravar as próximas encarnações e podemos reencarnar em estados físico ou mental ainda piores.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o mundo e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?

Acredito que a base de tudo ainda é educação e a estrutura familiar. O círculo tem girado contra o beneficio das famílias em geral. Jovens e crianças empregados desde pouca idade e o desinteresse pelo estudo acaba acontecendo naturalmente, já que a necessidade de ter o dinheiro dentro de casa é mais relevante. Tudo isso gera violência, tanto psicológica quanto material. A diferença de classes está cada vez maior e mais visível. Tudo isso gera violência, já que, por falta de oportunidade no mercado “normal” de trabalho, o cidadão acaba buscando alternativas no crime. 

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no mundo?

Pensar  globalmente; acredito que o preconceito precisa ser combatido. Existem todos os tipos de preconceito espalhados pelo mundo: contra pobres, mulheres, negros, asiáticos, nordestinos, enfim. Se o ser humano começar a praticar a máxima de Cristo, amando ao próximo como a si mesmo, as diferenças exteriores deixarão de existir... É uma longa caminhada, ainda temos muito que evoluir, mas acredito que o caminho comece aí. 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita