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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 57 - 25 de Maio de 2008

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas Gerais (Brasil)


Finalidade da encarnação

 
Uma das questões que mais têm intrigado as pessoas que pensam é exatamente a que constitui o tema de nossa conversa de hoje. De fato os homens sempre  se perguntaram:

– O que estamos fazendo aqui?

– Qual o objetivo da existência humana?

– Até quando teremos que passar por esse fatigante processo?

As respostas têm sido as mais desencontradas. Filósofos ensaiaram explicações. As religiões nos acenam com outras. Os materialistas supõem que somos um capricho da Natureza, agrupando células, e em torno delas desenvolvendo a vida.

Uns acham que estamos aqui para sofrer. Até já se definiu o planeta em que vivemos como “um vale de lágrimas” onde a felicidade é impossível. Os que assim pensam só nos acenam com o sofrimento e o fracasso.

A gente percebe que, embora semelhantes, somos profundamente diferentes.  A forma geral – o desenho físico – é a mesma para todos, mas o conteúdo é profundamente diferente. Níveis de percepção diferentes, gostos diferentes, habilidades diferentes, tendências, reações, comportamentos diferentes.

Por que somos assim? Será que fomos feitos assim? Deus fez para cada um de nós, uma forma diferente? Ou a Natureza (para aqueles que não crêem em Deus) fez cada um de nós,  diferentes  um do outro?

Por que uns são tão mais esclarecidos que outros?  Mais sábios, mais belos,  mais amados, mais simpáticos, mais habilidosos. Por que há ídolos que a unanimidade cultua? Por que há títeres, déspotas, governantes tão arrogantes? Por que há Hitler e Francisco de Assis? Lucrécia Bórgia e Joana D`Arc?

A ciência nos diz que o Universo é resultado de uma lei a que todos nós estamos subordinados: a lei da evolução. Nossa meta é a perfeição. Perfeição possível, a que estão destinados todos os seres humanos. Um dia todos nós seremos perfeitos.

Quando será esse dia, ninguém sabe. Só depende de nós apressar sua vinda ou adiá-la no tempo.

Ao que nos foi dado saber, esse trajeto e essa caminhada devem ser feitos através da matéria, da carne, das encarnações.

Precisamos lembrar que, em 1865, surgiu uma volumosa obra, dita mediúnica, que nos trouxe uma estranha idéia sobre isso. Precisamos relembrar para que não reste nenhuma dúvida entre nós. Inclusive porque há vários companheiros que aceitam e divulgam essa idéia. Essa obra contraria frontalmente a Doutrina dos Espíritos ao afirmar que a evolução dos Espíritos se faria, normalmente, enquanto Espíritos, sem a necessidade de passar pela experiência da carne. Jesus, segundo essa teoria, teria alcançado sua evolução em linha reta, sem nunca ter precisado encarnar-se e, conseqüentemente, reencarnar-se. E mais: que o que leva o Espírito às agruras da encarnação é a sua queda pelo pecado. A encarnação, nessa hipótese, não seria uma necessidade, mas um castigo para quem tivesse cometido, como Espírito, o pecado do orgulho, da inveja ou do ateísmo. Esses três pecados, e só esses, levariam ao castigo da encarnação. Depois, sim, pelos erros cometidos na carne, viria a exigência das reencarnações.

Esse pensamento não foi acolhido por Kardec, para quem, conforme afirmaram os Espíritos que o ajudaram na consolidação da doutrina, a encarnação não é um castigo e sim uma necessidade da evolução.

Algumas pessoas costumam indagar:  Não nos poderia Deus ter feito perfeitos já de uma vez, poupando-nos das encarnações? Teria evitado essa série de dificuldades por que temos de passar quando mergulhamos na matéria... Essas  amolações todas que envolvem nossa passagem por aqui... 

É claro que Deus poderia ter-nos feito perfeitos. Ele pode tudo. Mas por que não fez? Só perguntando a Ele ou esperar que o tempo, talvez, nos permita entender.

Kardec foi direto à questão: – Afinal, qual é o objetivo da encarnação? (Questão 132, de O Livro dos Espíritos.)

– Os objetivos são dois – responderam os Espíritos: (a) encaminhar o Espírito na jornada da evolução e (b) colocá-lo em condições de realizar a parte que lhe cabe na obra da criação.

Ou seja: ao mesmo tempo em que Deus nos põe na Terra em contato com a matéria para, através dela, atingirmos a perfeição a que estamos destinados, fez de nós co-autores de sua obra. O planeta que Deus nos entregou para nele vivermos nossa experiência na carne não estava pronto, acabado. Como ainda não está. Essas subversões que periodicamente nos visitam são necessárias à acomodação das coisas e ao equilíbrio das forças que o governam.

Nossa participação no processo de aperfeiçoamento da Terra é fundamental. Hoje a Terra é um jardim, muito diferente daquela bola de fogo que nos foi entregue para as nossas primeiras experiências. Os pântanos, os desertos, os lugares insalubres e sombrios, ao pouco, pela ação do trabalho humano, foram se transformando e a Terra hoje é um planeta saudável, belo, harmonioso, quase pronto. Há ainda coisas a fazer; desertos a reflorestar, áreas a colorir. Mas o grande modelo está quase completo.

É fácil perceber a nossa participação  na obra do Criador.  Deus deu-nos a pedra e nós a transformamos em máquina. Deu-nos o trigo e nós fizemos a farinha e o pão. Escondeu o petróleo e nós fomos buscá-lo no fundo do poço para construirmos as coisas de que nós precisamos. Deu-nos a cana e fizemos o açúcar. Mas como somos travessos, da cana também fizemos o álcool e a cachaça. Deu-nos a uva e nós fizemos o vinho. Deu-nos a árvore e nós criamos o papel, a roupa, o caderno e os livros que guardam o que aprendemos para repassá-los aos que vierem depois. Da árvore também fizemos o abrigo. Deu-nos a alegria e nós construímos os sonhos.

São dois, pois, os objetivos principais da encarnação: acelerar o nosso crescimento e trabalhar no aperfeiçoamento da grande obra de Deus. Há, porém, outros objetivos a alcançar. Objetivos paralelos. Importantíssimos, como tudo que nos vem da parte do Senhor:

Passarmos pelas provas que escolhemos para vencer fraquezas que ainda nos dominam (provação);

Corrigirmos, pela cirurgia da dor, as lesões que causamos em nós mesmos, por indisciplina, por imprudência ou por teimosia (expiação);

Enriquecermo-nos com os dons que a traça não rói, o ladrão não rouba e a ferrugem não consome, única riqueza que nos acompanha para onde formos, porque essa, sim, é patrimônio que se incorpora, definitivamente, à nossa alma;

Substituirmos pelo afeto de hoje a mágoa que, por descuido, implantamos, ontem, no coração das pessoas a quem ferimos ou humilhamos (reparação).
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita