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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 56 - 18 de Maio de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Obreiros da Vida Eterna

(Parte 12)

André Luiz

Damos continuidade ao estudo da obra Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1946 pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Alguns beneficiados da missão cumprida por Dimas desejavam visitá-lo e testemunhar-lhe sua gratidão, mas Jerônimo vetou tal idéia. Por quê?

R.: O Assistente explicou que, se Dimas estivesse plenamente senhor das emoções, não haveria nenhum problema. Mas ele permanecia sob agitações psíquicas muito fortes. Sabia do seu fim próximo, mas não podia esquivar-se, de súbito, às algemas domésticas. Temia o futuro dos seus, conservava-se em total descontrole dos nervos e enlaçava-se nas emissões de inquietude da esposa e dos filhos. Por isso, a manifestação de carinho, merecida e justa, deveria ficar para o dia em que Dimas se deslocasse da Casa Transitória de Fabiano para as regiões mais altas. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 13, pp. 203 a 209.)

B. Como Jerônimo procedeu para a liberação da alma de Dimas e seu desprendimento do corpo físico?

R.: Primeiramente, Jerônimo insensibilizou inteiramente o vago, para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, com passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras inibidoras no cérebro. Em seguida, começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças físicas. Com passes concentrados sobre o tórax, Jerônimo relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Mais tarde, após ligeiro descanso, Jerônimo voltou a intervir no cérebro. Era a última etapa do processo. Concentrando todo o seu po­tencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que André não pôde perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana. (Livro citado, cap. 13, pp. 209 a 212.)

C. Segundo as informações prestadas por Fabriciano, para quais médiuns os mentores espirituais estabelecem projetos concretos de cooperação?

R.: A mediunidade é título de serviço como qualquer outro, mas há pessoas que pugnam pela obtenção de títulos, sem estimar as obrigações que lhes correspondem. É por isso que não se estabelecem conjuntos de cooperação para todos os médiuns, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. (Livro citado, cap. 14, pp. 213 a 215.)  

Texto para leitura

80. Preparativos da desencarnação de Dimas - O decesso de Dimas fora marcado para aquele dia. Uma entidade amiga perguntou a Jerônimo se era possível reunir ali alguns beneficiados da missão cumprida pelo moribundo, que lhe desejavam testemunhar carinhoso apreço, mas o Assistente lhe fez ver a inoportunidade da idéia. Se Dimas estivesse plenamente senhor das emoções, não haveria nenhum problema, disse Jerônimo. Ele, contudo, permanecia sob agitações psíquicas muito fortes. Sabia do seu fim próximo, mas não podia esquivar-se, de súbito, às algemas domésticas. Temia o futuro dos seus, conservava-se em total descontrole dos nervos e enlaçava-se nas emissões de inquietude da esposa e dos filhos. Por isso, a manifestação de carinho, merecida e justa, deveria ficar para o dia em que Dimas se deslocasse da Casa Transitória de Fabiano para as regiões mais altas. O transe era melindroso. A esposa do médium, ao lado dele, chorava muito, emitindo forças de retenção que prendiam o moribundo em vasto emaranhado de fios cinzentos, dando a impressão de peixe encarcerado em rede caprichosa. A pobre esposa seria o primeiro empecilho a remover. Seria improvisada temporária melhora do agonizante, a fim de sossegar-lhe a mente aflita. Somente assim seria possível retirá-lo sem maior impedimento. "As correntes de força, exteriorizadas por ela, infundem vida aparente aos centros de energia vital, já em adiantado processo de desintegração", esclareceu Jerônimo. Luciana e Hipólito se mantiveram ao lado da esposa, modificando-lhe as vibrações mentais. André ajudava-os nesse trabalho, e Jerônimo, enquanto mantinha as mãos coladas ao cérebro de Dimas, aplicava-lhe passes longitudinais, propiciando-lhe a renovação das forças gerais e desfazendo os fios magnéticos que se entrecruzavam sobre o corpo abatido. As condições orgânicas do enfermo eram péssimas. O fígado, completamente desorganizado, começava a paralisar suas funções. O estômago, o pâncreas e o duodeno apresentavam anomalias estranhas. Os rins pareciam praticamente mortos. Sintomas de gangrena pesavam em toda a atmosfera orgânica. O coração trabalhava com dificuldade. Era preciso fornecer-lhe melhoras fictícias, para tranqüilizar os parentes aflitos, asseverou Jerônimo. "A câmara está repleta de substâncias mentais torturantes", acrescentou. O Assistente principiou, então, a exercer intensivamente sua influência, ao passo que Dimas, de raciocínio obnubilado pela dor, não percebia a presença das entidades amigas. O coma impedia-lhe percepções claras. As proveitosas faculdades mediúnicas que ele possuía haviam caído em temporário eclipse. (Cap. 13, pp. 203 a 205)

81. A desencarnação de Dimas  - Como já foi visto, Dimas não divisava a presença dos Espíritos em seu quarto, mas era extremamente sensível à atuação magnética. Com a ajuda de Jerônimo, ele acalmou-se, respirou em ritmo quase normal, abriu os olhos fundos e exclamou, reconfortado: – "Graças a Deus! Louvado seja Deus!" A companheira de Dimas denotava sinais de angustioso cansaço e lágrimas espessas corriam-lhe dos olhos congestionados. Dimas, inspirado por Jerônimo, pediu-lhe que descan­sasse. Em vista das melhoras obtidas, houve expansão de júbilo na casa. Radiante, o médico asseverou que os prognósticos contrariavam disposições anteriores. Dimas, segundo ele notou, acusava melhoras surpreendentes e era razoável, pois, que o quarto fosse deixado em si­lêncio para que tivesse um sono reparador. Além disso, o clínico sus­pendeu os anestésicos. Cedendo ao pedido do marido e influenciada por Hipólito e Luciana, a esposa recolheu-se ao quarto. Todos, sem o sabe­rem, atendiam ao desejo dos benfeitores espirituais. Em breves minu­tos, o compartimento ficou solitário, facilitando-lhes o serviço. Lu­ciana e Hipólito, após tecerem uma rede fluídica de defesa em torno do leito, para que as vibrações mentais inferiores fossem absorvidas, fi­caram em prece ao lado; André mantinha a destra sobre o plexo solar do moribundo. Jerônimo avisou então que seriam iniciadas as operações de­cisivas para o desenlace, mas antes daria ao enfermo a oportunidade da oração derradeira. Tocando-o, demoradamente, na parte posterior do cé­rebro, o Assistente fez com que o agonizante passasse a emitir pensa­mentos luminosos e belos. Dimas nada via, nem ouvia, mas tinha a intuição clara e ativa. Sob o controle de Jerônimo, sentiu imperioso de­sejo de orar, o que fez sem palavras, apenas mentalmente. Na oração, dirigida a Jesus, ele recordou os mais de doze meses de sofrimento carnal incessante e, a certa altura, lembrou-se dos anos de sua meni­nice e de sua querida mãe. Foi então que, vislumbrando em sua mente o vulto sublime de Maria de Nazaré, implorou-lhe permitisse tivesse a seu lado a sua querida mãe terrena no minuto final, no instante da partida... (Cap. 13, pp. 206 a 209)

82. As três regiões orgânicas fundamentais - A rogativa de Dimas teve resultado imediato. O coração do moribundo convertera-se em foco ra­dioso, e a porta de acesso deu entrada a venerável anciã, coroada de luz semelhante a neve luminosa. Ela se aproximou de Jerônimo e infor­mou, após saudar o grupo: – "Sou a mãe dele..." A venerável senhora sentou-se no leito, depondo a cabeça do enfermo no regaço acolhedor, enquanto a afagava com suas mãos cariciosas. Com esse reforço valioso, Luciana e Hipólito foram liberados pelo Assistente para velar pelo sono da esposa, a fim de que suas emissões mentais não prejudicassem o esforço dos benfeitores. André postou-se vigilante, com as mãos cola­das à fronte do enfermo. Jerônimo procedeu ao serviço complexo e si­lencioso de magnetização. Primeiramente, insensibilizou inteiramente o vago ([1]), para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, com passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras inibidoras no cérebro. Explicou então que "há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, mais im­portante por excelência, situado no cérebro". Em seguida, começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças fí­sicas. André notou então, com espanto, que certa porção de substância leitosa extravasava do umbigo, pairando em torno. Esticaram-se os mem­bros inferiores, com sintomas de resfriamento. Dimas gemeu em voz alta, semi-inconsciente. Amigos acorreram, assustados. Sacos de água quente foram-lhe postos nos pés. Era preciso agir rápido: com passes concentrados sobre o tórax, Jerônimo relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Nova cota de substância desprendia-se do corpo, do epigástrio à gar­ganta, mas os músculos trabalhavam fortemente contra a partida da alma, opondo-se à libertação das forças motrizes, em esforço desespe­rado, o que ocasionava angustiosa aflição ao paciente. O campo físico oferecia resistência aos Espíritos, insistindo pela retenção do senhor espiritual. (Cap. 13, pp. 209 a 211)

83. Um cordão prateado liga a alma ao corpo - Dimas entrou em coma, em boas condições. Jerônimo, após ligeiro descanso, voltou a intervir no cérebro. Era a última etapa do processo. Concentrando todo o seu po­tencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que André não pôde perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada. Era difícil fixá-la com rigor. As forças eram dotadas de movimento plasticizante. "A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça, em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação, constituindo-se, após ela, todo o corpo perispiritual de Dimas, membro a membro, traço a traço", informou André Luiz. À medida, porém, que o novo organismo ressurgia, a luz violeta-dourada, fulgurante no cérebro, empalidecia gradual­mente, até desaparecer. Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa, abandonado, e o cérebro de matéria rarefeita do organismo li­berto. A genitora abandonou o corpo grosseiro, rapidamente, e recolheu a nova forma, envolvendo-a em túnica muito branca, que trazia consigo. Aos olhos terrenos, Dimas morrera, inteiramente. Mas o cordão fluídico permaneceria até o dia imediato, considerando as necessidades do fale­cido, ainda imperfeitamente preparado para desenlace mais rápido. Ao saírem, os benfeitores espirituais deixaram Dimas aos cuidados de sua mãe. Ele partiria para a Casa Transitória de Fabiano apenas no dia se­guinte, quando seria cortado o fio derradeiro que o ligava aos despo­jos. A partida ocorreria após o enterro dos envoltórios pesados, a que ele ainda se unia pelos últimos resíduos. (Cap. 13, pp. 211 e 212)

84. Comissão espiritual visita Dimas - Devidamente autorizado por Jerô­nimo, André voltou sozinho, em plena noite, à casa de Dimas, onde se processava o velório. A casa enchera-se de amigos e simpatizantes dos dois planos. Não havia serviços de defesa e o trânsito era livre. Em determinado compartimento, ainda ligado às vísceras inertes pelo cordão fluídico-prateado, Dimas permanecia no regaço da genitora, ao pé de dois amigos que o assistiam, cuidadosos. Um deles, de nome Fabri­ciano, acolheu André, prestativo. Integrava a comissão espiritual de serviço que vinha atendendo aos necessitados, por intermédio de Dimas, nos últimos seis anos. O médium fora sempre assíduo em suas obrigações, sempre leal e bom companheiro, informou Fabriciano. A conversação girou então em torno do serviço da mediunidade na Terra. Fabri­ciano asseverou que a mediunidade é título de serviço como qualquer outro, mas há pessoas que pugnam pela obtenção de títulos, sem estimar as obrigações que lhes correspondem. "Gostariam, por certo, do inter­câmbio com o nosso plano – acentuou Fabriciano – mas não cogitam de finalidades e responsabilidades". É por isso – disse ele – que não se estabelecem conjuntos de cooperação para todos os médiuns, mas ape­nas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. Existem mui­tos aprendizes que desejam o caminho bem aplainado, exigindo a convi­vência exclusiva dos Espíritos genuinamente bondosos, contudo, à pri­meira dificuldade, abandonam os compromissos assumidos. "A aquisição da fortaleza moral não prescinde das provas arriscadas e angustiosas", completou Fabriciano. Assim, para semelhantes médiuns, é extremamente difícil a formação de equipes espirituais eficientes, porquanto não se sabe quando estão dispostos a servir. "Se recebem faculdades intuiti­vas, pedem a incorporação; se contam com a vidência, querem a possibi­lidade de exteriorizar fluidos vitais para os fenômenos de materialização", acrescentou o companheiro espiritual. (Cap. 14, pp. 213 a 215) (Continua no próximo número.)  


[1] Nervo vago ou pneumogástrico, diz-se do nervo de natureza mista (sensitivo-motor), o décimo dos chamados cranianos, que inerva órgãos do pescoço, do tórax e do abdome.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita