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Especial

Ano 2 - N° 56 - 18 de Maio de 2008

ALÍRIO DE CERQUEIRA FILHO
acerqueira@plenitude.com.br
Cuiabá, Mato Grosso (Brasil)

Análise da obra mediúnica de Wanderley S. de Oliveira atribuída ao suposto Espírito Ermance Dufaux e outros


(2ª Parte)

Vejamos os textos:

Reforma Íntima sem martírio, cap. 16 “Lições Preciosas com Dr. Inácio”:

“Já um tanto mais refeito, aproximamos daquele coração sofrido, que se dirigiu ao Dr. Inácio:

- Doutor, não vou agüentar, não vou agüentar isso. Esse tratamento não é para mim.

- Se acalme, Euzébio, para não perder a ajuda dessa hora.

- Desse jeito vou enlouquecer!

Wanderley S. de Oliveira

 
- Você está no lugar certo então, porque aqui somos todos mais ou menos loucos – como de costume, nosso diretor era pura jocosidade elevada, mesmo nos instantes mais sérios.

- Preciso de pelo menos uma “encostadinha”; o senhor não vai poder fazer isso por mim? E para onde foi levado o Júlio? Por que esse arrancão de uma só vez? Nós nos dávamos tão certo!

- Meu amigo, não poderei lhe dar todas as informações que você quer saber. Quanto à “encostadinha”, poderei providenciar, mas dependendo da sua recuperação.

- O senhor fala sério?

- E alguma vez eu falei algo brincando? – novamente com o sorriso de deboche, Dr. Inácio olhou para mim e deu uma piscadela de puro humor.

(A “encostadinha” a que se refere o espírito é na pessoa que ele obsidiava. Vejamos em que nível prossegue o diálogo.)

.... – Sim, aqui nada acontece sem autorização, ou você acha que vai poder continuar suas obsessões como bem quer? Se for assim tenho que lhe dar alta, porque o que não falta na Terra é gente querendo ser obsidiado...

(Percebamos que o diálogo acontece entre um suposto médico psiquiatra desencarnado e seu paciente.)

(...) Veja só, Ermance. Ainda há quem pense nos centros espíritas que nós podemos fazer tudo por aqui no mundo das almas. Com essa tese absurda, muitos trabalhadores e grupos inteiros têm se afastado da mediunidade socorrista, alegando que o “plano espiritual pode atender a tudo sem participação humana!”

(...) - Não seria de enviarmos algo por escrito a nossos irmãos na Terra?

- Se você quiser “abrir o véu”... Eu de minha parte tenho levado as informações que posso, todavia, já vejo um monte de “lenha armada” entre os puristas da Doutrina para assar o médium e o espírito. Já há quem diga no plano físico, depois das obras que enviei, que Dr. Inácio não ficou louco quando no sanatório de Uberaba, mas sua loucura surgiu depois de morto...

- Que nada, doutor. É que tudo tem sua hora.

(Aqui o espírito faz referências a obras psicografadas  por Carlos Baccelli, "Sob as cinzas do tempo", "Do outro lado do espelho", "Na próxima dimensão”, que são verdadeiros atentados ao bom-senso.)

(...) - A psicofonia então é uma mediunidade muito necessária, será isso?

- Não é psicofonia, é incorporação mesmo, e não se assuste de dizer. Como falam os umbandistas, sem nenhum exagero, os médiuns nessa circunstância se tornam “cavalos”..

Lírios da Esperança (cap. 3) “Medidas Impostergáveis”:

(...) Após o termino da inspirada explanação, Dona Modesta convidou o Professor Cícero e o Doutor Inácio ao seu gabinete particular, a fim de se organizarem.

- Inácio, creio que acabamos de obter endosso a velhos anseios! – abriu o diálogo Dona Modesta.

- Modesta, você sabe, há quanto tempo, espero para levar ao plano físico um noticiário franco e destemido sobre a situação dos espíritas nesta casa. Adoraria assustar um bocado de gente...

(Os erros gramaticais são do original, aliás há muito tempo não líamos livros com tantos erros gramaticais como esses. Existem erros de pontuação, ortográficos, de sintaxe, concordância, dentre outros. Parece que os autores desconhecem a língua que usam e os médiuns não têm o trabalho de proceder a uma revisão.)

- Continuo intrigado sobre como escalar essa montanha de condicionamento sem “dinamitar”.

- Sim Inácio, sua assertiva não deixa de ter fundamento – aclarou Dona Modesta -, desde que apliquemos farta dose de lógica e instrução moral, junto às novidades contundentes que detonam os paradigmas.

(...) - Pode ser! Ainda assim o momento pede um “susto” – insistiu o doutor.

(...) - Lá vem o cabeça dura!...- descontraiu Dona Modesta.

- Você já sabe, Modesta...

- Claro que sim! Você adoraria dar notícias sobre os infernos.

- Que sabem os espíritas sobre os dragões, as sete organizações do mal, a origem de Lúcifer, a influência das falanges perversas na raiz do mal?... Que noções possuem sobre a antropologia da maldade organizada no planeta? Será que já ouviram sobre as “escórias”, o “vampirismo assistido” e os “vibriões”? Quem revelou algo sobre os sete vales da perversidade e o cinturão vibratório que agasalha a humanidade? Quantos conhecem sobre as relações entre religião e as ordenações das hostes do mal? Quais informações possuem sobre a vida social nessa semicivilização? Que conhecem além do umbral?

 (Veja bem! Isso aqui é um diálogo entre benfeitores que valorizam mais o mal que o bem a ser realizado? Totalmente incongruente com a proposta que eles mesmos dizem pregar. Concluem o capítulo com um sofisma muito bem urdido para enganar os incautos.)

(...) Certamente, nesses casos, os ”velhos chavões” funcionarão como escape e justificativa: “Por que mensagens tão desastrosas quando o Espiritismo deve confortar?!” “Por que notícias tão tristes quando a função da Boa Nova é dar boa notícia?! Outros mais dirão: “A que pode nos conduzir essas idéias senão ao medo e terror?!” Ainda outros vão asseverar: “Com que fim algum espírito do bem trataria desses assuntos?!”

As perguntas se multiplicarão, embaladas pelo desculpismo e pela invigilância dos que se acostumaram aos regimes de “dever cumprido” no limite das folgas.

Porém, aos que destinamos essa convocação em regime de urgência, será pedido muito equilíbrio ante o medo de dar novos passos e a prudência que, nós próprios, os conclamamos para não se perderem nos labirintos da fascinação e do fanatismo.

- Tomaremos, portanto, medidas no intuito de apressar a formação de novos horizontes aos lidadores espíritas no que concerne à mediunidade. Que cada qual reúna sua equipe e defina os passos – arrematou Dona Modesta.

(Aqui o sofisma toma vulto, cujo objetivo específico é envolver médiuns espíritas. Adiante comentaremos o objetivo deles na questão da mediunidade.)

Lírios da Esperança cap. 7: Delicada cirurgiaTodo ele dedicado a uma cesariana de um ovóide. É totalmente contra o bom-senso.

Lírios da Esperança cap. 8: Novas Motivações:

- Achei que você estava melhorando! – disse caçoando o médico.

- Bem que me disseram que acharia alguém que adora caçoar por aqui!...

- Minha vida é caçoar e refestelar com as diferenças de todos nós! Não se espante!

(...) Doutor Inácio, posso ser franco?!

- Admiro pessoas francas!

- É que passam algumas idéias pela minha cabeça e...

- Fale logo, homem, porque senão vou ler seu pensamento!

- Tem hora que o senhor me deixa dúvidas sobre seu comportamento.

- Em que sentido?

- Nunca conheci um espírita tão franco.

- O senhor quer dizer mal-educado e irônico. Não se acanhe de falar!

- Confundo-o com um mentor, ou..., ou um...

- Um capeta?! – expressou-se o psiquiatra com seu irremediável bom humor.

- É! É isso mesmo!

- Não tenha dúvidas que sou! Digamos que um “bom capeta”!...

- Jamais imaginei um espírita com suas características!

- O que faz o senhor pensar que sou espírita?

- E não é?

- Não! Na minha avaliação sincera, nunca me vi plenamente espírita.

- Então o que o senhor é?

- Alguém à procura de si mesmo. Um sujeito “meio-louco”!

(Que diálogo entre um psiquiatra e seu paciente, mais chulo e insolente impossível, mas que tenta passar mensagens sub-reptícias ao não se afirmar espírita e que o auto-encontro é “meio” loucura.)

O capítulo 9: Ao encontro de si mesmo traz tantas aberrações como, por exemplo, um processoterapêutico” realizado à força porque o livre-arbítrio do espírito foi cassado. Aliás, todos os capítulos trazem uma ou mais aberrações. Não transcreveremos todas aqui, deixando a quem deseje ver essas aberrações no original e tirar as suas próprias conclusões.

Para finalizar esta parte de apresentação dos supostos Dr. Inácio e Dona Modesta atentemos para os seguintes diálogos no capítulo 12: Nossas Obras:

(...) - Inácio, que dia abençoado! – exclamou Dona Maria já um tanto defasada das lutas do dia.

- Eu diria endiabrado! Os homens na Terra não imaginam o que seja uma rotina dessas...

- Dar sem receber, dar por amor de realizar! Quantos não terão extensas lutas com esta lição nesse outro lado da vida!

- Inclusive os espíritas!

- Inclusive os espíritas! É verdade!

- Estamos há exatas quinze horas em tarefa contínua. Só hoje visitei, por três vezes, a Terra. Não reclamo de nada, mas se tivesse meu cigarrinho de volta, acho que trabalharia mais quinze horas sem mau humor...

(Aqui os “benfeitores” estão reclamando do trabalho de “amor” que fazem e do cansaço que ele gera, mas é de pasmar quando o falso Dr. Inácio diz que se tivesse “um cigarrinho” poderia trabalhar mais quinze horas sem mau humor, passando a mensagem de que fumar revitaliza.)

Mais adiante continua o deboche do movimento espírita e dos espíritas:

(...) - Houve outro, um desses “enciclopedistas espíritas” que leram tudo sobre a doutrina, que ainda zombou de mim um dia desses. Passava por um corredor já cansado, com mau humor pior que o habitual, depois de quase vinte horas de trabalho, e sabe o que ele me disse?

- O quê?

- Doutor Inácio, que cara é esta? Até parece que o senhor está cansado?! Espírito superior não cansa, ouviu?! Aprenda a usar sua mente!

- E você...

- Eu lhe dei o troco merecido. Disse a ele que não estava cansado, estava arrependido de ter morrido. Devia ter ficado na Terra uns mil anos para não encontrar mais com religiosos. No sanatório espírita de Uberaba, pelo menos, essa segurança eu tinha. Não era obrigado a lidar com as tricas e futricas do movimento doutrinário!

- E ele?...

- Ele ainda me perguntou se tinha algo me incomodando.

- E você, naturalmente...- debochou Dona Modesta.

- Naturalmente, eu me calei, porque, se falasse naquela hora, seria um desastre!

(...) O senhor também é bastante arrogante, não é, doutor?

- Sou um arrogante que não minto mais para mim. Um arrogante autêntico e leal comigo mesmo. Há uma boa diferença entre nós nesse sentido.

- O senhor quer dizer que ainda sou um arrogante iludido...

- Como ambos somos arrogantes, não custa confirmar sua tese...

(...) Pois de mim, só posso dizer o contrário. O senhor trabalhou muito, Doutor Inácio?

- A vida inteira! Cuidando de loucos, acho que enlouqueci e não percebi, Acabei sendo útil, mesmo doente.

(Percebamos que essa é a postura de um suposto médico psiquiatra com grande envergadura moral. Na verdade o autor cria uma caricatura para melhor enganar. Na obra Tormentos iremos nos defrontar com a verdade.) 

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> (Conclui no próximo número.)

Alírio de Cerqueira Filho é coordenador de assuntos da família da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso. Participa do movimento espírita há 27 anos. É escritor e expositor espírita. Realiza palestras e seminários por todo Brasil e Exterior. Foi diretor do Departamento de Estudo e Doutrina da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso de 1982 a 1996, quando foi eleito para ocupar o cargo de Vice-presidente para Assuntos Doutrinários tendo exercido a função por dois mandatos consecutivos. Profissionalmente é médico; biólogo com ênfase em ecologia; pós-graduado em psiquiatria; psicologia e psicoterapia transpessoal e medicina homeopática. Tem também formação em Terapia Regressiva a Vivências Passadas e Especialização na Arte de Programação Neurolingüística. Possui larga experiência no trabalho com o psiquismo humano, tanto como psicoterapeuta, quanto como educador transpessoal, experiência essa adquirida em 19 anos de prática clínica e nos inúmeros cursos, seminários e palestras que tem realizado ao longo de sua carreira. 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita