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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 54 - 4 de Maio de 2008

WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)  

Ecologia: herança para filhos, netos, mansos e nós

A História e mesmo o nosso dia-a-dia comum demonstram que faculdades humanas ou frutos dos avanços tecnológicos podem e devem ser avaliados não só pelo que significam em si, mas pelo uso que deles se faz. Invenções e descobertas como o avião, energia nuclear ou os satélites artificiais atendem tão bem ao progresso e conforto dos seres humanos como para seu aniquilamento. Da mesma forma, no terreno pessoal, a utilização da inteligência, do sexo, do dinheiro, talentos artísticos, poder. Às vezes, apenas uma questão de interpretação, geralmente forçada, para atender nossos desejos e interesses. É o caso das leis e da religião. Nos livros de auto-ajuda temos outro exemplo.

Embora até valorizem e incentivem as relações interpessoais e o respeito ao próximo, o que a maioria das pessoas busca nestas obras são fórmulas mágicas para resolver os próprios problemas e obter benefícios e vantagens – rápidas, abundantes e à custa dos outros. Ascensão profissional alcançada no acirramento da concorrência profissional, sucesso afetivo de satisfação egoística ou meras conquistas em aventuras efêmeras, êxito financeiro obtido, não raro, pelos atalhos ilícitos da corrupção ou dos direitos lesados de outrem.

No mundo prático de hoje, difícil que seja diferente e pense-se primeiro nas necessidades alheias para depois em si. Pois que seja. Ao menos em relação aos cuidados com a nossa casa planetária. Afora os fenômenos cujas causas absolutamente não estão no poder do homem controlar, como os terremotos, por exemplo, o fato é que muitas das transformações observadas na Terra são de nossa responsabilidade. Temperaturas extremas quebrando recordes de muitas décadas, índices pluviométricos que provocam inundações, morte e destruição, secas prolongadas em áreas antes imunes a tais calamidades, aumento na freqüência de furacões ou o aparecimento deles em regiões inéditas como o sul do Brasil e tantos outros.

Sabe-se que o progresso moral quase nunca acompanha o intelectual. Difícil estimar percentualmente, mas poucos organismos governamentais de certos países e ONGs, além de alguns milhões, talvez, de pessoas, estão efetivamente preocupados com o futuro do mundo em que habitamos. Enfrentam heroicamente a imensa maioria que detém o poder de impor e fazer tudo que satisfaça o imediatismo e a ganância desmedida. Por falta de educação social, econômica, ecológica e moral, quase todos nós damos o triste contributo para a deterioração do meio ambiente, em franco desprezo e ingratidão por tudo o que a natureza nos oferece. Lixo nos córregos e rios e pouca reciclagem, automóveis com motores desregulados emitindo excesso de monóxido de carbono na atmosfera, ajudando no efeito estufa, o desmatamento indiscriminado e criminoso, o esgoto nos oceanos, a exploração desenfreada dos recursos naturais como a água doce e os frutos do mar. Fauna e flora comprometidos, habitats degradados, espécies em extinção.

Conforme o ensinamento dos Mentores Espirituais, questão 185, de O Livro dos Espíritos, os mundos também são submetidos à mesma lei de progresso que rege o destino dos homens e dos seres inferiores da criação. A Terra já foi um mundo primitivo, mas experimentará transformações que a conduzirão à condição de verdadeiro paraíso. Mas isto somente quando nós nos tornarmos bons ou “mansos e humildes”, segundo o evangelho.

Aos que argumentam que a filosofia espírita faz apologia do sofrimento aceito passivamente e estimula a busca exclusiva da felicidade na vida futura da alma em total detrimento daquela possível de ser desfrutada no hoje e no aqui, o esclarecimento espiritual acima prova o contrário. Afinal, para que serviria um planeta tão belo, habitado por seres bem dotados intelectualmente, sob o império da fraternidade e justiça, se não fosse para torná-los felizes desde este momento? A vida é uma só, na Terra ou fora dela, encarnados ou como Espíritos livres, e a felicidade é um direito de todos. Basta ter mérito individual e coletivo para vivenciá-la.

Um dos argumentos mais freqüentes a favor da responsabilidade ecológica é que disto dependerá a qualidade de vida de nossos filhos e netos. O Espiritismo diz mais. Está em jogo o futuro de todos nós, moradores atuais. Retornaremos pelas portas da reencarnação para sermos nossos próprios netos ou bisnetos. Ou um outro aparentado qualquer. Ou, ainda, alguém sem vínculos com a atual família consangüínea. Mas estaremos aqui para prosseguir no aprendizado, no crescimento espiritual, no desenvolvimento de nossas potencialidades para confirmar o “sois deuses” do Cristo. E também para colher o que estamos semeando hoje, incluindo as reações da natureza.

Ninguém é obrigado a aceitar a reencarnação, mas bem que poderia fazer um esforço para compreendê-la. Um exame despreconceituoso, racional e sério fornecerá evidências claras e consistentes, filosóficas, científicas e religiosas, de que ela, a reencarnação, é uma abençoada lei natural da vida. O resto é da alçada de cada um, até a sobrevivência do nosso planeta azul.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita