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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 54 - 4 de Maio de 2008

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São José dos Campos,
São Paulo (Brasil)


A didática de Jesus muito
além das parábolas


A vida de Jesus, em todos os momentos, tem um significado profundo e pedagógico. Todas as passagens, invariavelmente belas, revestem-se de um sentido muito amplo de exemplificação e didática para que todos nós, seus irmãos menores, pudéssemos entender o que realmente é a vida e os porquês de uma série de contingências que o cotidiano da vida física nos impõe. Essa compreensão é fundamental para que desenvolvamos um verdadeiro ideal superior, o qual implica, necessariamente, em um sentido de espiritualidade profunda em relação à eleição dos objetivos pessoais de vida.

Assim sendo, vale lembrar, mesmo que de forma sucinta, algumas passagens da vida do Mestre tendo em vista o propósito de uma reflexão mais amadurecida do ponto de vista espírita, sobre nossos próprios caminhos existenciais.

Jesus, sendo o Espírito extremamente evoluído, responsável pelo governo da Terra, poderia selecionar suas condições reencarnatórias conforme lhe aprouvesse. De fato, Ele executa essa escolha; não, porém, como nós, em princípio, poderíamos imaginar. Ele nasce em um lar pobre, em uma comunidade afastada dos grandes centros, sem isenção de dificuldades.

Demonstrando a necessidade de valorização da família como escola divina na Terra, nasce em um lar harmonioso, mesmo que em dificuldades materiais significativas, ressaltando a profunda diferença entre os termos “Lar” e “Casa”.

Ilustrando sua condição de Excelência Espiritual e demonstrando eloqüentemente que “o que é da carne é carne e o que é do espírito é espírito”, ensina, aos 12 anos, muito mais do que os supostos “Doutores” poderiam conhecer sobre a Lei.

Exemplificando que as tarefas chamadas “pequeninas” são extremamente relevantes aos olhos de Deus, assume, conforme nos narra Humberto de Campos na excepcional obra “Boa Nova”, as singelas obrigações da carpintaria de seu pai José como a melhor “escola preparatória” para as tarefas da idade adulta, apesar de estar consciente de que em Sua condição espiritual, prescindisse de qualquer preparo adicional.

Iniciando seu apostolado, prefere escolher como discípulos indivíduos considerados, aos olhos do povo, pobres, ignorantes e sem quaisquer recursos extraordinários para a tarefa gigantesca que já se vislumbrava. Todavia, para os Seus olhos percucientes, os escolhidos em questão eram Espíritos preparados, embora não perfeitos, apresentando o senso de espiritualidade e de sinceridade necessários para se sensibilizarem com a proposta do Mais Alto. Apresenta, assim, suas diretrizes para as atividades espirituais, que devem sempre transcender os limites estreitos dos títulos e “aparências exteriores”, tão do agrado da nossa ilusão personalista e material.

Ao contrário dos comportamentos típicos dos religiosos de todos os tempos, não renega o mundo, muito menos o seu “pecado”. Aceita a Terra como escola bendita, tornando-se um ser totalmente inserido em seu contexto social, sendo, inclusive, um cidadão acessível a todas as criaturas, dos mais desprezados aos mais considerados na comunidade em questão.

Apresentando recursos pedagógicos extraordinariamente didáticos e originais, prega e ensina a todas as criaturas, compreendendo, porém, que cada indivíduo, apesar de “Deus em potencial”, apresenta em determinado momento limitações definidas. Assim sendo, fornece o ensinamento de conformidade com a capacidade de assimilação intelecto-moral momentânea que cada indivíduo possuía, amando a todos indistintamente, mas cônscio de que a evolução requer tempo, “pois é necessário nascer de novo”.

Valoriza, uma vez mais, os hábitos simples da vida material, participando do cotidiano dos seus contemporâneos com simplicidade e alegria, desde festas e casamentos a visitas e debates religiosos, sem, todavia, adquirir os hábitos viciosos de muitos que desfrutavam de sua intimidade. É humilde para ser amigo e é amigo para ajudar mais, sem se comprometer, entretanto, com os hábitos viciosos do seu tempo.

Apesar de entender e valorizar profundamente a ocorrência de “escândalos e tribulações”, não se faz indiferente ao sofrimento do povo, desenvolvendo inúmeras vezes as chamadas “curas espirituais”, sem deixar, no entanto, de explicar, quando fosse adequado, a Lei de Causa e Efeito, procurando não só a cura do corpo, naturalmente perecível, mas principalmente a educação do Espírito imortal.

Faz o possível para não ser considerado um “milagreiro” comum, um mágico ou um artista, em muitas ocasiões rogando aos próprios beneficiários que não divulgassem a cura, mas que propalassem a mensagem da Fraternidade. De fato, invariavelmente, coloca a essência da mensagem do Evangelho em primeiro plano, pois todas as demais coisas, inclusive sua própria personalidade, eram secundárias quando comparadas às Leis Cósmicas do Amor que constituam toda a sua tarefa.

Deixa evidente, reiteradas vezes, que Ele não era Deus, renegando, inclusive, o título de “bom”, pois verdadeiramente bom, segundo o Mestre, “só o Pai”. De fato, nas palavras de João Evangelista, “Ele sabia o que havia no coração do homem” e, dessa forma, não desconhecia que, a posteriori, tentariam divinizá-lo. Por conseqüência, ensina com amor, não para produzir admiradores, mas sim, seguidores.

Denota que todo e qualquer tipo de preconceito é fruto direto da ignorância humana, repetindo, a cada momento, que sua mensagem, como reflexo do Amor de Deus, deveria abranger todas e quaisquer criaturas do Universo. De fato, Jesus acentua a cada momento que todos os seres são Filhos de Deus, incluindo aí, não só o ser humano, mas também toda a Obra da Criação, incluindo animais, vegetais e minerais.

Elabora um Cântico de Amor e Espiritualidade, palestrando com eloqüência inigualável no “Sermão da Montanha”, quebrando, mais uma vez, paradigmas limitados da ortodoxia religiosa da época, no que se refere à questão capital do cumprimento dos desígnios de Deus.

Confirma definitivamente o seu ensino já consolidado de que não usufruía de privilégios especiais de cunho material em função de sua evolução espiritual, sendo condenado à morte e se submetendo, resignadamente, a essas dolorosas injunções. Mesmo nessas condições, exemplifica disciplina e capacidade de otimização do tempo, aproveitando cada instante derradeiro para ensinar mais e reforçar seu legado de Amor e Luz. Tal prova de Amor denota um dos pontos chaves da sua proposta de vida, pois demonstra que a Felicidade espiritual transcende vantagens materiais de quaisquer teores.

Ressurge várias vezes, após a morte física, em corpo espiritual, reanimando os apóstolos aturdidos e amedrontados, ratificando as mensagens de Amor, Trabalho e Alegria de toda a Sua vida física. Desta forma, procura dirimir as dúvidas e as impressões negativas geradas pelo episódio do Gólgota, como a nos ensinar, que todos devemos passar por momentos difíceis em nosso esforço evolutivo, sem, contudo, nos deixarmos fixar por essas impressões, uma vez que a Felicidade espiritual é uma questão de atitudes da mente e do coração.

Em suma, faz da chamada “Ressurreição” um curso intensivo, porém resumido, que destaca de forma luminosa os pontos chaves de toda a sua trajetória física, pregando com e sem palavras, incansavelmente, a necessidade de boa vontade e dinamismo para que possamos, lenta e gradualmente, descobrir, através do nosso irmão, o Amor e o Reino dos Céus que jazem dentro de nós.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita