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Entrevista
Ano 2 - N° 53 - 27 de Abril de 2008

KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres (Inglaterra)
 

Gloria Collaroy: 

“Creio que o nosso planeta está carente de Deus”

Radicada em Sydney há 35 anos, a fundadora e dirigente
da fundação Joana de Cusa e Casa Espírita Franciscanos fala
sobre o movimento espírita na Austrália e outros assuntos

 

“O Espiritismo tem sido, para mim, o roteiro guiando-me no rumo certo para me transformar no verdadeiro homem de bem. Sinto-me a pessoa mais feliz na face da Terra por ter conhecido o Espiritismo.”

É assim, com estas palavras simples e sinceras que a nossa companheira Gloria Collaroy define a nossa Doutrina de Amor. Vivendo em Sydney a mais de 12 mil quilômetros de distância de sua terra natal, Gloria é mais uma prova de que os ensinamentos espíritas estão espalhados por todos os cantos do  mundo, levados por muitos companheiros que, assim como ela, são trabalhadores incansáveis na divulgação do Espiritismo.   

Foi, portanto, com espontaneidade e boa vontade que ela conversou com a equipe de O Consolador, respondendo prontamente às perguntas – algumas polêmicas – que fazem parte da presente entrevista.

O Consolador: Onde você nasceu?


Em Soure, Ilha de Marajó, no Pará.

O Consolador: Onde mora atualmente?


Em Sydney, Austrália.

O Consolador: Quando e por que você se mudou para a Austrália?


Vim para Sydney em 1973 para contrair matrimônio com um jovem carioca que já residia aqui.

O Consolador: Qual é sua formação escolar?


Tenho 65 anos de universidade da vida. Vindo de uma família muito pobre, não pude esquentar nenhuma cadeira escolar, mas a vida tem sido generosa comigo e todos os dias me ensina alguma coisa.


O Consolador:
Que cargos você exerce no Movimento Espírita?


Sou fundadora, presidente e dirigente da fundação Joana de Cusa e Casa Espírita Franciscanos.

O Consolador: Quando teve seu primeiro contato com o Espiritismo?


Fui levada à União Espírita Paraense quando tinha onze anos de idade, em 1954.

O Consolador: Ocorreu nessa época algum fato ou circunstância especial que tenha motivado esse contato?


Fui levada por uma tia que já era espírita, mas nesse mesmo dia fiquei apreciando os pingos de luzes que se mostraram para mim, e eu, sem saber do que se tratava, me diverti por vê-los de olhos abertos e de olhos fechados. Anos depois, já com 16 anos, fiquei muito enferma e com isso procurei uma casa espírita.

O Consolador: Seus familiares apoiaram essa decisão?


Sim. Meu avô já era espírita, e isso contribuiu para aceitarem. 

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião -  qual o que mais a atrai?


O lado científico e o filosófico.

O Consolador: Que autores espíritas mais lhe agradam? 


Além de Allan Kardec, Hermínio C. de Miranda, Divaldo Franco, Chico Xavier, Herculano Pires, Carlos Baccelli, Yvonne do Amaral Pereira, Robson Pinheiro. Na realidade, leio todos e tiro o melhor da doutrina.

O Consolador: Que livros espíritas você considera indispensáveis ao confrade iniciante?


Romances com teor doutrinário, porque sua leitura é mais estimulante.

O Consolador: Se fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito à atividade espírita, que livros pertinentes à Doutrina você levaria?  


Os livros de Kardec, de Joanna de Ângelis, “Perdôo-te”,  de Amalia Domingo Soler... Procuraria levar comigo o máximo de livros doutrinários que pudesse, sem me esquecer de Minutos de Sabedoria, de Carlos Torres Pastorino, e de todos que falem de Francisco de Assis.

O Consolador: As divergências doutrinárias no meio espírita reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é uma religião?      


Ele tem o seu lado religioso, mas não o considero religião.

O Consolador: Outro assunto que suscita debates acalorados diz respeito à obra de J. B. Roustaing.  Qual a sua apreciação dessa obra?

Prefiro não opinar.

O Consolador: O terceiro assunto em que a prática espírita às vezes diverge está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond. Qual a sua opinião e qual é a forma de passe aplicado no país em que reside?


Aqui é muito usado o reike, inclusive sou reikista, mas como passista, que sou, na casa espírita não uso o reike, prefiro o nosso passe. O nosso passe, ou bioenergia, que nós brasileiros aplicamos, para mim é um ato de amor, de caridade, de doação, e não existe pagamento. É grátis, como disse, um ato de amor. Sabemos que somente com a imposição das mãos, a vontade, o pensamento e a presença dos Espíritos o passe ou bioenergia se fará, mas sou de acordo que devemos estudar e saber com mais profundidade as técnicas.

O Consolador: Como vê a discussão em torno do aborto e as campanhas em defesa da vida?  


Vejo como um ponto positivo. Defender a vida é um ato de amor ao Espírito nosso irmão que deverá vir para uma nova chance.

O Consolador: A eutanásia é uma prática que não tem o apoio da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Ultimamente, porém, surgiu a idéia da ortotanásia, defendida até por médicos espíritas. Qual a sua opinião?


Nossa!!!!! Creio que ando meio por fora, porque essa palavra me é desconhecida... Desculpe, mas a nossa vida só a Deus pertence. Tudo se passa pela vontade Dele. Devemos  viver até o último segundo de vida.

O Consolador: Você tem tido contato com o Movimento Espírita Brasileiro? Acha que falta nele algo que favoreça uma melhor divulgação da Doutrina?


Tenho pouco contato, mas recebemos bastante jornais e revistas. Infelizmente, não tenho tempo para ler tudo e ficar por dentro de todo o Movimento. Pelo número de jornais e revistas que circulam, creio que nossa Doutrina é divulgada, mas não o suficiente.


O Consolador:
Como é feita a divulgação da Doutrina na Austrália? Existem no país muitos grupos?


Aqui em Sydney, que eu saiba,  somente existem nossa casa espírita e o Centro Espírita Semente de Luz, de cuja fundação também participei. Praticamente não fazemos divulgação. Tem sido na base de um passa para o outro,  mas o nosso querido Divaldo Pereira Franco já esteve conosco 4 vezes e sua última visita em setembro passado trouxe grande divulgação para a nossa casa e para o Espiritismo em Sydney. Estivemos com Divaldo em Melbourne já por 3 vezes, e na Nova Zelândia pela segunda vez. Divaldo tem sido  de grande apoio e ajuda para nós. Divaldo e Nilson fazem parte de nossa casa como fundadores. Nós nunca pagamos uma só passagem para eles virem até nós. Divaldo nos revelou ser a venerável Joanna de Ângelis a mentora de nossa casa.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o mundo e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?


Creio que o nosso planeta está carente de Deus. Se toda criança fosse evangelizada, ela cresceria robusta no bem. Os jovens, como sabemos, serão os homens do futuro.

O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos,  seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de expiação e de provas, no qual a palavra amor estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais?


Esta resposta, creio que só Deus pode dá-la, como criador e conhecedor de nosso futuro. Que são 1.000.000.000.000 anos diante da eternidade?

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no mundo?


A divulgação do Espiritismo. Nossa casa espírita é aberta todos os dias, e todos os dias se estuda o Evangelho, o Livro dos Espíritos, as Obras de André Luiz, e temos curso sobre mediunidade, atendimento fraterno, educação mediúnica, grupo de preces, bioenergia, curso de passes, curso para reforma íntima, evangelização infanto-juvenil... Quanto mais aprendermos, mais responsabilidade e desejo teremos de nos melhorar.
 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita