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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa III: As Leis Morais 

Ano 2 - N° 52 - 20 de Abril de 2008

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  

Desigualdade das riquezas. 
Provas da riqueza e da pobreza

Apresentamos nesta edição o tema no 52 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos?

2. Que conseqüências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza?

3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade?

4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade?

5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso?

Texto para leitura

A igualdade das riquezas traria conseqüências danosas

1. A igualdade das riquezas, ensinam os Espíritos Superiores, não é possível  no mundo em que vivemos porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os  homens não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.

2. Admitindo, porém, por hipótese, que essa repartição fosse possível e o equilíbrio não se rompesse, duas conseqüências danosas para o progresso da Humanidade seriam inevitáveis.

3. Com efeito, tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. Além disso, admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda e ajude no progresso e bem-estar de todos.

Riqueza e pobreza são provas muito difíceis

4. Riqueza e pobreza nada mais são que provas, pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com freqüência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas geralmente sucumbem.

5. Tanto uma quanto outra são, portanto, provas muito difíceis, porque se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe os augustos objetivos.

6. Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que compreendem perfeitamente o significado a Lei de Causa e Efeitos, podem solicitar a prova da pobreza como oportunidade para o acrisolamento de qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Algumas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o Espírito a pedir a condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.

7. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação. É preciso que entendamos sempre: a existência corpórea é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de que eventualmente disponha no plano terráqueo. Pobres e ricos voltam, portanto, à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a condição de rico e a condição de pobre não passam de expressões transitórias.

A riqueza é poderoso instrumento  de progresso

8. Nenhuma das provas citadas constitui, no entanto, obstáculo à chamada salvação. Se fosse assim, Deus, que as concede, teria dado a seus filhos um instrumento de perdição, idéia que repugna à razão. No tocante à riqueza, é fácil perceber que, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui ela uma prova muito arriscada e até mais perigosa que a miséria.

9. Certamente é a esse perigo que Jesus se referia quando disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus”, frase registrada por Mateus, Lucas e Marcos. O Mestre fazia alusão bastante clara aos males e às tentações a que a riqueza pode conduzir o homem desprevenido, mas é um erro deduzir de suas palavras que ao rico esteja vedado o acesso à salvação, isto é, valendo-nos dos conceitos espíritas, à ascensão a planos evolutivos mais elevados.

10. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria outorgado aos homens. Mas, longe disso, a riqueza, se não constitui elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

11. Com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho. Eis aí o motivo pelo qual é considerada elemento de progresso. Se o indivíduo que a detém se torna egoísta, orgulhoso e insaciável, e a desvia do seu objetivo providencial, prestará contas de seus atos ante a Justiça Divina, enquanto outros terão, por sua vez, oportunidade de fruí-la e provar, por suas atitudes, que é possível vencer essa difícil prova.

Respostas às questões propostas

1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos? R.: Não, porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.

2. Que conseqüências danosas adviriam da repartição igualitária da riqueza? R.: Duas seriam as conseqüências. A primeira: tendo cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. A segunda: admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis.

3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade? R.: A pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.

4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade? R.: A riqueza, como foi dito, é também uma prova pela qual o Espírito tem de passar, visando ao seu progresso. Se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe os augustos objetivos. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação.

5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso? R.: Sim. Se não constitui elemento direto de progresso moral, a riqueza é poderoso elemento de progresso intelectual, pois com ela pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho.  

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 811, 814 e 816. 

O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVI, itens 7 e 8.

O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, 2a. edição, pág. 50.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita