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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 101 – 5 de Abril de 2009

F. ALTAMIR DA CUNHA 
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio Grande do Norte (Brasil)
 
 

Apego, morte e juízo


Por que o desejo insaciável de ter, se para satisfazer às reais necessidades não precisamos de tanto? Certamente por não compreendermos que as nossas necessidades imaginárias geram sofrimento e decepção. 

Alguns pares de sapatos atenderiam às necessidades de conforto e proteção aos nossos pés, mas muitas pessoas não se contentam e guardam dezenas de pares que nunca usam. 

No intuito de atendermos à nossa ganância, usamos inúmeros artifícios para monopolizar, quando um pouco nos bastaria. 

Como se a vida na matéria durasse uma eternidade, mantemos o desejo incontrolável de acumular os bens perecíveis, até que, um dia, acordamos para um acontecimento inevitável – a morte. 

Olhamos para a retaguarda e observamos tristes tudo que acumulamos e não pudemos transportar conosco. Apesar de termos sido ricos na Terra, na maioria das vezes somos indigentes no mundo espiritual. 

Há algum tempo, nós lemos em uma revista espírita a história de um jornalista, que acreditamos ser muito oportuna para uma reflexão sobre o assunto. 

Dizia ele que sempre teve a preocupação de acumular bens, pensando no bem-estar da família. 

Fazia horas extras, vendia férias e os bons resultados se faziam gradativamente, pois sempre que declarava o imposto de renda sentia-se satisfeito com um apartamento a mais, um carro a mais; afinal, era o pé-de-meia para a família.

Desta forma viveu por um tempo, envolvido no trabalho e não muito presente na família; embora com boa intenção de dar a ela o conforto. 

Um dia ele acordou para uma triste realidade; ao fazer a declaração de imposto de renda, na folha de declaração de dependentes, faltavam dois – sua filha, que antes de completar 15 anos saíra de casa e da qual ele não tinha mais notícias; e o filho, que se envolveu com drogas e morreu antes de completar 18 anos. No entanto, na declaração de bens, ali permanecia registrado tudo que havia conseguido, mas que nem um valor representava ante a imensa perda que sofrera. 

Em verdade não há mal algum acumularmos bens pensando no futuro ou no nosso conforto, contanto que não exageremos nessa ação, esquecendo de outros valores que são mais importantes. As orientações recebidas através da literatura espírita nos fazem compreender que, enquanto existir o apego e o desejo exagerado de posse, existirão sempre a frustração e o sofrimento. 

O homem, sem planejamento e disciplina com relação à posse e uso dos bens materiais, algumas vezes, comporta-se como um sedento em alto-mar; rodeado de água, mas essa água não consegue matar a sua sede.  

É oportuno lembrarmos a lição valiosa que o Mestre Jesus transmitiu à Samaritana junto ao poço de Jacó: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4: 13,14). 

Pura ilusão instituir como objetivo principal a conquista do que não se pode reter.  

A vida no corpo físico é apenas um estágio, após o qual retornaremos à pátria de origem. Apegar-se aos bens materiais e alimentar a ganância de acumulá-los é investir os bens valiosos do presente, para resgatar um futuro de angústia e arrependimento.  

No Evangelho encontramos uma parábola de Jesus que ilustra muito bem o assunto: “O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?". (Lucas, 12.15-29) 

Afirmou o benfeitor Emmanuel, pela psicografia de F. Cândido Xavier: “Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas – e estará preparado à sublime transformação.

Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem”.   

Do que aqui foi exposto, finalizado por ensinamentos tão lúcidos, como estes de Jesus e Emmanuel, concluímos a respeito dos efeitos nocivos do apego e acúmulo desnecessário dos bens perecíveis. 

O retorno ao plano espiritual, através do fenômeno da morte, será sempre oportunidade de ajuizarmos a respeito do bom ou mau emprego dos talentos que a vida nos ofereceu, gerando o céu ou o inferno dentro de nós, conforme a paz de consciência ou as tramas do remorso. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita