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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 100 – 29 de Março de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(Parte 11)

 
Damos continuidade ao estudo da obra
Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Como eram as edificações na região trevosa em que André se encontrava?

R.: Tanto a paisagem quanto as edificações deixavam muito a desejar. Excetuados os palácios da praça governativa, as construções desapontavam pelo aspecto e condições em que se mantinham. Além disso, as paredes, revestidas de matéria semelhante ao lodo, mostravam-se repelentes à visão e ao olfato, devido às exalações desagradáveis. (Libertação, cap. VII, pp. 90 e 91.)

B. Que impressão o ambiente naquela região causou a André Luiz?

R.: Depois de caminhar através de compridos labirintos, até chegar diante de extensa edificação, que André designou como "asilo de Espíritos desamparados", ele anotou: "Enquanto encarnado, ser-me-ia extremamente difícil acreditar numa cena igual à que se nos desdobrou à visão inquieta". "Nenhum sofrimento, depois da morte do corpo, me tocara tão fundo o coração." A gritaria em torno era de espantar. Mais à frente, numa distância de dezenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos, qual se fosse imensa cratera de vulcão vivo alimentado pela dor humana, visto que, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam sem cessar, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais. André e Elói tremeram, e sua vontade era de recuo instintivo. (Obra citada, cap. VII, pp. 92 e 93.)

C. Que significavam os ovoides jungidos ao Espírito de uma ex-fazendeira?

R.: Eram entidades que prometiam vingar-se. A vítima fora tirânica senhora de escravos no século 19. Fora jovem e bela, mas desposou, consoante o programa de provas salvadoras, um cavalheiro de idade madura, que, a seu turno, já assumira compromissos sentimentais com humilde filha do cativeiro. Embora a mudança natural de vida em face do casamento, não abandonou ele o débito contraído. Um dia, a esposa conheceu toda a extensão do assunto e revelou a irascibilidade que lhe povoava a alma. Fez com que o marido se dobrasse aos seus caprichos. A escrava foi separada dos dois filhos e vendida para uma região palustre, onde encontrou logo depois a morte pela febre maligna. Os filhos, metidos no tronco, padeceram vexames e flagelações em frente da senzala. Acusados de ladrões pelo capataz, a mando da senhora, passaram a exibir pesada corrente no pescoço ferido. Viveram então debaixo de humilhações incessantes; em poucos meses, minados pela tuberculose, desencarnaram e foram reunir-se à genitora revoltada, formando um trio perturbador que sustentava sinistros propósitos de desforço. Eram eles que se apresentavam ali, na condição de ovoides. (Obra citada, cap. VII, pp. 95 a 97.) 

Texto para leitura

45. Lodo nas paredes - A noite tinha sido simplesmente aflitiva, pelo menos para André Luiz, que não conseguira qualquer quietação no repouso. Lá fora o ruído se fizera contínuo e desagradável, e a atmos­fera era pesada, asfixiante. Além disso, conversações alucinadoras o perturbaram e feriram. De manhã, o pequeno grupo foi autorizado por Gregório a sair do cubículo onde pernoitara. A rua estava repleta de tipos característicos da anormalidade deprimente: aleijados de todos os matizes, idiotas de máscaras variadas, homens e mulheres de fisio­nomia torturada... Ofereciam tais entidades perfeita impressão de alienação mental. Exceção de uns poucos que tinham um olhar suspeitoso e cruel, com manifesta expressão de maldade, a maior parte situava-se entre a ignorância e o primitivismo, entre a amnésia e o desespero. Muitos faziam-se irritadiços ante a calma do grupo. A conversação ociosa era, ali, o traço dominante. Gúbio explicou então que, de modo geral, as mentes extraviadas lutam com ideias fixas, implacáveis e ob­cecantes, gastando, assim, longo tempo para se reajustarem. Rebaixadas pelas próprias ações, perdem a noção do bom-gosto, do conforto cons­trutivo, da beleza santificante, e se entregam a lastimável relaxa­mento. Era o que ali se via, pois a paisagem, sob o ponto de vista de ordem, deixava muito a desejar. As edificações, exceto os palácios da praça governativa, onde se viam muitos escravos, desapontavam pelo as­pecto e condições em que se mantinham. As paredes, revestidas de maté­ria semelhante ao lodo, mostravam-se repelentes à visão e ao olfato, devido às exalações desagradáveis. A vegetação, em todos os ângulos, era escassa e mirrada. Gritos humanos, filhos da dor e da inconsciên­cia, eram frequentes. E como a cidade era constituída por milhares de loucos declarados, tornava-se impraticável qualquer organização bene­ficente de assistência individual. (Cap. VII, pp. 90 e 91) 

46. Uma cena jamais vista - Além das perturbações reinantes, um sufo­cante nevoeiro abatia-se sobre a cidade, mal deixando que se visse o horizonte distante. O Sol, através de espessa cortina de fumo, era visto como se fosse uma bola de sangue afogueado. Via-se ali a impor­tância das criações mentais na própria vida... O pequeno grupo foi ca­minhando através de compridos labirintos, até que se viu diante de ex­tensa edificação, a que André designou como "asilo de Espíritos desam­parados". André anotou: "Enquanto encarnado, ser-me-ia extremamente difícil acreditar numa cena igual à que se nos desdobrou à visão in­quieta". "Nenhum sofrimento, depois da morte do corpo, me tocara tão fundo o coração." A gritaria, em torno, era de espantar. O grupo varou lodosa muralha e, depois de alguns passos, viu que um largo e profundo vale se estendia, habitado por toda a espécie de padecimentos imaginá­veis. Parecia que eles estavam na extremidade de um planalto que se quebrava em abrupto despenhadeiro. À sua frente, numa distância de de­zenas de quilômetros, sucediam-se furnas e abismos, qual se fosse imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, visto que, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, sem cessar, parecendo es­tranha mistura de lamentos de homens e animais. André e Elói tremeram, e sua vontade era de recuo instintivo... Gúbio, no entanto, estava firme, e fez de conta que não percebera a fraqueza de seus pupilos. Asseverou então, com toda a calma: "Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência sobre as ruínas do próprio `eu', confinados em escuro setor de alienação mental. Esgotam resíduos envenenados que acumularam na esfera íntima, através de longos anos vazios de trabalho edifi­cante, no mundo físico, entregando-se, presentemente, a infindáveis dias de tortura redentora". E, diante dos companheiros espantados, ajuntou: "Não estamos contemplando senão a superfície de trevosos cár­ceres a se confundirem com os precipícios subcrostais". (Cap. VII, pp. 92 e 93) 

47. Imantação do ódio - Elói, consternado pela dor reinante, perguntou ao Instrutor se não haveria recurso para tanto desamparo. Gúbio refle­tiu por alguns momentos e respondeu: "Quando encontramos um morto de cada vez, é fácil conceder-lhe sepultura condigna, mas, se os cadáve­res são contados por multidões, nada nos resta senão adotar a vala co­mum". O Instrutor lembrou então que, embora renasçamos na carne para destruirmos os ídolos da mentira e da sombra e entronizarmos em nós mesmos os princípios da sublimação vitoriosa para a eternidade, muitos de nós preferimos, na maioria das ocasiões, adorar a morte na ociosi­dade, na ignorância agressiva ou no crime disfarçado, ignorando a glo­riosa imortalidade que nos compete atingir. Menosprezamos oportunida­des de crescimento, fugimos ao aprendizado salutar e contraímos débi­tos clamorosos, retardando a obra de elevação própria. Era preciso, pois, ter paciência. Aquela paisagem era, sim, inquietante e angus­tiosa, mas compreensível e necessária. Gúbio informou então que, por misericórdia do Pai, havia naquele meio companheiros amigos, a serviço do auxílio e do bem. "A renúncia opera com Jesus, em toda parte", en­fatizou o Instrutor. Em seguida, eles desceram alguns metros e depara­ram com esquálida mulher estendida no solo. A infeliz se cercava de três formas ovoides, diferençadas entre si nas disposições e nas co­res, que seriam, contudo, imperceptíveis aos olhos de André, caso este não desenvolvesse, ali, todo o seu potencial de atenção. Os ovoides se justapunham ao perispírito e se expressavam por intermédio de matéria que pareceu a André leve gelatina, fluida e amorfa. Gúbio elucidou, de imediato: "São entidades infortunadas, entregues aos propósitos de vingança e que perderam grandes patrimônios de tempo, em virtude da revolta que lhes atormenta o ser. Gastaram o perispírito, sob inenar­ráveis tormentas de desesperação, e imantam-se, naturalmente, à mulher que odeiam, irmã esta que, por sua vez, ainda não descobriu que a ciência de amar é a ciência de libertar, iluminar e redimir". (Cap. VII, pp. 93 a 95) 

48. O caso da fazendeira - O Instrutor assumiu a atitude de médico ante a pa­ciente e seus aprendizes. A mulher sofredora, envolvida num halo de "força cinzento-escura", registrou-lhes a presença e gritou, aflita: "Joaquim! onde está Joaquim? digam-me, por piedade! para onde o leva­ram? ajudem-me! ajudem-me!" Gúbio tranquilizou-a com algumas pa­lavras e pediu aos pupilos que examinassem os ovoides, sondando-os, magneti­camente, com as mãos. André tocou o primeiro, que reagiu positiva­mente. Relata André: "Liguei, num ato de vontade, minha capa­cidade de ouvir ao campo íntimo da forma e, assombrado, ouvi gemidos e frases, como que longínquos, pelo fio do pensamento: -- Vingança! vin­gança! Não descansarei até ao fim... Esta mulher infame me pagará..."  Repe­tiu a experiência com os outros dois e os resultados foram idênti­cos. Afagando-a com fraternal carinho, Gúbio esclareceu que Joaquim era o companheiro que a havia precedido nas lides da reencarnação. A pobre­zinha esperava ensejo de retorno à luta benéfica. O Instrutor infor­mou: "Foi tirânica senhora de escravos no século que findou. Per­cebo-lhe as recordações da fazenda próspera e feliz, nos arquivos men­tais. Foi jovem e bela, mas desposou, consoante o programa de provas salva­doras, um cavalheiro de idade madura, que, a seu turno, já assu­mira compromissos sentimentais com humilde filha do cativeiro. Embora a mu­dança natural de vida, à face do casamento, não abandonou ele o débito contraído". Relatou então que a pobre mãe escrava, ainda moça, prosse­guira agregada à fazenda, com os rebentos de seu amor menos fe­liz. Um dia, a esposa conheceu toda a extensão do assunto e revelou a irasci­bilidade que lhe povoava a alma. Fez com que o marido se do­brasse aos seus caprichos. A escrava foi separada dos dois filhos e vendida para uma região palustre, onde encontrou logo depois a morte pela febre ma­ligna. Os filhos, metidos no tronco, padeceram vexames e flagelações em frente da senzala. Acusados de ladrões pelo capataz, a mando da senhora, passaram a exibir pesada corrente no pescoço ferido. Viveram então debaixo de humilhações incessantes; em poucos meses, mi­nados pela tuberculose, desencarnaram e foram reunir-se à genitora revol­tada, formando um trio perturbador que sustentava sinistros pro­pósitos de desforço. (Cap. VII, pp. 95 a 97) (Continua no próximo número.)   


 


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