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Em dezembro de 1961, um certo
Anélio Gilbertoni, morto três meses antes, mandou um
recado para a ex-noiva, Marina. Ela
estava atormentada. Afinal de contas, tinha aconselhado
o noivo a se submeter
a uma cirurgia de úlcera e ele morrera na mesa de
operação. O morto voltou
para pedir
calma, paciência, paz: "Não chore mais, sua dor quase me
anula. Ampare-me. Eu
também sofro. Não use entorpecentes. Não tente
encontrar-me abandonando
o corpo terrestre". Em
seguida, tratou de inocentar o médico: "Rogo a você e a todos
os nossos que não culpem o médico. Não houve imperícia. A
operação cirúrgica era simples, mas deveria terminar
como terminou.” O
texto, como muitos outros, acabava com um estímulo à
caridade: "Trabalhe, Marina.
Há quem sofra muito mais que nós mesmos.
Repare nos abandonados e nos infelizes".
Do livro As vidas de Chico Xavier,
de Marcel Souto Maior.
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