Histórias do cotidiano
Dona Leda me liga com visível aflição. Antecipa
informações sobre a consulta do filho que vem me
ver amanhã. Leo está desempregado. Está gastando
a mesada em drogas e tatuagem. O problema de
agora é que ele quer morar sozinho e atormenta a
mãe para permitir sua saída de casa.
Tia Carmem manda no Messenger a foto da
sobrinha na cadeira de rodas. Há 3 meses Renata
não tem mais a autorização do convênio para
prosseguir na fisioterapia. O que faremos?
Diogo saiu apressado de casa e esqueceu os
cadernos. Seu pai se propôs a levá-los ao
colégio. Mas entre as folhas dos cadernos
percebe pequenos volumes de maconha. Diogo nos
últimos meses andava agressivo, irritadiço.
Parou de tomar meus remédios. Piorou muito suas
notas na escola. Levanta à noite para atacar a
geladeira.
A avó de Tiago acorda assustada com um
telefonema. Já é alta madrugada. O menino, hoje
com 17 anos, tem chegado muito tarde a casa.
Pais separados, é a avó quem o cria. O
telefonema não traz notícias nada boas. Tiago
foi preso com traficantes quando foi comprar
drogas. A família foi requisitada às pressas
para acudi-lo.
Marcela está agora com 7 anos. Tem convulsões e
usa doses altas de remédios fortes. Foi de
urgência para a UTI. O remédio novo provocou uma
alergia grave pipocando toda a pele e produziu
muita falta de ar.
Seu Antenor adiantou a consulta. Teve duas
crises de pânico muito fortes. Semana passada
recebeu a visita da filha do primeiro casamento.
Trouxe notícias do inventário iniciado logo após
o falecimento da mãe. Sem mais nem menos a
madrasta entra na conversa e dispara verborreia
agressiva contra a enteada. A visita saiu
constrangida, o pai se descontrola e voltam suas
crises de intensa ansiedade.
Lição de casa
Agradeçamos a Deus quando nosso núcleo familiar
está saudável e não corre riscos.
Nada vale tanto como momentos de pura alegria
com uma família acolhedora.