Joias da poesia
contemporânea

Autoria: Antero de Quental

 

Voz do túmulo


Ante o negrume do jazigo aberto,

Interroguei, chorando, ansioso, um dia:

— Onde guardas o monstro que me espia,

Gemendo à espreita do meu passo incerto?

 

Maldito sejas, leito recoberto

De miséria de angústia e de agonia!

Onde acabas, garganta escura e fria,

Sob o pavor da morte que vem perto?

 

Mas, divina e triunfal, no mesmo instante

Uma voz respondeu do abismo hiante:

— Foge ao tremendo engano que te invade!

 

No paço estreito destas sombras mortas,

Escondo o brilho das divinas portas

Que abrem a glória da imortalidade!

 
Do livro Palavras sublimes
, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita