Os parentes falecidos
Tu que hoje recebes o consolo e a orientação do ensino
redivivo do Senhor, em espírito e verdade, lembra-te
amorosamente dos companheiros que retornaram, antes de
ti, à Pátria Espiritual, muitos deles presentemente em
amargurosos conflitos consigo mesmos.
Legiões de irmãos desencarnados somente conseguem
renovar o próprio destino, pejado de sombra, com as
vibrações mentais de carinho e de apoio que lhes são
endereçadas pelos corações que lhes iluminam a memória
na esfera dos homens.
O teu próximo igualmente vive do lado de cá…
O parente e o amigo que já partiram não despareceram…
Encasulado que ainda te encontras na carne, não sigas
indiferente à vida diversa em que te aguardam,
necessitados de simpatia.
Quantos deles te ensinaram! Quantos te serviram!…
Muitas das tuas brilhantes conquistas de agora foram
levantadas na base das vigílias, das aflições, do suor e
das lágrimas que sofreram…
Agradece-lhes a solicitude e o devotamento.
Sê reconhecido à boa vontade daqueles que te instruíram.
Falta eventual de notícias não exprime constante
ausência.
Entre os que ficam na Terra e os que demandam o Além, as
relações pessoais continuam. Todas as almas afins já
viveram milênios em comunhão afetiva e prosseguirão
vivendo reunidas na Eternidade, que, aliás, nos expressa
o caminho para a ascensão comum.
Reencontrarás, proximamente, todos os que se foram…
Não lhes removas a presença do templo íntimo.
Não só as ondas emocionais de recriminação ou sarcasmo
lhes torturam a vida, mas também, o esquecimento e a
frieza lhes martirizam as fibras da alma.
Através da lembrança, envia-lhes motivações de estímulo
e coragem que se lhes soergam as forças!…
Tua mensagem mental de ternura e gratidão ser-lhes-á
abençoada luz no nevoeiro, porta aberta à libertação,
vigorosa energia ao refazimento.
Reconfortam-se em tuas meditações.
Socorrem-se no culto de amor que lhes consagras.
Aliviam-se em tuas preces.
Mentaliza construtivamente todos aqueles que relacionas
como sendo os teus queridos finados, os teus entes
inesquecíveis, os mortos imaginários que te encharcam a
alma de fel e pranto, fazendo que a tua saudade possa
render bons pensamentos, em favor deles, por intermédio
das boas obras.
Se hoje não lhes consegues ver a forma nem
auscultar-lhes as dores íntimas, tanto quanto ontem,
podes amparar e atender aos desventurados que te
renteiam os passos na existência diária, por eles
considerados qual nova família do coração.
Faze da caridade incansável o ponto marcado de
reencontro ideal, cada dia, com todos eles.
E interroga a ti mesmo: — De quantos não sou cúmplice
dos enganos e das quedas que neste momento os fazem
chorar?
Do livro Caderno de mensagens,
obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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