Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Lar


Geraldinho, o filhote de dona Coruja


 

Filho de dona Coruja, Geraldinho era muito observador! Olhos grandes bem vivos que a tudo, tudo, tudo podia observar. Este é o talento que Deus
deu a todas as corujas e que elas sabem aproveitar, pois viram a cabeça de um lado outro sem se enroscar!

Geraldinho era uma corujinha buraqueira esperta e reclamona. Filho de do seu Arnaldo, que era o guarda da noite da floresta e estava sempre a avisar: urruuuu, urrum, quando alguém ouvia seu grito, sabia que algum perigo estava a rondar..

Sua mãe era bondosa pedagoga, que toda bicharada sabia respeitar, tinha muita sabedoria e todo mundo podia notar.

Ele tinha também um irmãozinho, de nome Humberto, mas era de “Tinho” que dizia se chamar!

Geraldinho, tão logo aprendeu a voar, começou a observar indignado que sua casa era no chão:

– Não somos minhocas, tampouco tatus, somos aves iguais aos urubus, por que nossa casa não é nas arvores ou nas pedras altaneiras? Por que nos misturar com as marmotas, nos sujando com esta terra vermelha?  dizia ele sem parar.

Sua mãe, sempre jeitosa, tentava ensinar o menino:

– Coruja buraqueira, seu nome tudo diz, cada um tem sua vida organizada onde Deus quis! Não fique assim tão revoltado, entenda que o evangelho diz que na casa do Pai há muitas moradas e procure ser feliz!

O bichinho calava-se respeitoso, mas não compreendia a lição, passava dois dias e de novo a mesma reclamação. Para completar sua tristeza, num dia de voo matutino viu dona águia trazendo alimentos em seu biquinho.

Acompanhou o voo tão garboso à distância para não incomodar, via o bicho pousando destemida do alto de um jatobá.

 Aquilo sim era casa! – pensou desdenhoso.  Moram no alto, deve ser tudo lindo, maravilhoso!

A águia por sua vez, preparando-se para pousar em seu leito, verificou com pesar que a comida que vinha trazendo não dava nem pra começar, pois eram muitos biquinhos abertos esperando um pedacinho de almoço, todos piando juntos, um tremendo alvoroço!

Como se não bastasse a algazarra para se alimentar, um dos filhotes da águia subiu na borda do ninho para melhor se posicionar, mas desequilibrou-se e caiu no abismo rumo ao chão. Geraldinho levou um susto que fez bater forte seu coração, vendo o bichinho cair direto para a mata, certamente sem salvação! Mas o papai águia também estava por perto e num voo rasante e esplêndido, depois de ouvir o grito desesperado da mãe águia, agiu rápido e salvou o filho com as garras, colocando-o de volta no ninho.

Geraldinho pensava com bastante emoção que vida custosa as águias tinham, com tantos filhotes levados e que perigo a linda casa oferecia. Como se não bastasse, logo após o resgate, começou a chover forte, mãe águia cobriu os bichinhos recebendo, porém, toda a chuva e molhando seu corpo todinho.

Geraldinho começou a considerar:

– Minha casa fica no chão, mas não tem perigo de cair. Às vezes, reclamo durante a chuva que nosso buraco fica encharcado, mas logo a água é absorvida e a chuva ajuda a refrescar e fazer nascer a pastagem, ajudando nossa casa camuflar!

Voou para casa resignado. Lá chegando encontrou seus pais e seu irmãozinho Tinho e foi logo dizendo:

– É, mãezinha, a senhora tinha mesmo razão. Deus sabe o que faz, a gente mora no chão, mas tem seus benefícios e eu posso voar onde quero e depois, em paz ficar, pois o chão é seguro, daqui não se tem como passar... hahahaha

– Sim – respondeu a mãe bondosa. – Tudo está certo onde Deus colocou! Nascemos no lugar e com as pessoas corretas e precisamos aceitar que cada casa e mesmo a família têm seus defeitos, temos que enxergar, mas o lar é o ambiente de luz em que Deus nos permite morar.

Papai coruja caladão também resolveu interferir:

– Devemos dar graças pela casa que temos! Não importa onde for, e construir um lar com Jesus é nossa grande missão de amor!


Texto de Aline de Paula e Silva, extraído do site Aulas para Evangelização Infantil: para acessar, 
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