|
É egoísmo
cuidar de nós?
Devemos reconhecer que,
na vastidão da vida,
poucas coisas possuem
real importância; tanto
as boas quanto as ruins
são passageiras,
deixando apenas lições
que se eternizam na
consciência.
Ao encararmos a dor,
percebemos que ninguém
pode cuidar de nós
melhor do que nós
mesmos. É somente quando
nutrimos em nosso íntimo
a compaixão, a
misericórdia e a afeição
que conseguimos estender
esses sentimentos aos
outros.
Imagine um jardim:
quanto mais o
cultivamos, mais
esplendoroso floresce.
Ao priorizarmos nosso
bem-estar, substituímos
a batalha incessante por
expectativas e cobranças
pela fé vibrante e
serena. A mente, com sua
energia, reflete o que
emitimos; e o que está
além do nosso alcance,
não nos cabe carregar.
Allan Kardec nos lembra
que "aquele que se
esforça seriamente por
melhorar assegura para
si a felicidade, já
nesta vida."
Cuidar de si é um ato de
amor, não de egoísmo. É
saber que nossa essência
é a única capaz de
compreender nossos
anseios e organizar
nossa jornada. Assim
como o sono reparador
alimenta os sonhos, o
autocuidado fortalece
corpo e alma, permitindo
que, com leveza, nos
desliguemos
emocionalmente sem
perder a ternura pelos
outros.
Cultivar bons hábitos,
com reflexões diárias,
palavras que edifiquem,
ações no bem e uma
rotina pessoal saudável
é plantar sementes que
florescem em equilíbrio
e bem-estar. Não digo
que seja fácil, é
trabalhoso, porém
possível, se almejamos
um dia de serenidade. E,
nesse constante cuidar
de si, encontramos a
poesia de viver, onde
cada gesto de
amor-próprio reflete a
espiritualidade que nos
torna inteiros.
Arnaldo Divo Rodrigues
de Camargo é diretor da
Editora EME.
|