Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

O pai é essencial para a criança


O Pai se escreve sempre com P grande

em letras de respeito e de tremor

se é Pai da gente. E Mãe, com M grande.

O Pai é imenso. A Mãe, pouco menor.

Com ela, sim, me entendo bem melhor:

Mãe é muito mais fácil de enganar.

(Razão, eu sei, de mais aberto amor.)

Carlos Drummond de Andrade


Toda criança precisa de um pai.

O papel do pai não se restringe à função de provedor ou à figura de autoridade.

Na realidade, a presença ativa, afetuosa e constante do pai nos primeiros anos de vida de uma criança pode influenciar positiva e profundamente a forma como ela própria se perceberá, relacionar-se-á com as pessoas, o mundo, e se desenvolverá ao longo da vida.

A criança que cresce com um pai presente, que demonstra amor, carinho e apoio, está mais sujeita a um desenvolvimento mais saudável e pleno.

O simples fato de o pai brincar com o filho, ouvir o que ele tem a dizer, colocá-lo no colo ou cantar para ele, reforça um sentimento de validação e de autoconfiança.

Pessoas que na infância contaram com a presença ativa de um pai, amoroso e  emocionalmente acessível, tornam-se mais confiantes, autônomas, empáticas e resilientes.

O pai tem um jeito único de interagir, que é distinto da mãe. Enquanto a mãe tende a ser mais protetora, segundo uma perspectiva mais receptiva, acolhedora, o pai, por exemplo, costuma encorajar no filho o risco controlado, o desafio e a descoberta. Isso ativa áreas do cérebro da criança relacionadas ao raciocínio lógico, à resolução de problemas e à tomada de decisão – aspectos fundamentais à autorrealização.

Na infância, ainda,  o pai assume a função de mediador social. Ao levar o filho à escola, ao parquinho, ao supermercado ou a uma caminhada no bairro, o pai contribui para que ele aprenda a se comportar em diferentes ambientes e a interagir com outras pessoas.

A presença paterna também é essencial para o estabelecimento de limites e regras de forma saudável, ensinando ao filho, desde cedo, diálogo, escuta ativa e coerência nas atitudes.

Firme e respeitoso, o bom pai mostra à criança que é possível ser exemplo de autoridade sem o uso do medo ou da violência. Por sua vez, isso contribui para a vivência de um vínculo baseado em admiração e confiança.

Óbvio: não existe pai perfeito. Mas há, sim, pai que tenta, que erra e acerta, que está bastante presente e muito disposto a fazer parte da história do filho.

A boa notícia é que a paternidade é uma construção cotidiana e possível para qualquer homem disposto a aprender e se conectar.

E você? É um pai presente na vida do seu filho?


Notinha

Nem sempre é possível contar com a presença do pai biológico. Isso pode acontecer por vários motivos: separação, falecimento, abandono, entre outros.  Nesse caso, é importante que outra figura masculina, um avô, um tio, um padrasto ou até um amigo da família, exerça esse papel de referência saudável para a criança.

   
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita