O poder de ver com bons olhos
A Doutrina Espírita ensina que a melhor forma de
dissiparmos as sombras pessimistas que nos cercam é por
meio da retificação dos nossos hábitos, da correção das
nossas tendências inferiores e da evitação das queixas.
O processo de transformação começa com o reconhecimento
sincero de nossas imperfeições. Todos estamos em uma
jornada contínua de aprendizado e aprimoramento.
Enfrentar dificuldades é parte desse processo evolutivo,
pois são elas que nos impulsionam para a mudança interna
e o autoconhecimento.
A crítica ao próximo é uma tendência muito comum, e a
Doutrina Espírita nos convida a refletir sobre isso. Ao
invés de apontarmos os defeitos dos outros, somos
chamados a olhar para nós mesmos e corrigir nossas
próprias falhas. A verdadeira transformação não é só
sobre apontar erros, mas sobre se tornar exemplo de
mudança interna. Quando mudamos a nós mesmos, impactamos
positivamente os outros e, consequentemente, a
sociedade.
A metáfora do "cisco no olho", presente no Evangelho, é
uma poderosa lição. Antes de ajudar alguém a retirar o
cisco do seu olho, devemos cuidar do nosso próprio
olhar. Muitas vezes, somos rápidos em julgar, mas o
processo de autocrítica é fundamental para evitar que a
crítica se torne uma arma destrutiva. A crítica sem
compreensão gera apenas negatividade, e o primeiro passo
para a transformação é compreender o quanto nossas
percepções podem estar distorcidas.
Esse ensino evangélico reforça a ideia de que, para ser
um bom auxiliar, devemos primeiro ser um bom exemplo. A
mudança começa em cada um de nós. Quando decidimos olhar
para dentro e refletir sobre nossas atitudes,
desenvolvemos a capacidade de ver o outro com mais
empatia e compreensão. Esse processo é essencial não
apenas para nossa evolução espiritual, mas também para o
bem-estar coletivo. Quanto mais pessoas decidirem
trabalhar suas imperfeições, mais seremos capazes de
criar um mundo mais harmonioso e justo.
Portanto, o processo de transformação não é algo que
depende exclusivamente de fatores externos. Quando
decidimos ser melhores para nós mesmos, estamos
automaticamente contribuindo para o bem-estar de todos
ao nosso redor. É assim que, pouco a pouco, podemos
transformar o mundo com nossas ações e atitudes.