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por Hugo Alvarenga Novaes

 

Espiritismo e nossa 
consciência


Uma das principais características do Espiritismo
 é que, como disse Jesus: "A cada um será dado segundo suas obras" (Mateus 16,27). Essa ideia é confirmada por Paulo, que afirmou: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Coríntios 5,10).

Esses versículos bíblicos — Mateus 16,27 e 2 Coríntios 5,10 — ficam gravados na consciência dos verdadeiros espíritas, pois sabem que os efeitos de seus atos determinarão o que lhes acontecerá no futuro. Em outras palavras, colherão os frutos do plantio atual. Estão certos de que “toda causa tem sua consequência” e conhecem bem a lei de Ação e Reação. Por isso, os atos praticados por muitos adeptos da Doutrina Espírita são mais refletidos, pois eles sabem que o plantio de hoje será a colheita de amanhã. Além disso, as boas obras que praticarem — que, no fundo, beneficiarão a eles mesmos — não anulam, de forma alguma, os erros que eventualmente cometerem.

Esse raciocínio confirma as palavras de Cristo no célebre Sermão da Montanha, quando declarou, ao pé do monte: "Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil" (Mateus 5,26).

No entanto, para a maioria dos seguidores de outros credos, o que mais importa é a fé, e não as obras.

Imaginem: um homem que, durante toda a vida, rouba, estupra, mata, não respeita ninguém, não crê em nada. Já velho, arrepende-se, passa a frequentar assiduamente uma religião e, certo dia, morre subitamente dentro da igreja, com a Bíblia nas mãos. Pronto! Segundo alguns, ele vai direto para o céu. Os crimes que cometeu antes não seriam levados em conta. Nesse momento, esquecem-se de que responderemos por nossos feitos, por menores que sejam — como ensina Mateus 5,26. Tampouco se lembram de Tiago, que advertiu: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tiago 2,20).

Temos consciência de que tanto no Espiritismo quanto em outras religiões existem ladrões, assassinos, entre outros, assim como também há homens verdadeiramente bons.

Mas convenhamos: de forma geral, é muito mais fácil seguir outra religião do que a Doutrina Espírita — especialmente aquelas em que não se assume compromisso com nada, nem mesmo com a própria consciência. Basta frequentar a igreja regularmente e, principalmente aos olhos dela, o “Reino do Céu” estará garantido. Ao contrário do verdadeiro espírita, que sabe que seu futuro será, inevitavelmente, consequência de seus atos presentes. Ele tem plena certeza do ensinamento bíblico: 
“Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver semeado”
 (Gálatas 6,7).


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita