Tema: Amor
O colar de turquesas azuis
O homem estava quase fechando a loja, quando a garotinha
entrou.
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Ela tinha olhos da cor do céu e pediu para ver o colar
de turquesas azuis que
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estava na vitrine. |
O dono da loja a olhou desconfiado e lhe perguntou
quanto dinheiro ela tinha.
Ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e
foi desfazendo os nós, colocando todas as moedas sobre o
balcão.
“Isto dá, não dá? Quero comprar o colar para a minha
irmā mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida
da gente e não tem tempo para ela. Quero dar o colar
para ela, hoje, porque é dia do seu aniversário."
O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em
um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez
um laço caprichado com uma fita verde.
"Tome", disse para a garota, "leve com cuidado."
Ela saiu feliz, saltitando pela rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de
cabelos loiros, longos e maravilhosos olhos azuis,
adentrou a loja.
Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito
e indagou:
"Este colar foi comprado aqui?"
"Sim, senhora."
"E quanto custou?"
"Ah", falou o dono da loja, "o preço de qualquer produto
da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o
vendedor e o freguês."
A moça continuou: "Mas minha irmā somente tinha algumas
moedas. O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria
dinheiro para pagá-lo!"
O homem tomou do estojo, refez o embrulho com extremo
carinho, colocou a fita e devolveu à jovem.
"Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode
pagar" – disse ele. – "Ela deu tudo o que tinha."
O silêncio encheu a pequena loja e duas lágrimas rolaram
pelas faces jovens, enquanto suas mãos tomavam do
embrulho e ela retornava ao lar, emocionada.
(Adaptação do texto de Wallace Leal
Rodrigues, publicado no jornal Mundo Espírita n⁰1465 em
agosto de 2006.)