A exemplo dos girassóis
O girassol, planta que admiramos tanto, servirá de
referência para o nosso artigo,
em uma correlação com a iluminação espiritual; a sua
luta diária pela sobrevivência em plena natureza vem de
uma cultura milenar iniciada por índios na América do
Norte. Sua movimentação cotidiana em busca da luz
inicia-se com os girassóis posicionados para leste, ao
nascer do sol, e girando até o oeste, encerrando o ciclo
diário quando ocorre o pôr do sol.
O processo levou pesquisadores botânicos a explorar essa
rotina; descobriram que existem hormônios de crescimento
vegetal que regulam a vitalidade e o crescimento dos
caules, por isso a necessidade de luminosidade, como
energia. Em experiências em locais pouco iluminados ou
sem claridade, constataram o atrofiamento das plantas.
Comparando-se ao ser humano: somos sabedores de que, sem
conhecimento edificante, não há progresso moral. O
conhecimento é contante e contínuo, não há que se
duvidar. Da mesma forma, o sol é essencial à nossa saúde
(no sentido biológico), quando penetra de maneira
equilibrada em nossa pele, com os devidos cuidados na
exposição solar.
Sol é Vida! E torna-se imprescindível à saúde humana,
animal, vegetal e de todos os seres vivos na Terra. Para
os girassóis a constante luz do astro-rei lhes
propiciará a manutenção de seu ciclo vital e a sua
subsistência regulada pelo hormônio denominado auxina
(substância essencial no crescimento dos vegetais), que
faz indiretamente o caule acompanhar a luz solar, uma
vez que, concentrada, a auxina estimula a mudança para o
outro lado, aquele com mais iluminação, favorecendo que
a flor, em formato de bandeja, gire na direção do sol.
Quando a luz acaba no final do dia, o ciclo cotidiano
fará a planta retornar para a posição inicial. Assim, os
girassóis recomeçariam no dia seguinte a mesma
movimentação, denominada de heliotropismo. Esse estágio
termina quando os girassóis atingem a maturidade e
cessam esse famoso “vaivém”; sobrarão as sementes no
final do ciclo vital, para novas plantações.
De modo igual, o princípio inteligente precisará
procurar se fortalecer em informações benéficas para se
adiantar na escala espiritual – numa analogia, buscar a
luz da instrução para se nutrir e crescer
espiritualmente. Contudo, existe um detalhe primordial
entre o girassol e o espírito: este evoluirá plenamente;
após um percurso ascendente, o ser inteligente não
retrograda; poderá estacionar, em função do
livre-arbítrio, entretanto, a tendência de todos é
seguir rumo à plenitude.
Da mesma forma, como os girassóis que se abrem ao sol, o
ser imortal – esclarecido e com adiantamento já
acumulado – procurará se nortear pelo preceito certo,
puro e real rumo ao progresso evolutivo permitido a
todos os filhos do Criador, indistintamente. Para tanto,
a Terra recebeu Jesus como esse Caminho, Verdade e Vida
e ele nos ofertou inúmeras lições enobrecedoras a esse
respeito.
A planta, terminado seu biociclo, deixará seus grãos
para continuação da espécie. O espírito se renovará em
aquisições ético-morais, por meio das inevitáveis
vivências, para seu aprendizado particular, na matéria
ou no plano extrafísico; no futuro, alcançará o
progresso, quando destituído das imperfeições
pregressas, após toda a escala percorrida em termos
espirituais.
Nossos pedidos em momentos angustiosos à Inteligência
Suprema do Universo não serão em vão diante das dores
coletivas que acompanhamos, presenciamos e/ou
vivenciamos no planeta, precipuamente, em regiões
brasileiras assoladas pelos crimes, devastações
climáticas ou crises econômicas, porque essa Força
Superior às nossas percepções tudo sabe e em tudo nos
provê.
Suportar sem queixumes e com destreza os descalabros,
confiantes n’Aquele que nos deu a Vida, foi uma das
propostas do Mestre Nazareno a todos nós que o seguimos,
ao afirmar que ninguém irá ao Pai senão por ele.
Diante disso, nossas súplicas ainda soarão acanhadas,
por desconhecermos se realmente poderíamos emiti-las, ao
compreender que a justiça divina é branda e nunca
punitiva. Ao recebermos, seja o bem ou mal nesta Terra,
será para o nosso aprendizado. Daí nossas rogativas
soarão vazias se não depositarmos fé no porvir, e também
na vida futura que seguirá, seja no plano físico ou
invisível.
Como retrata a letra e a tradução da bela e inesquecível
canção americana “Over The Rainbow” (“Além do
Arco-Íris”), título original, nós seguiremos em busca de
lugares ditosos e melhores. Trabalhemos agora por
merecê-los, com esperanças renovadas perante o futuro
que nos pertencerá, e quando no tempo vindouro as
tristezas e as agruras se desanuviarão.
À vista disso, busquemos a luz do esclarecimento
salutar, da mesma forma que a natureza faz com que o
tempo passe, o vento leve e a chuva lave renovando o
meio ambiente, bem como o sol que renasce radiante em
novo dia e propicia aos girassóis se firmarem em função
de sua luz diária.
Enfim, o princípio inteligente, uma vez iluminado pelas
aquisições produtivas, facultar-lhe-á essas centelhas
instrutivas através de seu esforço em prol de seu
autoaprimoramento.
Roni Ricardo Osorio Maia reside em Volta
Redonda (RJ).