O problema da liberdade
Em verdade, o direito vem libertando os cidadãos da
escura nódoa do cativeiro, no vasto círculo dos povos…
Decretos e proclamações glorificam a liberdade…
Entretanto, o Homem, privilegiado herdeiro da
inteligência, no mundo, ainda continua escravo adentro
de si mesmo…
Pesados grilhões acorrentam-no à inferioridade e à
sombra, convertendo-o em fantasma de dor e treva, quando
poderia erguer-se à condição de semeador de alegria e de
luz…
Mais que o rebenque dilacerante dos antigos capatazes de
fazenda, a ira enrijece-lhe o coração, a avareza
enregela-lhe o íntimo, a crueldade aguilhoa-lhe o
sentimento, a incompreensão vergasta-lhe a alma e a
ignorância espanca-o, infatigável, ferindo-lhe a mente e
a carne com os azorragues de seu nefasto domínio…
Não valem ordenações terrestres de liberdade para os
instintos desabridos e será sempre perigoso ditar
direitos humanos para seres racionais que se
bestializam…
Só a educação pode produzir o milagre da regeneração
comum porque, sem o Homem Renovado para o Infinito Bem,
o mal se aproveitará de nossa desorientada independência
para ampliar a infinita penúria…
Não hesitemos.
A única propriedade inalienável da criatura é a sua
própria alma à frente do Criador e Pai.
Somos aquilo que criamos em nós próprios.
Temos o que detemos, assim como recolhemos o que
semeamos.
Liberemos nossas forças para a estruturação de novos
destinos sob a Inspiração de Jesus.
Enquanto o amor e a humildade não estabelecerem o seu
império sobre nós, seremos invariavelmente vítimas
potenciais do ódio e do orgulho, ameaçando a nossa
própria felicidade pela autoescravização no sofrimento.
Não nos esqueçamos de que os grandes missionários da
justiça emancipam as nações, mas somente nós mesmos
poderemos redimir nossa alma cativa na Terra para o voo
sublime à gloriosa e definitiva libertação.
Do livro A Verdade Responde, mensagem
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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