Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Ah, um jardim…


No mistério do sem-fim
Equilibra-se um planeta
E, no jardim, um canteiro
No canteiro, uma violeta
E, sobre ela, o dia inteiro
A asa de uma borboleta.
Cecília Meireles


Tenho na memória o roseiral da minha avó, o pomar na fazendinha, morangos e pêssegos, o jardim na casa da minha mãe, antes de mudarmos de cidade, os pinheiros e os lírios.

Creio que foram nesses primeiros espaços que desenvolvi compreensão sobre estações, amor profundo pelas árvores e flores, conexão estreita com a natureza. Não é à toa que até hoje me sinto muitas vezes “bicho do mato” e, como o Manoel Barros, dou muito “respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.”

Em jardins ou hortas, o cultivo de plantas pode gerar atividades diversas para serem compartilhadas com as crianças: preparo dos vasos e/ou canteiros; semeadura e acompanhamento do crescimento das plantas; limpeza dos canteiros e vasos; colheita de hortaliças etc.
As crianças apreciam criar coisas com as mãos. É oportuno deixá-las sentir a textura da terra, responderem sob a supervisão dos adultos pelo plantio de sementes e mudas. Regar, adubar, cuidar. Observar.

Os pais podem incentivar nos filhos o hábito saudável de terem um espaço reservado para as plantas em casa. E plantas que sejam resistentes, fáceis de cuidar e seguras para as crianças: alecrim, manjericão, suculentas, girassol…

Juntos, pais e filhos, dar significado cotidiano à relação do ser humano com a natureza. Isso estimula, de um modo tranquilo, tanto a curiosidade sobre ciência quanto noções de ecologia.

Na minha casa há um jardim e recentemente plantamos um ipê-branco - ele ainda não floresceu, mas está decidido a crescer bonito.
No dia a dia, incentivo minha filha a cuidar das plantas, zelando com carinho pelas rosas e as orquídeas…

Creio que essas atividades são terapêuticas também, especialmente para ela que hoje é uma adolescente, sentindo a pressão do ensino médio, os anseios próprios da idade… Ali, no jardim, ela relaxa, adquire clareza mental, alívio, paciência, resiliência. Toma sol…

E você? O que você e seu filho, sua filha, cultivam em casa?

Notinha

É útil definir um horário para cuidar das plantas, oferecendo ao filho pequeno tarefas diárias para motivar interesse e também o senso de responsabilidade. Além disso, é importante comemorar com a criança cada etapa do crescimento das plantas, despertando nela o amor pela natureza desde cedo. 


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita