Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

É bom ser bom 


Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como ela trata suas crianças.
 Nelson Mandela


A pessoa bondosa é benigna, pacífica, benevolente. Possui uma natureza amável, gosta de fazer o bem aos outros, e o faz com afeto, empatia, respeito.

Quando somos bons, além de facilitar nossa própria vida, facilitamos a vida dos outros, contribuindo com a cultura da paz, de uma cidadania tolerante, solidária. Estamos mais alinhados ao Evangelho de Jesus. Por isso a necessidade de ensinar às crianças o valor da bondade. Nesse encalço, o exemplo é a melhor ferramenta pedagógica. O exemplo do adulto estimula a criança mais do que muitas palavras. E seu efeito é muito mais profundo.

Tenho na memória uma cena da minha infância: assisto à minha mãe fazer curativos em um menino que, na época, tinha na barriga e nas pernas queimaduras severas. Obediente ao tratamento médico, em um estágio posterior à fase hospitalar, ela lhe dava banhos e fazia os curativos, e isso até ele ficar forte e curado. Isso me marcou profundamente e às vezes sinto que minha própria ligação com crianças, educação, escolas, tem a ver com esse exemplo, um quadro inspirador guardado no meu coração …

No dia a dia, as crianças podem aprender que o melhor jeito de conviver é buscando ajudar, cooperar, compreender no lugar de agredir, ignorar, maltratar…

Claro que não é tarefa fácil ensinar bondade para os nossos filhos. Mas vale a pena insistir no desenvolvimento do apreço pela bondade, e desde o começo da vida. Assim espera o Cristo de cada um de nós.

Atitudes simples em casa são capazes de fomentar a bondade: o uso das palavras mágicas (por favor, obrigada, desculpa etc.); a prática diária da gratidão (sentir-se agradecida a criança pelos brinquedos, comida à mesa, pelos passeios, pela cama quentinha no frio, o gatinho, o livro de histórias etc.).

Crianças gostam de colaborar. Motivá-las a ajudar nas tarefas domésticas ensina o espírito colaborativo, a noção de interdependência, respeito. Isso, por sua vez, fortalece a bondade, a alegria, o contentamento.

Quem não quer ver os filhos alegres, felizes? Motive então seu filho pequeno a ser gentil, prestativo, bondoso. Crescerá mais resiliente, mais satisfeito, mais saudável, mais consciente sobre a relevância de um ambiente pacífico, guiado pela amabilidade e o afeto. Concorda?

 

Notinha

Na correria do dia a dia, é fácil esquecer a importância da prática da bondade com nossos filhos. Contudo, gestos simples vão facilitar esse aprendizado: o uso de palavras gentis. Por exemplo, comece o dia com um “bom dia” e um sorriso no rosto; evite corrigir se estiver nervoso, desequilibrado, respire primeiro (inspire contando mentalmente 1, 2, 3 e expire contando 1, 2, 3, 4, 5, 6); elogie os esforços e conquistas de seu cônjuge e de seus filhos; esteja presente e crie com sua família memórias afetivas, felizes.
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita