|
Natural de Bebedouro (SP), onde reside, Paulo
Eduardo Sampaio (foto) é bancário
aposentado e, nas lides espíritas, vincula-se ao
Centro Espírita do Calvário ao Céu e à Casa
Assistencial Espírita Allan Kardec, de sua
cidade, colaborando como voluntário nas duas
instituições. Nesta entrevista ele nos fala
sobre sua vivência espírita.
Como conheceu o Espiritismo?
Conheci o Espiritismo através de meu irmão
Geraldo Sampaio Junior, a quem sou muito grato,
que certo dia, muitos anos atrás, colocou-me um
livro nas mãos, pedindo para que o lesse. Era O
Livro dos Espíritos. Recordo-me de que o li
avidamente! Eu era católico, mas naquele livro
encontrava as respostas que tanto procurava. Ao
final da leitura, disse a mim mesmo: ... sou
espírita. Aproveito para destacar a importância
da divulgação do livro espírita. Tenhamos o
hábito de presentear e até mesmo “esquecer”
livros nos lugares mais diversos.
Você considera que o Espiritismo o conquistou
para ser estudado, meditado, divulgado?
Eu diria que o Espiritismo é a essência da minha
vida! Quanto mais estudamos essa Doutrina
abençoada, mais queremos conhecê-la! À medida
que vamos meditando com mais profundidade nos
postulados espíritas, percebemos quanto temos
ainda para trabalhar em nós mesmos. Mas, a
alegria e a gratidão a Jesus e a Kardec nos
movem no sentido de compartilhar. Então, com um
sentimento até de dever, temos tentado
trabalhar, de forma bem singela, mas com muito
amor, na divulgação do Espiritismo.
Sua vinculação com o CE do Calvário ao Céu, em
Bebedouro, como ocorreu?
Busquei essa Casa Espírita logo após as
primeiras leituras, interessado que estava no
estudo mais aprofundado da Doutrina. Creio que o
ano era 1991. Fui junto de meus irmãos e fomos
recepcionados com muito carinho. Não me esqueço
como esperava ansiosamente o dia dos estudos,
que eram coordenados por um amigo muito querido,
que foi nosso mestre e orientador, Alceu Magro,
já desencarnado. O Alceu me concedeu a
oportunidade de iniciar-me no trabalho da Casa e
assim prosseguimos. Alguns anos depois, recebi
convite de outra Casa para trabalhar, a Casa
Assistencial Espírita Allan Kardec, à qual estou
também vinculado até hoje, com muita alegria.
Como tem sido sua experiência com as palestras?
Comecei a realizar palestras há sete anos. Foi
uma experiência desafiadora. Tive que vencer uma
certa timidez e o fato de não me sentir
preparado para tal trabalho. Mas agradeço muito
aos amigos e amigas, que participavam comigo de
grupos de estudos desde longa data, e que me
incentivaram a essa tarefa. Percebi como foi
importante ter trabalhado como facilitador
nesses grupos de estudo, nos possibilitando uma
base segura de conhecimento. Cada convite que
recebemos para uma nova palestra é uma alegria
muito grande ao nosso coração!
Sobre a experiência virtual, o que gostaria de
dizer?
Eu diria que a experiência virtual foi uma
bênção “do Alto”! Começamos com esse trabalho
desde o início da pandemia, e continuamos até
hoje, graças a Deus e a Jesus! A facilidade de
levar a mensagem aos mais diversos rincões é
maravilhosa! Quantos amigos conhecemos! quantos
corações afinados na mesma busca espiritual!
Muitos que não são espíritas e têm a
oportunidade de conhecer a Doutrina na
tranquilidade de seus lares! Quantos
impossibilitados de buscar a Casa Espírita e que
agora têm a seu dispor uma gama de
possibilidades de aprendizado e consolo.
O que mais lhe chama atenção na Doutrina
Espírita?
O que mais me chama atenção na Doutrina Espírita
é perceber quanto ela realmente é o Consolador
prometido por Jesus. Como o Espiritismo projeta
luz nos ensinos do Cristo até então pouco
compreendidos, e como nos esclarece sobre outras
questões que à época Jesus não poderia tratar,
dada a nossa pouca maturidade espiritual! É
impressionante pensar sobre os princípios
fundamentais sobre os quais a Doutrina se apoia,
pois são princípios da natureza, da Lei de Deus,
que agora são explicados com clareza: Deus,
imortalidade da alma, comunicabilidade dos
Espíritos, reencarnação e pluralidade de mundos
habitados.
Quais aspectos da fundamentação doutrinária mais
o atraem em suas abordagens? Por quê?
Em minhas abordagens, o foco principal é o
Evangelho do Cristo aliado à Lei misericordiosa
de Deus, da reencarnação. O Evangelho agora
compreendido com as chaves que o Espiritismo
oferece ganha outro brilho! Começamos a
compreender a sabedoria de Jesus, que falava a
crianças espirituais, servindo-se das coisas
mais simples do dia a dia daquelas pessoas, para
transmitir-lhes lições profundas, como as
parábolas, por exemplo. Quanto mais estudamos,
mais vamos percebendo novas perspectivas de
entendimento. E com a reencarnação compreendemos
a perfeita justiça amorosa de Deus, um Pai que
nunca fecha a porta ao arrependimento de Seus
filhos e nos confere a todos, sem exceção, a
certeza da conquista da perfeição possível às
criaturas e, portanto, da felicidade verdadeira.
Algo comovente de sua vivência espírita que
gostaria de relatar?
Um fato marcou muito minha vida pela emoção que
tomou conta de todos nós, envolvidos no
episódio. Um jovem, filho de um casal muito
querido nosso, lutou contra o câncer durante
muito tempo. Na véspera do dia derradeiro da sua
jornada por aqui, ele lutava contra a morte, e
dizia que “alguém” o chamava com carinho, mas
ele tinha receio de seguir. Então, ele pediu
para que eu fosse até ele, pois sabia da minha
vivência espírita, além de nossa amizade.
Aproximei-me dele, segurei sua mão, orei e
disse-lhe que podia ir sem medo, que estava tudo
bem. No dia seguinte, logo cedo, ele se desligou
em paz, no momento em que todos estavam mais
tranquilos. Ficamos todos muito emocionados.
Algo mais a acrescentar?
Gostaria de acrescentar que tive outras
oportunidades de trabalho nas duas Casas
Espíritas, como dialogador em reuniões
mediúnicas, evangelizador, coordenador de grupos
de estudos, e só por último a tarefa da
divulgação através das palestras.
Suas palavras finais.
Agradeço muito a oportunidade e aproveito para
parabenizar o trabalho dedicado do querido amigo
Orson e colaboradores, na divulgação dessa
Doutrina do Cristo, favorecendo para que cada
vez mais irmãos tenham a possibilidade de
conhecê-la.

|