O poder da boa vontade
A disposição para o bem e o espírito de serviço
são qualidades essenciais para a transformação
pessoal e coletiva. No Sermão da Montanha, Jesus
ensina: "Dá a quem te pedir, e não te desvies
daquele que quiser que lhe emprestes" (Mateus
5:42).
Essa passagem nos convida a refletir sobre a
importância de cultivarmos a generosidade e o
desprendimento. A verdadeira boa vontade vai
além de um gesto ocasional de bondade; trata-se
de uma postura ativa de auxílio ao próximo,
mesmo quando isso exige renúncia pessoal.
O altruísmo, por sua vez, representa a
capacidade de agir em benefício dos outros sem
esperar recompensa. Ele nos desafia a
transcender interesses individuais e a
contribuir para o bem comum, reconhecendo que
todos fazemos parte de uma mesma humanidade.
Um exemplo prático dessa disposição pode ser
encontrado no artigo de Elbert Hubbard, escrito
em 1899, intitulado Mensagem a Garcia,
que passo a resumir.
Ele narra a história de Rowan, um homem
incumbido, durante a guerra entre os Estados
Unidos e a Espanha, de levar uma mensagem ao
líder rebelde Garcia, cuja localização era
desconhecida no interior de Cuba.
Sem questionar as dificuldades da missão ou
exigir instruções detalhadas, Rowan simplesmente
aceitou o desafio e seguiu em frente,
enfrentando perigos e obstáculos aparentemente
intransponíveis. Sua determinação e prontidão
para agir, mesmo diante da incerteza, ilustram o
verdadeiro espírito de dedicação ao dever.
Essa narrativa nos leva a refletir sobre o
impacto da iniciativa e da responsabilidade em
nossas vidas. Em um mundo onde muitos se
esquivam de compromissos, a atitude de Rowan
inspira e demonstra como a disposição sincera
para o bem pode transformar realidades.
Segundo o Espiritismo, a generosidade e o
compromisso com o próximo são fundamentais para
a evolução espiritual. Allan Kardec, em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina que
o verdadeiro progresso ocorre no campo dos
sentimentos, onde o amor e a bondade se tornam
forças transformadoras.
Ao nos dispormos a agir no bem, saímos da
inércia espiritual e contribuímos para a
construção de um mundo mais justo e fraterno.
Como nos lembra Kardec: "Fé sem obras é
morta". Não basta apenas acreditar; é
preciso agir, seja estendendo a mão a quem
precisa, seja oferecendo apoio moral e
espiritual a quem nos cerca.