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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Os títulos e bens mundanos


“Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Paulo (Romanos 12:2.)


A Humanidade mergulhada na vida material exalta em demasia os títulos que recebe e os bens que possui, ativando o orgulho, a vaidade e outros sentimentos inferiores. Não se apercebeu, ainda, de que o corpo físico é provisório e específico para a atual encarnação. Obviamente, não devemos condenar os êxitos decorrentes dos esforços de cada um. É motivo de satisfação e devemos comemorar essas vitórias. Mas esse entusiasmo não deverá nunca superar o real sentido da vida, que é espiritual.

Nesse contexto, a riqueza apresenta-se como um desafio para aqueles que a recebem por empréstimo de Deus. Ela, como nossas existências, é transitória...

Atentemos para o contido em Lucas 12:15: “Então lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”.

No livro Leis Morais da Vida, cap. 19, O Dinheiro, pg. 39, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, temos: “(...) Sua correta aplicação impõe responsabilidade e discernimento, tornando-se fator decisivo na edificação dos alicerces das nações e estabilizando o intercâmbio salutar entre os povos”.

Ainda sobre a riqueza, temos no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVI, Item 7: “(...) É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. É o que mais poderosamente liga o homem à Terra e desvia os seus pensamentos do céu. (...) Cabe ao homem transformá-la em fonte de bem. Se ela não é uma causa imediata do progresso moral, é, sem contestação, um poderoso elemento do progresso intelectual”.

Os acontecimentos do dia a dia confirmam as oscilações do nosso estado de espírito. Os impactos que nos chegam são de toda ordem e nem sempre agradáveis. É preciso que tenhamos controle emocional para não desaguarmos no desespero, absorvendo energias nocivas que nos trarão prejuízos de ordem mental, física e espiritual. Muitas vezes poderão ser provas para que possamos com paciência superá-las. E, não raro, trazem lições que nos elevam na compreensão e aceitação dessas ocorrências. Elas fazem parte do aprendizado e experiências que precisamos vivenciar.

A busca da felicidade deve ser constante, mesmo conscientes de que na Terra ela é relativa e nunca completa, pois todos nós estamos reeducando o Espírito em face dos equívocos contraídos. Vejamos O Livro dos Espíritos na questão 920: ”O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa? R- Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser feliz quanto se pode ser a Terra”.

Nosso júbilo deve ser em razão daquilo que pensamos e fazemos. As atitudes representam o espelho da nossa alma. Essa é a melhor realização e o mais significativo bem de que podemos dispor. As nossas virtudes são as ferramentas que farão ecoar os nossos sentimentos na caminhada evolutiva.

A vida é um canteiro de obras e reflexões! São oportunidades que precisamos aproveitar e agradecer sempre ao Criador, que nos oferece o que precisamos para a nossa evolução espiritual. Não nascemos para sermos infelizes. Contudo temos compromissos a cumprir, acordados no nosso planejamento reencarnatório. Daí a importância desse conhecimento e aceitação das tarefas que precisamos realizar. (A Doutrina dos Espíritos ao aguçar nossas consciências leva-nos à responsabilidade.)
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita