Os títulos e bens mundanos
“Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que
proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus.” Paulo (Romanos 12:2.)
A Humanidade mergulhada na vida material exalta em
demasia os títulos que recebe e os bens que possui,
ativando o orgulho, a vaidade e outros sentimentos
inferiores. Não se apercebeu, ainda, de que o corpo
físico é provisório e específico para a atual
encarnação. Obviamente, não devemos condenar os êxitos
decorrentes dos esforços de cada um. É motivo de
satisfação e devemos comemorar essas vitórias. Mas esse
entusiasmo não deverá nunca superar o real sentido da
vida, que é espiritual.
Nesse contexto, a riqueza apresenta-se como um desafio
para aqueles que a recebem por empréstimo de Deus. Ela,
como nossas existências, é transitória...
Atentemos para o contido em
Lucas 12:15: “Então lhes recomendou: Tende cuidado e
guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de
um homem não consiste na abundância dos bens que ele
possui”.
No livro Leis Morais da Vida, cap. 19, O
Dinheiro, pg. 39, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, temos: “(...)
Sua correta aplicação impõe responsabilidade e
discernimento, tornando-se fator decisivo na edificação
dos alicerces das nações e estabilizando o intercâmbio
salutar entre os povos”.
Ainda sobre a riqueza, temos no livro O Evangelho
Segundo o Espiritismo, cap. XVI, Item 7: “(...) É o
supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida
sensual. É o que mais poderosamente liga o homem à Terra
e desvia os seus pensamentos do céu. (...) Cabe ao homem
transformá-la em fonte de bem. Se ela não é uma causa
imediata do progresso moral, é, sem contestação, um
poderoso elemento do progresso intelectual”.
Os acontecimentos do dia a dia confirmam as oscilações
do nosso estado de espírito. Os impactos que nos chegam
são de toda ordem e nem sempre agradáveis. É preciso que
tenhamos controle emocional para não desaguarmos
no desespero, absorvendo energias nocivas que nos trarão
prejuízos de ordem mental, física e espiritual. Muitas
vezes poderão ser provas para que possamos com paciência
superá-las. E, não raro, trazem lições que nos elevam na
compreensão e aceitação dessas ocorrências. Elas fazem
parte do aprendizado e experiências que precisamos
vivenciar.
A busca da felicidade deve ser constante, mesmo
conscientes de que na Terra ela é relativa e nunca
completa, pois todos nós estamos reeducando o Espírito
em face dos equívocos contraídos. Vejamos O Livro dos
Espíritos na questão 920: ”O homem pode gozar na
Terra uma felicidade completa? R- Não, pois a vida lhe
foi dada como prova ou expiação, mas dele depende
abrandar os seus males e ser feliz quanto se pode ser a
Terra”.
Nosso júbilo deve ser em razão daquilo que pensamos e
fazemos. As atitudes representam o espelho da
nossa alma. Essa é a melhor realização e o mais
significativo bem de que podemos dispor. As nossas
virtudes são as ferramentas que farão ecoar os nossos
sentimentos na caminhada evolutiva.
A vida é um canteiro de obras e reflexões! São
oportunidades que precisamos aproveitar e agradecer
sempre ao Criador, que nos oferece o que precisamos para
a nossa evolução espiritual. Não nascemos para sermos
infelizes. Contudo temos compromissos a cumprir,
acordados no nosso planejamento reencarnatório. Daí a
importância desse conhecimento e aceitação das tarefas
que precisamos realizar. (A Doutrina dos Espíritos ao
aguçar nossas consciências leva-nos à responsabilidade.)
|