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por Flavio DSilva

homem espiritual alicerçado na Bíblia Sagrada


Este artigo tem como objetivo trazer uma reflexão a propósito de como podemos nos tornar seres espiritualizados embasados nos ensinamentos bíblicos e na vida de Cristo. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica da Bíblia Sagrada, tendo encontrado uma vasta e qualificada estrutura argumentativa, que bem preenche as lacunas dentro desse tema, inspirando-nos a refletir acerca do amor incondicional, desapego material, o impacto do pecado e o caminho para tornar-se instrumento divino, promovendo assim uma vida feliz e plena.

 

Introdução

Segundo 1 Coríntios 2:14: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (Bíblia Sagrada, 1 Coríntios 2:14).

Ao longo de boa parte das escrituras é ressaltada a importância de o homem viver voltado a conquista do merecimento da vida eterna e da honra de Deus, apesar de objetivo, esse é um mandamento que demanda a lapidação de diversos princípios éticos e religiosos que é alcançada ao decorrer de sua jornada.

Tendo em vista esses conceitos, é possível compreender que a sociedade em sua maioria está consideravelmente distante de alcançar tais metas, assim como viver em semelhança a Jesus, algo que será debatido nesse artigo, visando um melhor entendimento da vida e do amor ao próximo, inspirado na conduta exemplar do mestre e seus discípulos durante a sua passagem na Terra.

 

Revisitando a Bíblia Sagrada

A temática em questão é amplamente abordada nas escrituras, tendo como principal discussão as diferenças entre uma vida voltada a satisfação dos desejos da carne, ou seja, nossa parte racional que busca títulos, aprovação e prazeres superficiais (Ego) e nossa verdadeira essência (Self) que contempla a glorificação de um ser espiritualizado, o qual tem a oportunidade de desfrutar de uma complexidade de conhecimentos e sentimentos, como é apresentado nos versículos 17 e 19 a 22 de Gálatas:


Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais as coisas que quereis. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais de antemão vos declaro, como também já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Bíblia Sagrada, Gálatas 5:17, 19-22).


Com isso podemos concluir que vivendo no Espírito e conectado a Deus podemos colher poderosos frutos que implicam em nossa constante evolução, resultando no desenvolvimento de princípios como: Amor, bondade e temperança. Isso é possível apenas modelando a vida de Cristo e seguindo seu exemplo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo“(Bíblia Sagrada, 2 Coríntios 5:17).

Compreendemos dessa maneira que quando a alma de um ser é tocada pelo renovo divino pode ser completamente transformada, mesmo aquelas que parecem sem rumo, pois quando se tem vontade verdadeira e arrependimento genuíno tudo é possível, já que essas são coisas associadas ao nosso nível de entendimento, como é dito em Romanos: “E não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus“ (Bíblia Sagrada, Romanos 12:2).

Dito isso, vale ressaltar uma etapa que se dá após essa, o despertar da consciência e a tomada de novas responsabilidades enquanto homem regenerado diante da obediência a Deus:


Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.

Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja (Bíblia Sagrada, Romanos 13:1,5,11 e 13).


E isso implica também o senso de unidade dos seres e coisas, principio primordial para evolução da humanidade pois dele emerge a união das nações e o amor ao próximo, elementos que claramente estão nos faltando nos tempos modernos, como é lembrado no primeiro livro de Coríntios: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (Bíblia Sagrada, 1 Coríntios 1:10).

E sabemos que essa falta não passará impune pois assim como temos um Deus bondoso, temos também um pai justo e soberano e nada passa em branco diante dos seus olhos, logo cabe a reflexão: “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros” (Bíblia Sagrada, Romanos 14:11,12 e 19).

Mais adiante no primeiro livro de Pedro, podemos tomar grande reflexão acerca da importância de viver como instrumento divino objetivando sempre obter sua honra e glorificá-lo assim como a Jesus Cristo, para ter uma vida feliz e plena alicerçada no amor:


Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons mordomos da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém. Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis (Bíblia Sagrada, 1 Pedro 4:8,10-13).

 

Para isso devemos nos purificar em pensamentos e atitudes além de sermos exemplo ao nosso próximo, nos preparando de maneira devida: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra. Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (Bíblia Sagrada, 2 Timóteo 2:21-22).

Podemos concluir assim que a santificação é acessível a todos e não há nada maior que o ser humano possa alcançar em sua jornada, sendo assim, como o Senhor: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (Bíblia Sagrada, 1 Pedro 1:15-16).


Considerações finais

Após analisar e discutir o tema, podemos concluir que o homem nasce no pecado e consequentemente torna-se maldoso e egoísta. Por isso, devemos trabalhar para reverter essa realidade, levando sempre em consideração esses princípios ensinados pelo mestre: “...Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Bíblia Sagrada, João 3:3), “Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” (Bíblia Sagrada, Marcos 8:36).


Referências:

Bíblia Online. Livros da Bíblia.

 

Flavio DSilva, fundador do Projeto Social Centelha Solidária e autor dos livros “Voando com as Águias“ e “Além do Além”, reside em Salvador (BA).

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita