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por Rogério Miguez

 

O caminho da luz e da redenção

 

Há milênios o homem procura um caminho seguro para seguir durante a própria existência, que os faça brilhar, conduzindo, igualmente, à salvação.

Muitas foram as propostas visando atender a este ansiado desejo, materialista umas, negacionistas algumas, deístas outras, mas nenhuma delas logrou sucesso absoluto em apontar um trilho reto e confiável que pudesse conduzir as massas aos braços do Amoroso Pai. A humanidade, sedenta de tudo, ainda não encontrou essa clara diretriz, pois os caminhos sugeridos até o momento têm sido obscuros, pedregosos, áridos e, principalmente, destituídos de esperança.

Inúmeros foram os pensadores trazendo suas teses de orientação ou mesmo de salvação, ilustres uns, carismáticos outros, mas, todas falharam.

Enquanto isso, aquela oferecida por um humílimo Carpinteiro, sem qualquer destaque junto aos poderosos e abastados de sua época, possui o mágico poder de saciar o povo em seus anseios mais íntimos de paz e felicidade, ou seja, exceto a proposta apresentada ao pé do Monte, não há outro rumo seguro a adotar. 

Um Judeu simples, de modos comedidos, de palavra doce e cristalina, sem objetivos escusos por trás de seus discursos e atos. Seus olhos faiscantes de verdadeira luz em conjunto com o seu verbo, expressavam tal sinceridade que até alguns romanos passaram a respeitá-lo e segui-lo, mesmo que fosse à distância.

Apesar dos tempos turbulentos enfrentados pela humanidade a mensagem do Cristo permanece sempre atual, convocando os mais pessimistas a desafiá-la em qualquer de seus postulados.

Entretanto, as massas ainda insistem em relegar o alcance renovador da proposta do Cristo e muitos persistem em negá-lo, apesar de viverem cercados de mazelas e dúvidas em relação ao futuro que chega inexorável, obstinados, seguindo falsos profetas e ardilosos mentirosos.

É de se destacar que, apesar de ser preterido, o Senhor jamais nos abandonou, permanecendo atento - como Bom Pastor -, às necessidades das ovelhas que se encontram sob sua supervisão há milênios.

Somente Ele indicou o único caminho possível para se encontrar a paz e a tranquilidade de consciência, por meio do: cumprimento do dever, sacrifício em prol do próximo, respeito a si mesmo estabelecendo as disciplinas necessárias visando à própria educação.

Jesus permanece como o Amigo Generoso para todas as horas de aflição e desespero, e como há momentos de incertezas e desalento em mundos como o nosso.

Entretanto, mesmo vislumbrando o caminho a seguir, o cristão deve atentar para as imensas distâncias a percorrer até alcançar a perfeição relativa.

Não se engane o crente acerca do caminho que lhe compete trilhar.

Seu reino divino se ergue sobre consolações imortais; mas, para atingi-lo, faz-se necessário seguir-Lhe os passos com firmeza e constância, hoje e sempre.

Individualmente, os prosélitos sempre pretendem o bem-estar, o caminho sem obstáculos, as considerações honrosas do mundo, os aplausos vazios, o respeito de todos, o fiel reconhecimento por parte dos estranhos a respeito dos princípios esposados durante a existência e, como se não bastasse, de ordinário, abusam das oportunidades oferecidas pela bondade do Criador, complicando os caminhos da vida. Entretanto, quando essa bagagem de ilusórias facilidades não os alcança no serviço edificante, sentem-se perseguidos, contrariados, desditosos e muitos, chorosos e abatidos, desanimam de seus ideais mais nobres.

Esquecem não haver outro modo de alcançar a luz e a redenção, escapando das trevas e da perdição em que, por hora, se encontram, senão pela sincera adoração, pelo continuado trabalho no bem, pela fervorosa oração e por meio de muito esforço pessoal em aprender e fazer, o último representando o grande desafio.

E, se vivemos na busca do desejo injusto de supremacia, se obedecemos às vãs disputas desnecessárias, observemos com cuidado o coração de modo a não tornar o caminho árido e ingrato.

É fundamental tomar as rédeas do carro físico e rumar sem destemor, pois, perseverando, sairemos vitoriosos desta nova existência, iluminados e redimidos pela consciência tranquila, o atestado inequívoco do dever retamente cumprido.

E mais, se nos enxergarmos rumando céleres em nosso processo de evolução, jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto permanecendo desnorteados à retaguarda, ajudemo-los também no retorno ao trilho divino, esta humilde providência nos fará muito bem.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita