Artigos

por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Virtudes e evolução


“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
 Chico Xavier


As reencarnações oferecem-nos as oportunidades de crescimento compatíveis com o nosso grau evolutivo. A aquisição das virtudes que nos elevam o espírito exigem vontade e perseverança. Para Aristóteles (384 a.C-322 a.C), no livro Ética a Nicômaco, a definição de virtude é de “hábitos dignos de louvor”. É uma disposição para a prática do bem que se adquire com o hábito.

Ele dá ênfase especial às virtudes que nos remetem à felicidade. Segundo o filósofo, “a felicidade consiste em uma atividade da alma conforme a virtude. É o bem supremo que tem um fim em si mesmo, sendo almejado por todos. O que constitui a felicidade são as ações virtuosas e as atividades viciosas conduzem o contrário”. Diz, ainda: “as virtudes configuram-se em hábitos capazes de levar alguém à excelência, ao que há de melhor na condição humana”.

Essa vertente evolutiva de ordem moral é dificultada fortemente por conta do egoísmo e orgulho, que são as mazelas que trazemos das vidas pretéritas e que buscamos repetir por terem sido os hábitos do passado. São esses arquétipos modelos guardados em nossa memória que marcam profundamente o ser reencarnante, sendo preciso que todos realizem uma reeducação no modo de pensar e agir, decorrentes das experiências pelas quais passarão.

Tendo consciência dessa necessidade pelos conhecimentos adquiridos através do Evangelho de Cristo, caberá a cada um esse trabalho constante, para que possamos adquirir as virtudes promissoras que trarão as modificações necessárias para a evolução pretendida. Em O Livro dos Espíritos, questão 630, encontramos: “Como se pode distinguir o bem do mal?” - “O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.”

É preciso, também, ter em mente que as dificuldades do percurso fazem parte das provas e expiações dolorosas que precisamos admitir como experiências regeneradoras que equivalem à lapidação do diamante bruto, para que venha a reluzir a sua luz. Observemos o contido em Mateus 5:16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.

Regidos que somos pelas Leis Naturais, a Lei do Progresso é um processo evolutivo e imperioso do qual nenhum de nós pode afastar-se por tempo indefinido. Pode ocorrer resistência em aceitá-la, porém um dia aqueles que persistem na teimosia cederão à Lei maior.

No livro Pensamento e Vida, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pg.8, pelo Espírito Emmanuel, temos: (...) “Lembremo-nos de que o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos: Brilhe vossa luz. Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena. E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento”.

Encontramos, ainda, no livro Lázaro Redivivo, pg.78, psicografia de Francisco Candido Xavier, pelo Espírito Irmão X: (...) “A evolução é obra paciente dos séculos e alguns dias de experiência, quais os que se verificam na carne, desde o berço risonho ao sepulcro sombrio, não bastam à iluminação efetiva da alma”. (As virtudes espelham a grandeza d´alma.)


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita