Entrevista

por Orson Peter Carrara

O autor de “Obsessão em 100 respostas” fala-nos sobre a obra

Rogério Ramos Bastos Miguez (foto), natural do Rio de Janeiro (RJ) e residente em São José dos Campos (SP), é Mestre em Engenharia Elétrica e, nas lides espíritas, participa do Centro Espírita Divino Mestre, na cidade onde reside, no qual atua como dirigente de reuniões de fluidoterapia e de estudos. Articulista deste e de outros periódicos, lançou recentemente pela Casa Editora O Clarim o livro Obsessão em 100 respostas. Nesta entrevista ele nos fala sobre a obra em questão:


Por que o tema obsessão?

O assunto está disseminado em várias fontes. Ao estudar e apresentar alguns subtemas sobre obsessão, optei por aprofundar a temática, surgindo um curso sobre Obsessão em 25 módulos. Após algumas apresentações do curso, consolidei aos poucos o material em um único texto. Sempre gostei muito deste tema, dada a sua aplicação em nossas existências.

Dada a abrangência da temática, o que mais lhe impressiona no trato com a questão?

São as incontáveis possibilidades, exemplos e situações diferentes. São casos simples e muito intrincados, de duração às vezes secular, escondendo um conjunto de incidentes passados que nos dão uma ideia da importância no relacionamento com o próximo.

Nas pesquisas para elaboração da obra, o que mais chama atenção?

São as descrições citando as personagens, os fatos geradores dos casos, a forma como é conduzida a possível solução, e aprendendo que nem sempre a situação se resolve. Me impressiona também a força do amor, principalmente o materno, pois há casos em que só a presença da mãe do obsessor promove o perdão do algoz, pois raciocínios, palavras e argumentações lógicas não são suficientes.

Como foi a elaboração da obra?

Como dito anteriormente, o texto foi surgindo aos poucos, conforme um subtema era consolidado. Ao longo do tempo, com mais exposições sobre o tema, ideias iam surgindo e referências novas apareciam, todas eram incorporadas ao texto principal. Quando percebi que se continuasse a pesquisar, me obrigando a aumentar indefinidamente o texto, parei, mas já anotei várias ideias novas a serem incorporadas, talvez para uma nova obra: Obsessão em 150 respostas!

Qual aspecto lhe exigiu mais nas respostas?

Talvez a questão sobre a homoafetividade, pois requer muita atenção para não deixar que nossos antigos preconceitos contaminem o texto, além desta, a modalidade da auto-obsessão, nem sempre conhecida e bem compreendida por nós.

A questão 30 da obra trata da auto-obsessão, indagando inclusive como ela acontece. Essa circunstância tem alguma regra prática para ser autodetectada?

Os romanos já diziam: a virtude está no meio. Qualquer mania, inclinação acentuada, condutas sistemáticas, mas sem uma razão plausível para dar sustentação, já é um bom indicador. Mas não pensemos que fazer o bem em “excesso” seria uma auto-obsessão.

Seu livro abre enorme perspectiva de estudos para grupos espíritas. E mesmo para famílias ou individualmente na melhor compreensão dos dramas de perturbação espiritual. A apresentação de Clara Lila é um primor. Qual a sensação do livro em mãos, considerando os eventos de lançamentos e contatos diretos com o público?

É de imensa alegria, pois coroa o fruto de um trabalho intenso. A propósito, minutos atrás acabei de receber mensagem com algumas dúvidas sobre o tema, de um grupo que vai iniciar um estudo sistemático sobre o livro na casa onde militam no Rio Grande do Sul. Suas palavras são proféticas! Quanto à Clara Lila, é uma amiga dileta que, talvez percebendo a importância do tema, inspirada, destacou ainda mais o valor da obra, escrevendo palavras que não mereço.

De suas lembranças na elaboração do livro, o que gostaria de relatar?

Das incontáveis vezes em que li e reli o texto até me dar por satisfeito. Cristina, minha esposa, também leu algumas vezes e fez importantes comentários, me ajudando a corrigir um texto aqui, outro ali.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Incentivo que todos os que pesquisam os temas de nossa sociedade à Luz do Espiritismo, registrem este conhecimento, suas experiências, as percepções particulares, dividam com os outros suas observações. Seus guias espirituais os ajudarão a elaborar um texto de utilidade ao movimento e à Humanidade, como me ajudaram intensamente.

Para incentivar o leitor no conhecimento da obra, para ampliar o entendimento sobre o assunto, o que diria?

Recordem que os Espíritos de ordinário nos conduzem, conforme asseverou o Espírito da Verdade em O Livro dos Espíritos. Se esta possibilidade é uma Lei de Deus, quanto mais conhecermos sobre estas interações, tanto melhor para nós.

Suas palavras finais.

A obsessão tem causado mais males do que todas as guerras juntas, somadas a todas as epidemias já enfrentadas pela Humanidade. É a verdadeira Pandemia Desconhecida. Estudemos, descortinemos o mecanismo obsessivo, o quanto pudermos, uma vez que este esforço criará um escudo pessoal para a defesa desses assédios.


 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita