Artigos

por Rogério Miguez

 

Estejamos atentos


A jornada humana tem por meta nos conduzir, pouco a pouco, ao patamar evolutivo da perfeição relativa, quando, junto ao Pai, continuaremos a contribuir usando todo o aprendizado acumulado ao longo de muitas existências. Seremos auxiliares na manutenção da ordem do Universo, sempre sob a direção do Criador.

O método determinado por Deus para nos conduzir à perfeição possível, ocorre através das experiências acumuladas por meio de muitas existências – a lei da reencarnação -, e, durante estes períodos em que estamos encarnados em um mundo qualquer, somos submetidos sistematicamente a provas, contudo, quando não as aproveitamos, sendo derrotados destas verificações, em função de nossas escolhas, podemos causar prejuízos aos semelhantes e a nós mesmos, que se traduzem por expiações.

E, tudo indica: os Espíritos por hora vinculados à Terra, possuem várias etapas expiatórias a cumprir em função de um passado não tão nobre.

Sendo assim, os acidentes morais e materiais, de toda ordem, devem ser esperados por todos, regularmente, alguns Espíritos mais afetados do que outros, mas, geralmente, não há quem escape destes percalços, representando inacabadas e novas provas, ou expiações originadas em existências anteriores, se não fosse assim, o mundo não seria ainda de provas e expiações.

Até os missionários, experimentam verificações e, como ainda não são perfeitos, podem também passar por provas e pequenas expiações, necessárias para depurar os débitos remanescentes.

Contudo, estas dificuldades jamais visam a nossa punição, apenas a nossa evolução, são elementos educativos indispensáveis para alcançar a meta final.

Então, caso a nossa jornada esteja caminhando sem nenhum conflito íntimo, nenhuma dificuldade de monta, sem nenhuma apreensão financeira, boa saúde, relacionamentos afetivos sem crises, tudo aparentemente caminhando bem, é preciso aguçar a percepção, pois há algo errado, alguma coisa não está correta, é um típico sinal de atenção.

Todavia, isto não parece um absurdo? Então, eu tenho que desejar problemas, mais sofrimentos, adicionais dificuldades, para me sentir tranquilo interiormente!?

Na realidade, não é assim, pois ninguém gosta de sofrer, e a proposta do Criador, certamente, não é esta, mas em orbes de resgates, como o nosso ainda se caracteriza, tenhamos a certeza de que, se não estivermos envolvidos em nenhum drama moral, é sinal de que não iremos progredir, pois somos testados durante as dificuldade, uma vida sem desafios é uma existência quase perdida.

São estes reveses que nos preparam para novas conquistas, nos capacitam para outras nobres empreitadas, fortalecem a nossa resistência íntima, proporcionam ocasiões para os tão necessários testemunhos de fé e resignação, testam a nossa paciência e disciplina.

Recordemos que o próprio Allan Kardec se viu arruinado financeiramente e, diga-se, não por sua responsabilidade, mas não se deixou abalar, superou esta significante dificuldade.

Contudo, os mais rebeldes se revoltam contra estas indispensáveis verificações, se encastelando, irritadiços, em seus mundos íntimos, com condutas que em nada os auxiliam, agravando, desta forma, seus quadros expiatórios, que surgirão inapelavelmente no futuro, quando forem convocados à novas reencarnações, uma vez que, dívida não paga indica saldo devedor à economia moral do Planeta.

Sejam quais forem os dramas morais enfrentados, armemo-nos com as armas da esperança, da pacificação e da mansuetude. A revolta em nada facilitará estas passageiras etapas de aprendizado. Munamo-nos da fé, mas da fé lastreada no raciocínio e compreensão dos mecanismos divinos de evolução, de modo a enfrentar estes momentos difíceis com determinação e aproveitamento, sem cruzar os braços a espera de um milagre que não nunca virá.

E mais, por hora, em função de nossa miopia espiritual, ainda cremos que estes infortúnios são injustos, ou, quem sabe exagerados, desproporcionais, contudo, nestas particulares horas de aflição, lembremos de um dos principais atributos da Divindade: a infinita bondade e justiça e, convictos de que Ele só nos deseja o bem, pacifiquemo-nos e prossigamos, hoje e sempre.

 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita