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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Reconciliação


“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão”. (Mateus 5:25.)


Jesus evidenciou a grandeza do perdão como sendo um sentimento que enobrece o ser humano. Essa prática envolve a coragem que vence o orgulho encrustado em nossos corações. Nisso reside, também a indulgência quando compreendemos que todos nós somos imperfeitos e carentes em virtudes. Quando assim procedemos estamos renunciando, ainda, à vaidade e à prepotência, que são sentimentos inferiores que ainda abrigamos.

Como Espíritos criados simples e ignorantes, de origem, não carregamos em nosso íntimo as iniquidades que hoje possuímos. Elas foram oriundas dos descaminhos das existências pretéritas. Temos invariavelmente a centelha Divina em nossos corações, contudo fomos enredando-nos com os sentimentos inferiores figurando o orgulho e o egoísmo como desencadeantes de tantos outros.

Destarte, afastamo-nos das Leis do Criador tão bem exemplificados pelo Mestre Jesus, tornando-nos reféns das mazelas d`alma que nos aprisionam nos equívocos do dia a dia. Entendemos assim, que ao nos reconciliarmos com os nossos adversários estaremos, também, nos aproximando do Pai, já que essa atitude nos leva a respeitar as suas Leis, onde o amor e a caridade são os pilares para que estejamos com Ele.

No livro Viver e Renascer, pg.12, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, temos; “Se foste ofendido, não conserves a luz do perdão nas dobras obscuras dos melindres enfermiços”. Nesse contexto lembremo-nos do contido na questão 886, de O Livro dos Espíritos: “Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?”. “Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas”.

Em Grandes Mensagens, pág. 17, psicografia de Pietro Ubaldi, consta: “(...) Elevai-vos em amor, como deveis elevar-vos em todas as coisas, se quereis encontrar profundas alegrias (...)”. Tenhamos em mente que o desencarne não nos livra dos inimigos. Eles permanecem buscando prejudicar-nos. Quando ainda nas experiências terrenas conseguirmos a reconciliação, estaremos libertando-nos de um fardo que nos será penoso na erraticidade. Esse propósito deve ser imbuído de humildade e sinceridade, pois, se assim não for, persistirão os sentimentos malévolos que continuarão a nos atormentar.

Temos em Florações Evangélicas, pg.84, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis: “O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em lucro. Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem”.

Depreende-se de tudo isso que o perdão é uma atitude de amor não deixando resíduos no lodo dos ressentimentos. Essa depuração d´alma nos engrandece diante do Pai em cuja sintonia nos envolve na paz. (Reconciliar-se é vislumbrar um novo horizonte de vida, onde a luz do perdão ilumina as trevas do orgulho.)



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita