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por José Lucas

Putin, EUA, guerra – óptica espírita


O mundo está em suspenso. O ditador Putin, da Rússia, tem cerca de 100.000 homens na fronteira com a Ucrânia, numa iminência de invasão, procurando assim conquistar mais terreno para a Rússia ou implantar um regime fantoche, que sirva os seus interesses. Pelo outro lado, os EUA tentam aumentar a sua influência a Leste da Europa, o que naturalmente pode colocar em perigo a estabilidade geopolítica russa. Uma guerra local, que pode degenerar em mundial, pode ocorrer na Europa.(1)

 

Voo 545, de Lisboa para Brasil. 280 passageiros a bordo. A meio do voo, uns passageiros começam com escaramuças, porque além do lugar onde estão sentados, que lhes pertence, querem ficar com lugares alheios.

Gera-se a confusão, gritos, murros, pontapés. O motivo é um: alguns querem dois ou mais lugares, para ficarem mais comodamente instalados, enquanto os outros terão de ficar de pé, apesar de terem pago bilhete.

Qualquer pessoa de bom senso dirá que este cenário, acima descrito, é uma loucura, pois coloca em perigo a viagem de todos os 280 passageiros a bordo do avião, sem necessidade nenhuma.

Fazendo um paralelismo com o planeta Terra, uma grande nave com cerca de 7,8 mil milhões de pessoas encarnadas (no corpo de carne) a bordo, a situação é similar: havendo espaço e comida para todos, existem países que, numa perspectiva egoísta, orgulhosa, materialista e completamente falha de bom senso, colocam em perigo a vida alheia, para satisfazerem as suas ambições.

De acordo com a Doutrina dos Espíritos (ou Espiritismo), este tipo de comportamento é típico de Espíritos atrasados espiritualmente, que fazem parte de um planeta de provas e expiações, cuja característica dominante é o Mal prevalecer sobre o Bem.

Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, eminente codificador da Doutrina Espírita, em meados do século XIX, encontramos a questão 742: “Qual a causa que leva o Homem à guerra?” ao que os Espíritos superiores respondem:

Predominância da natureza animal sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um estado normal…


“Não somos civilizados, somos apenas esclarecidos.” in “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec
 


Na questão 743, Kardec pergunta: “A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?”, ao que os Espíritos respondem:

Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Então, todos os povos serão irmãos.

No item 793, os Espíritos referem que só existe civilização completa quando há desenvolvimento moral, sendo que actualmente, na Terra, somos apenas povos esclarecidos, só tendo percorrido a primeira fase da civilização.

O Espiritismo (ou Doutrina Espírita) demonstrou experimentalmente a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, bem como a pluralidade dos mundos habitados, tudo isto fruto da acção directora de uma inteligência suprema, a que se convencionou chamar Deus.

Nascemos na Terra para evoluir intelectual e moralmente, largando as ervas daninhas do egoísmo, orgulho, de todo o tipo de maus pendores e, alimentar as nossas tendências fraternas, solidárias, humanistas e de justiça.

Todos os artífices da guerra, deparar-se-ão, amanhã, quando largarem o corpo carnal pelo fenómeno natural da morte, com a sua consciência, no mundo espiritual, entrando em processos dolorosos de culpa, arrependimento, expiação e reparação. Esses processos podem durar séculos, sem fim.

O Espiritismo é o maior defensor da paz, da ecologia, da igualdade de oportunidade para todos, contribuindo com a sua ética e moral (a de Jesus de Nazaré), para que um dia a Terra deixe de ser um pântano de dor, para ser um jardim de flores, multicolores, seguindo as orientações morais de Jesus: “amar os inimigos”, “amar o próximo”, “fazer ao próximo o que se deseja para si”.

Depois de Jesus, encontramos em Mohandas Gandhi, o nobre hindu indiano, que nos deixou esta orientação, tão monumental quanto simples: Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho”.

 

(1) Este artigo foi escrito no dia 14 de fevereiro. Dez dias depois a Rússia invadiu a Ucrânia.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita