Artigos

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Jesus que ainda não conhecemos


A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. 
Jesus (Lucas 6:45.)


Naquela noite em que o céu se iluminou de cariciosas estrelas de bondade e fraternidade, os mensageiros da paz entregavam num estábulo, à feição de um berço, aos seus pais, o Anjo de sabedoria e amor que modificou nossa história e até hoje clareia nossos dias.

Naqueles tempos difíceis da encarnação de Jesus, como nos tempos atuais, encontramos nele um divisor dos costumes bárbaros, preconceitos e opressões na renovação da humanidade das pessoas, modificando a norma moral e oferecendo novo conceito de vida e respeito ao próximo.

Superando os costumes abusivos e trazendo nova visão sobre a pena de talião – olho por olho, dente por dente –, Jesus se opôs à condenação sistemática de então, sugerindo a prática do perdão incondicional, aos conhecidos e desconhecidos, aos mais novos e aos antigos, aos amigos e aos inimigos, encarnados e desencarnados.

E não é só ensinando, mas exemplificando, que o Senhor corrige a ignorância com a sabedoria, o ódio com o amor, tocando nossas almas.

Diante de uma situação constrangedora – quem se imaginaria estar nessa situação algum dia? –, os fiscais da vida alheia trazem uma mulher desconhecida da multidão, sem nome, sem família, para ser sacrificada por uma tradição de punir apenas a mulher.

“E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra” (João 8:3-6).

É a única informação de que o Mestre sabia escrever. Mas, para ter sabedoria e amor, não precisa saber ler ou escrever. Jesus era autodidata e trazia a bagagem de suas experiências milenares.

Meditava e anotava! O que será que pensava Jesus, ou ele estava deixando os seus oponentes (escribas e fariseus – que o levaram à cruz) se acalmarem, para dar a sentença que nos comove até hoje e para sempre.

Então, como um trovão na consciência daquelas pessoas, sentencia o Mestre: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se novamente, escrevia na terra. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele” (João 8:7-9).

Esse é o Cristo que disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28:20). Ele está vivo e sempre do nosso lado, podemos confiar. Ele nunca vai embora. Ele vive todos os dias conosco, desde que mantenhamos a porta aberta do nosso coração para que ele ali habite.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita