Só o Espírito permanece

E, dizendo alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse: Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que se não deixará pedra sobre pedra, que não seja derribada. (Lucas, 21:5 e 6.)

Nessas afirmações, Jesus deixou clara a responsabilidade do homem, que deve procurar, cada vez mais, aproximar-se do Criador. Fez um convite a todos para que se baseiem sempre pelas leis do amor.

Referindo-se ao majestoso Templo de Jerusalém, disse Jesus que dele não ficaria pedra sobre pedra. Admiravam-se os povos da época a beleza do templo e as ofertas que ele continha. Não os condenou Jesus por assim fazê-lo, mas lembrou-lhes que, em atendimento à Lei de Renovação, nada restaria do templo, apesar de majestoso e sólido. 

Assim como em tudo, a modificação é constante. Se analisarmos o Orbe terrestre, veremos que difere muito, desde a época em que o homem vivia nas cavernas, até hoje. 

Olhemos a configuração física do homem de hoje e verificaremos que está modificada em relação à dos primatas; olhemos o sol e as estrelas, que se mantêm desde há muito em constante transformação, na liberação das suas energias, sustentando a vida. Para onde olharmos, veremos que a Obra Divina está em constante renovação. Nem mesmo o templo a que Jesus se referiu existe mais. 

Não há erro em admirarmos as obras erguidas pela inteligência humana, mas tenhamos a certeza de que elas passarão. Jesus não valorizou em demasia a beleza do templo, por saber que só o Espírito é eterno e que a Sabedoria Divina nos convida a erigir em nosso íntimo construções de amor, que resistirão a todas as intempéries e que o templo, em vez de destruir, ajudará a fortificar. 

Sabendo o Mestre que cada ação nossa no campo do bem é alicerce seguro na construção do homem novo, trouxe o Evangelho como projeto arquitetônico perfeito do nosso futuro. Pautando-se por ele, passa o Ser a exigir menos e a servir mais. Auxiliando a todos, aos poucos transforma-se do pó de que foi feito, em fulgurante astro espiritual, a espargir luz por onde passar. 

Eis a verdadeira construção a que Jesus nos convida e espera que promovamos. Esta é uma ocasião propícia para refletirmos sobre tudo isso. Que possamos aproveitar cada dia, cada minuto, cada segundo, cada instante, para analisarmos estas questões.