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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Não chore, mamãe. Estou bem, não vou voar mais e o meu brevê já virou cinzas


“Quem venceu o medo da morte venceu todos os outros medos.” 
Mahatma Gandhi


Um dia nós vamos morrer, é certo, todos há um selo de validade... Enquanto isso não acontece, todos os outros dias, não – já dizia o cartunista do Snoopy, Charles Schulz. Viveremos e, então, temos que aproveitar esse tempo disponível.

São muitos os temores que povoam o pensamento humano. Somos os únicos seres que têm consciência da vida e da morte, a qual a maioria não entende e tem suas dúvidas e dilemas.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo. Seu último relatório divulgado apontou que 9,3% dos brasileiros têm algum tipo de transtorno de ansiedade ou depressão.

Eu, particularmente, e muita gente confunde medo com ansiedade. O que sabemos é que as diferenças entre um e outro são muito sutis e servem para nos proteger.

O medo é singular, o que preocupa um pode ser indiferente ao outro. Por exemplo, com medo que o filho se acidentasse, o pai nos dizia: “A música que eu mais gosto agora é a do portão eletrônico, pois quando ele é acionado sei que meu filho voltou e posso dormir sossegado”. Enquanto isso sua esposa dorme a “sono solto”. O medo pode ser entendido como sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto.

Por outro lado, a desestrutura emocional número um dos brasileiros, a ansiedade, está ligada ao futuro e é caracterizada como um sentimento de tensão e apreensão diante de uma situação que vai acontecer e pode nem acontecer. Queremos resolver os problemas ou ser felizes? Usemos a técnica antiga. O problema tem solução? Durma tranquilo. Não tem solução? Vire-se de lado e durma. O medo ou ansiedade só vai nos fazer mal.

Em relação à ansiedade, os estudos da Associação Americana de Psiquiatria destacam que a inquietação pode durar mais de seis meses e atrapalhar a rotina diária, relacionamentos, trabalho e ainda levar à depressão.

O espírito Antônio Carlos Escobar, jovem aviador, escrevendo pela mediunidade de Chico Xavier, voltou para pedir aos parentes que não temam e nem vivam ansiosos por sua partida para a vida espiritual:

“Querida mãezinha, querida vovó Armanda, querida tia Isabel. Venho pedir a Deus que nos abençoe e pedir-lhes para não chorarem tanto. Estou aqui com o meu avô Primitivo Aymoré e com a minha avó Isabel Rôa Escobar, mas estou muito preso às lágrimas de casa.

“Querida tia Isabel, se puder, não deixe a vovó chorar tanto, nem a minha mãezinha Gilda continuar tão aflita por minha causa. Estou vivo, mas preciso desembaraçar-me das prisões de casa para conseguir melhorar. O meu avô Primitivo me diz que preciso fazer este pedido para que a minha situação consiga melhorar.

“Às vezes, me reconheço nas ruas de Ponta Porã ou de Pedro Juan Caballero, perguntando por quê... Mas, isso resulta de quando me contemplam os retratos, chorando muito e chamando-me. Não culpem ninguém, porque eu tinha tido a obrigação de vir mais cedo para cá. As leis de Deus funcionam sobre as nossas cabeças, e não havia como fugir a elas.

“Rogo-lhes conformação, à mãe e à vó Armanda. Estive com vovô Ayala, que me deu excelentes conselhos. Agora, peço-lhes para descansarem para que eu descanse. Os que chegam aqui veem tudo quanto se passa aí, e espero que me auxiliem”. (1)

 

1 - Claramente vivos, Chico Xavier, Editora IDE.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita