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por Rogério Coelho

 

Objetivos essenciais – o significado existencial

 

O tempo tudo encaminha e a tudo corrige


“(...) estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a parte boa, a qual não lhe será tirada.” 
Jesus. (Lc., 10:41/42)

 

Com toda razão afirma nossa querida Irmã Scheilla[1] que devemos perseverar no bem seja qual for a dificuldade, vez que a dor é a porta de acesso às Esferas de Luz. Há que se romper as algemas que nos atam ao pessimismo, mentalizar o progresso e abraçar a tarefa nobilitante.

O tempo tudo encaminha e a tudo corrige...

Ensina Joanna de Ângelis[2]“(...) a criatura está fadada à felicidade, à conquista do Infinito, além das expressões do espaço. A dor que hoje a comprime é camartelo de estimulação para que saia da situação que propicia esse desagradável fator de perturbação.

Compreendendo, por fim, a grandeza do amor, alça-se às cumeadas do trabalho pelo bem geral, empenhando-se na conquista de si mesma, do seu próximo, da vida em geral.  Tudo quanto pulsa e vibra interessa-a, retira-a da pequenez e conduz à grandeza, trabalhando-lhe o íntimo que se expande e se harmoniza em um hino de confraternização com tudo e com todos, passando a fazer parte vibrante da vida.

Esse significado existencial somente é descoberto quando atinge um grau de elevada percepção da realidade, que transcende o limite da forma física, transitória e experimental que, todavia, pode e deve ser cultivada com alegria e saúde integral.

Não se creia, portanto, equivocadamente, que a finalidade primeira da conjuntura existencial seja viver bem, no sentido de acumular recursos, fruir comodidades, gozar sensações que se renovam e exaurem, alcançando o pódio da glória competitiva e todos esses equivalentes anelos do pensamento mágico, partindo para as aspirações fenomênicas e miraculosas dos privilégios e das regalias que não harmonizam o indivíduo com ele mesmo.

Certamente, na pauta dos objetivos e do sentido existencial, constam as realizações sociais, econômicas, artísticas, culturais, religiosas e todas aquelas que fazem parte do mundo de relações interpessoais. Entretanto, não são exclusivas – metas finais das buscas e das lutas – desde que o ser transpõe os umbrais do túmulo e continua a viver, levando os seus programas de elevação gravados no imo profundo.

Lutar sem fadigas exaustivas por conquistar-se, superando-se quanto possível, enfrentando os desafios com alegria e compreendendo que são os degraus de ascensão diante dos seus passos – eis como incorporará ao cotidiano os objetivos essenciais do seu aprimoramento físico, emocional e mental.

(...) Ninguém vem à Terra para sofrer, senão para reparar, adquirir novas experiências, desenvolver aptidões, crescer interiormente, e todos os empecilhos que defronta fazem parte da sua proposta de educação, devendo equipar-se de valores e de discernimento para superá-los e, livre de toda constrição restritiva à sua liberdade, avançar com desembaraço na busca da sua afirmação plenificadora”.

A exemplo de Maria, irmã de Lázaro e Marta, busquemos o conhecimento e envidemos os esforços necessários para o acrisolamento das virtudes emancipadoras ao mesmo tempo em que vamos, pouco a pouco, alijando a ganga pesada dos passados equívocos e limitações, carga essa que impossibilita os alcandorados voos do Espírito. Escolhamos, portanto, “a parte boa, aquela que não nos será tirada”.    


 

[1] - LEVY, Clayton.  A Mensagem do dia. 9. ed. Campinas: ED. A. KARDEC, 2005, cap. 12.

[2] - FRANCO, Divaldo. Vida, desafios e soluções. Salvador: LEAL, 1997, cap. Objetivos da vida humana.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita