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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

Os quatro compromissos


Em sua obra “Os quatro compromissos: o livro da Filosofia Tolteca”, o escritor Don Miguel Ruiz nos apresenta quatro dicas fundamentais, para a nossa felicidade: 1. Seja impecável com a sua palavra; 2. Não leve nada para o lado pessoal; 3. Não tire conclusões; 4. Dê sempre o melhor de si.

Ser impecável com a palavra é bastante difícil! Porque a palavra, aqui compreendida no seu sentido lato, pode exprimir nossos desejos e sentimentos desequilibrados ou as nossas virtudes. Por seu intermédio, podemos fomentar guerras ou propiciar a paz. É por ela que salvamos uma vida ou destruímo-la. É através dela que proferimos uma oração em favor de alguém ou amaldiçoamos.

Desse modo, o primeiro acordo proposto por Don Miguel constitui um desafio e um exercício diário para as nossas vidas. É relevante trilhar este caminho de autodisciplina no intuito de termos paz espiritual.

A palavra, para ele, é magia! E como tal, deve ser utilizada com sabedoria.

O verbo mal empregado constitui veneno emocional que, amiúde, gera consequências terríveis para a nossa saúde, principalmente a mental. Não, raras vezes, criamos os próprios fantasmas que pululam nossas mentes e nos deixam enfermos. Expulsá-los com atos nobres e um verbo amoroso constituem nosso grande desafio na busca pelo equilíbrio interior.

O segundo aspecto a ser considerado é com relação a não levar nada para o lado pessoal. Significa dizer que cada pessoa é um universo em miniatura e cada pessoa tem uma visão particular da vida. Assim sendo, qualquer comentário elogioso ou infeliz a respeito de nós ou de uma situação, não deve ser considerado. Os encômios ou as críticas são posições particulares de quem os emite. E não devemos, em favor de nossa saúde mental, termos quaisquer considerações em relação a isso. Não devemos e não podemos dispender energias e nos preocuparmos com os comentários dos outros.

Quando um comentário é para a nossa melhoria moral, nosso engrandecimento, devemos ser gratos por quem os emite. Mas, jamais devemos adoecer por causa de uma crítica; uma opinião! Muitas vezes, um determinado comentário é com relação a uma situação, um procedimento, por exemplo, no ambiente laboral, mas tomamos para o lado pessoal porque somos inseguros psicologicamente. Portanto, compreendermos que certos comentários ou posições não dizem respeito à nós próprios ajuda bastante nesse processo de paz interna.

Don Miguel chama atenção também para outro ponto: não tirar conclusões. Isso é a consequência de uma palavra mal empregada. Primeiro que não devemos alimentar nossas vidas com fofocas, intrigas, comportamentos sub-reptícios. Segundo que se não temos informações suficientes sobre um determinado fato, não podemos tirar conclusões. Não devemos agir por impulso e com pré-julgamentos sob o risco de nos arrependermos amargamente posteriormente. Já cometemos esses equívocos e a dor do arrependimento é pungente. Assim, Don Miguel nos alerta para não tirarmos conclusões, para que não venhamos a sofrer por isso. 

E, por fim, dar o melhor de si. Nas atividades mais singelas ou naquelas mais complexas é fundamental que nos dediquemos com afinco e doemos nossa energia com amor e bondade. Fazer o melhor é fazer aquilo que é possível, da melhor forma, com todo carinho.

Nada tem a ver com perfeccionismo. Mas, fazer de boa vontade as tarefas que somos convidados a executar.

Claro que essas mudanças comportamentais não se operam repentinamente. São esforços diários para que consigamos cumprir os quatro acordos. Mas, se lograrmos êxito, teremos paz e o céu insculpido em nossa intimidade.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita