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por Wagner Ideali

 

Em cada ano que se inicia, a tarefa da paz


“A minha paz eu vou dou, a minha paz eu vos deixo, mas não a paz do mundo.” - Jesus


Cada novo ano, fazemos muitas promessas, falamos em mudanças, temos nossos novos e antigos pedidos, entre outras resoluções, mas passado uma semana após a virada do ano, tudo volta ao que era. Pensando nisso, sentimos a necessidade de refletir sobre essa situação.

Uma das coisas que sempre pedimos é paz. Paz para nós, paz para o mundo, como se a paz fosse um armistício que assinado está tudo resolvido. Mas sabemos que no coração dos povos, permanece as feridas do ódio, das desavenças, e fica a questão como resolver isso? Já é conhecido de todos a frase que diz: A paz do mundo começa em mim...

Não posso exigir paz dos outros, se eu não estou em luta para ter a paz dentro de mim. Mas como vou ter paz, se vivemos em conflitos íntimos, lutas interiores, batalhas entre o bem contra o mal, ainda dentro de nós?

As nossas lutas diárias, a busca pelo pão de cada dia, a necessidade de manter dentro de nossos velhos e ultrapassados conceitos, bem como pensamentos, falas e atos sem um valor profundo para a alma, farão com que não tenhamos a verdadeira paz. Não tendo paz, vamos muitas vezes buscá-la em situações alternativas, temporárias. Seria a busca da paz dentro da materialidade, nos sentimos pequenos etc., que apenas vai nos prejudicar e dificultar ainda mais a nossa jornada.

Assim, precisamos iniciar, juntamente com o ano, um profundo processo de reconhecer e identificar nossas falhas, entender onde falhamos e procurar as devidas correções, seja numa luta individual, profunda dentro do nosso ser, seja buscando ajuda externa, nos profissionais de saúde, na casa espirita ou na sua realidade religiosa.

Isso me faz lembrar Jesus quando Ele diz: “A minha paz eu vos dou, a minha paz eu vos deixo, mas não a paz do mundo”.  Mostrando que a paz que o Mestre nos oferece é muito profunda e transcendente a tudo que conhecemos, mas somente vamos conseguir quando estudando seus ensinamentos, vivenciando-os, vamos realizar as correções e assim caminhar para a paz interior.

Essa paz interior vai refletir externamente na forma de energias positivas, ajuda ao próximo, pois estaremos entendendo o porquê ajudar, praticando a caridade, pois começaremos a sentir a paz que está reinando em nossos corações.

Mas fica a pergunta: como obter essa paz interior? Quais os procedimentos?

Existem muitas formas e vamos aqui dar um exemplo simples: Vamos procurar, ao menos duas vezes por semana, reservar uns 20 minutos para reflexões interiores, que muitos chamam de meditação. Seja frente ao espelho, sentado na cama, numa cadeira e voltar nossa atenção para o nosso interior e perguntar: O que eu quero da vida? Qual o propósito da minha vida? Qual a minha tarefa nessa vida?  Entender que Deus ama a todas as criaturas, que temos, como todos têm, um anjo de guarda, guia e mentor. Vamos nos ligar a esse mentor nesse momento de reflexão íntima.

As perguntas são muitas e, passo a passo nessa reflexão, na leitura edificante do evangelho e na energia renovadora da prece, vamos encontrar as respostas.

Não são respostas imediatas e simples, mas questionamentos profundos e silenciosos que precisamos nos dedicar a vivenciar.

Na medida que entendemos, identificamos alguns desequilíbrios, sentimentos pequenos, comportamentos que somente nos atrapalham e nos prendem à materialidade, vamos então entrar numa luta para corrigir e vencer.

Como sabemos, muitas dessas dificuldades são de ordem psíquica e emocional, podem ser melhor resolvidas com a ajuda profissional, aliada a um tratamento espiritual e muita força de vontade.

Ano novo, vida nova, frase antiga, mas muito pouco praticada.

Enfim, vamos lembrar de Jesus que nos adverte: “Buscai primeiramente o reino de Deus e o resto vos será dado em acréscimo”.

Positividade, amor, trabalho, esperança, fé, são alguns dos sentimentos que devemos cultivar para conseguir nesse novo ano as mudanças prometidas e obter os pedidos que fizemos, pois estaremos receptivos para conseguir.

Se possível, a cada novo dia ao levantar, que possamos pensar que hoje é um novo dia, uma nova oportunidade de recomeçar, de mudar, de melhorar e de obter a tão esperada paz... 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita