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por Rodinei Carlos de Moura

 

Foquemos nos objetivos nobres


Eu sempre dizia quando trabalhava com vendas que o bom negócio é aquele que traz benefícios para todas as partes envolvidas. Ou você, por mais que se ache esperto, vai vender seu produto por pouco tempo.

E, para me utilizar de uma metáfora, o produto que vendemos nas relações humanas é o amor. Ainda que modificado por ser a matéria-prima de tudo de bom que existe. Amor no sentido amplo, que envolve todos os outros tipos de afetos, de cuidado. E que é como uma flor que precisa ser regada para não morrer. Precisa ser regado para que sobreviva e dê flores, para que essas, por consequência, produzam perfumes. Que são as energias responsáveis pela manutenção da vida.

Todos nós somos mais ou menos carentes e não tem nenhum problema nisso. O problema é como lidamos com essa carência. Se aceitamos e trabalhamos para minorá-la ou se ficamos como crianças birrentas, fazendo biquinho e dizendo que não somos assim.

Aliás, é prudente aceitar que, embora tenhamos nosso ponto de vista, ele é apenas o nosso ponto de vista. E, portanto, temos que respeitar o jeito de cada um. Que as pessoas podem sentir-se bem ao nosso lado hoje e amanhã não mais. E que são livres para irem embora.

Enfim, a compreensão da situação nos leva à busca da solução. E nada parece dar mais sentido à vida humana do que se ocupar de atividades das mais variadas espécies, mas nobres, que despertam o nosso lado criativo. E que podem ser ou não remuneradas.

Chico Xavier disse que o que mais nos assemelha a Deus é nossa capacidade de criar. Podemos, ainda, aliar isso com nossa capacidade de ser útil, de fazer o bem, sem holofotes. Encontrar atividades que nos deem mais que dinheiro, que nos deem um sentido na vida.

E é importante encontrar esse sentido para que as boas relações surjam como consequência. E aí nós chegamos num ponto muito importante dessa nossa reflexão: ela não tem a intenção de menosprezar as pessoas, colocando-as em segundo plano. Ou de nos achar superiores, na ilusão de que basta nos dedicar a algo para sermos felizes, isolando-nos do mundo. Mas a intenção é respeitar espaços ao mesmo tempo em que nos respeitamos.

Afinal, quanto mais felizes e seguros, quantos mais realizados, mais interessantes nos tornamos. Desapegar para conquistar. Para me utilizar de uma expressão atribuída a Shakespeare, cuidemos de nosso jardim ao invés de esperar que nos tragam flores. Mas um jardim bem cuidado, é bom lembrar, atrai pássaros e borboletas.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita