Especial

por Maria de Lurdes Duarte

Espiritismo e inclusión

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”, art. 1º da Declaração Universal dos direitos Humano, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro de 1948.

“Todos los seres humanos nacen libres e iguales en dignidad y derechos. Son dotados de razón y conciencia y deben obrar en relación unos a los otros con espíritu de fraternidad.”, art. 1º de la Declaración Universal de los derechos Humano, adoptada y proclamada por la Asamblea General de las Naciones Unidas (resolución 217 A III) en 10 de diciembre de 1948.

 

“Os Estados Partes comprometem-se a assegurar e promover a plena realização de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência.”, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU a 13 de dezembro de 2006.

“Los Estados Partes se comprometen a asegurar y promover la plena realización de todos los derechos humanos y libertades fundamentales por todas las personas con deficiencia, sin cualquier tipo de discriminación por causa de su deficiencia.”, Convención sobre los Derechos de las Personas con Deficiencia, adoptada por la ONU a 13 de diciembre de 2006.

 

Tantos anos passados desde a elaboração e a adoção destes dois documentos fundamentais para a construção de uma vida de relação positiva na sociedade, baseada no respeito mútuo, a harmonia, a cooperação, que conceda, a todos em conjunto e a cada um em particular, o direito de ser feliz, é caso para nos colocarmos algumas questões:

 

Tantos años pasados desde la elaboración y la adopción de estos dos documentos fundamentales para la construcción de una vida de relación positiva en la sociedad, basada en el respeto mútuo, la armonía, la cooperación, que concede, a todos en conjunto y a cada uno en particular, el derecho de ser feliz, es caso para colocar algunas cuestiones:

Estarão os objetivos a ser atingidos?

¿Estarán los objetivos para ser alcanzados?

Estará a humanidade a caminhar efetivamente para a busca conjunta de soluções que nos levem a um mundo melhor, onde todos se sintam parte integrante de pleno direito?

¿Estará la humanidad caminando efectivamente para la búsqueda conjunta de soluciones que nos lleven a un mundo melhor, donde todos se sientan parte integrante de pleno derecho?

Se não, o que estará a falhar?

Si no, ¿qué estará fallando?

São algumas das muitas questões que nos ocorrem e nos devem preocupar a todos. Como ensina o Espiritismo, somos todos cocriadores com o Pai. O que quer isto dizer? Num mundo em constante mutação, que caminha (ou deve caminhar) no sentido do progresso, cada passo, cada ação, cada decisão, cada pensamento de cada um de nós, coletiva ou individualmente, contribui positiva ou negativamente para a construção do mundo que Deus nos tem destinado: um mundo de paz, equilíbrio, harmonia, onde os valores cristãos prevaleçam e contribuam para a felicidade e aperfeiçoamento constante. Ou para o atraso no alcance desse destino, caso a nossas contribuições sejam negativas, destrutivas, em vez de construtivas.

Son algunas de las muchas cuestiones que nos ocurren y nos deben preocupar a todos. Como enseña el Espiritismo, somos todos cocreadores con el Padre. ¿Qué quiere decir esto? En un mundo en constante mutación, que camina (o debe caminar) en el sentido del progreso, cada paso, cada acción, cada decisión, cada pensamiento de cada uno de nosotros, colectiva o individualmente, contribuye positiva o negativamente para la construcción del mundo que Dios nos ha destinado: un mundo de paz, equilibrio, armonía, donde los valores cristianos prevalezcan y contribuyan para la felicidad y perfeccionamiento constante. O para el atraso en el alcance de ese destino, caso nuestras contribuciones sean negativas, destructivas, en vez de constructivas.

Nós espíritas (convictos, estudiosos ou simplesmente simpatizantes), vivemos ansiando pelo anunciado mundo de regeneração e sonhamos vir, um dia, a habitar um mundo feliz e “perfeito”. O problema é que, maioritariamente, vivemos à espera. À espera do dia em que esse dia chegará. Esquecemo-nos desse pormenor tão importante: somos todos cocriadores com o Pai. Deus não nos dará de presente, como num passe de mágica, um mundo melhor do que o que temos, como se fosse um prémio por um merecimento que, convenhamos, não temos. Somos nós que temos de o construir, passo a passo, paulatinamente, com o nosso esforço, com a mudança de atitudes, com o evoluir de crenças, convicções e mentalidades que presidem à mudança nas leis humanas e, mais importante que tudo, às mudanças nas atitudes quotidianas de cada um de nós. Estamos neste mundo atual por merecimento: não merecemos estar num melhor. Nesse seguimento, também só nos mudaremos para um melhor (que poderá muito bem ser a Terra, se assim todos quisermos), quando o merecermos.

Nosotros espíritas (convencidos, estudiosos o simplemente simpatizantes), vivimos ansiando por el anunciado mundo de regeneración y soñamos ver, un día, habitar un mundo feliz y “perfecto”. El problema es que, mayoritariamente, vivimos a la espera. A la espera del día en que ese día llegará. Olvidándonos de ese pormenor tan importante: somos todos cocreadores con el Padre. Dios no nos dará de regalo, como en un pase mágico, un mundo mejor del que tenemos, como si fuese un premio por un merecimiento que, convengamos, no tenemos. Somos nosotros que tenemos que construir, paso a paso, paulatinamente, con nuestro esfuerzo, con la mudanza de actitudes, con el evolucionar de creencias, convicciones y mentalidades que presiden a la mudanza en las leyes humanas y, más importante que todo, a las mudanzas en las actitudes cotidianas de cada uno de nosotros. Estamos en este mundo actual por merecimento: no merecemos estar en uno mejor. En ese seguimiento, también solo nos mudaremos para uno mejor (que podrá muy bien ser la Tierra, si así todos quisieramos), cuando lo merezcamos.

Continuando na mesma linha de pensamento, temos de ter bem presente a ideia de que jamais subiremos na escala evolutiva sozinhos. Temos o nosso crescimento individual, pelo qual somos inteiramente responsáveis, que temos vindo a empreender desde há milénios, desde que fomos criados por Deus. Mas temos, também há milénios, caminhado em conjunto, desde que fomos colocados neste planeta Terra que nos acolheu e nos serve de lar. Tem sido uma jornada coletiva, em que cada ação de um contribui para a ascensão ou retardamento de todos. É uma responsabilidade mútua porque somos irmãos nos trilhos da vida, cabendo a cada um uma quota parte de trabalho para benefício coletivo. Para isso, nascemos dentro de uma família, previamente estruturada no Plano Espiritual, com as caraterísticas que nos fazem falta para as aprendizagens específicas de que necessitamos. Para isso, nascemos dentro de uma sociedade, num dado país, numa dada comunidade mais ou menos alargada (escola, trabalho, vizinhos…) que nos proporcionarão as experiências que tenderão, se devidamente aproveitadas, a fazer-nos evoluir, moral e intelectualmente.

Continuando en la misma línea de pensamiento, tenemos de tener bien presente la idea de que jamás subiremos en la escala evolutiva solos. Tenemos  nuestro crecimiento individual, por el cual somos enteramente responsables, que hemos venido a emprender desde hace milenios, desde que fuimos creados por Dios. Mas hemos, también hace milenios, caminado en conjunto, desde que fuimos colocados en este planeta Tierra que nos acoge y nos sirve de hogar. Ha sido una jornada colectiva, en que cada acción de uno contribuye para la ascensión o retardamiento de todos. Es una responsabilidad mútua porque somos hermanos en los caminos de la vida, cabiendo a cada uno una cuarta parte de trabajo para beneficio colectivo. Para eso, nacemos dentro de una familia, previamente estructurada en el Plano Espiritual, con las características que nos hacen falta para los aprendizages específicos de que necesitamos. Para eso, nacemos dentro de una sociedad, en un país dado, en una dada comunidad más o menos alargada (escuela, trabajo, vecinos…) que nos proporcionarán las experiencias que tenderán, si debidamente es aprovechadas, a hacernos evolucionar, moral e intelectualmente.

Se pensássemos evoluir sozinhos, seria um puro ato de egoísmo, precisamente um dos piores entraves ao conceito de evolução e uma das causas (podemos mesmo dizer a principal) do nosso retardamento atual.

Se pensásemos evolucionar solos, sería un puro acto de egoísmo, precisamente uno de los peores obstáculos al concepto de evolución y una de las causas (podemos incluso decir la principal) de nuestro retardamiento actual.

Voltando aos Direitos Humanos, gostaríamos de nos focar mais concretamente nos Direitos da Pessoa com Deficiência. Ou seja: da pessoa que, apresentando um desenvolvimento humano atípico, seja por doença ou deformidade física, seja por desajuste mental, problema psíquico, etc., seja ele congénito ou adquirido ao longo da vida, necessita de adaptações, por parte da Sociedade em que se insere, para que possa desenvolver o seu crescimento pleno, viver na liberdade e respeito que as leis acordadas pela maioria dos países (Portugal e Brasil incluídos, felizmente), lhe conferem e convencionaram trabalhar para que se tornem efetivos. As legislações de cada país (pelo menos dos que temos como desenvolvidos e evoluídos, respeitadores dos Direitos Humanos) têm vindo a ajustar-se a este novo paradigma: Mais do que deficiências, existem incapacidades. Incapacidade de mobilidade, incapacidade de utilizar os serviços comuns; incapacidade de aprender dentro dos padrões instituídos, incapacidades de vária ordem e a vários níveis. Essas incapacidades, mais do que inerentes às caraterísticas individuais com que cada um nasce ou desenvolve, são-lhe impostas pelo contexto, pelo meio do qual faz parte mas que não lhe proporciona os recursos adequados. Num planeta de cegos, em que a forma comum de ler fosse o braile, por exemplo, nenhuma criança seria considerada “deficiente” e deixaria de aprender a ler por não ter visão. Num planeta em que todos, em geral, comunicassem por língua gestual, ou por transmissão de pensamento, não haveria surdos. Por isso, sublinho a imprescindibilidade de a Sociedade se adaptar a todos, cada um com as suas diferenças, dando a todos, sem exceção, os recursos de que necessita para aproveitar esta passagem pelo mundo terreno da melhor forma, tendo oportunidade de sair daqui renovado e em melhor situação do que quando aqui chegou. É essa a finalidade da vida. A finalidade de todos, quer nos ajustemos aos moldes padronizados, quer pertençamos a qualquer minoria. Minorias são realidades impostas pela sociedade egoísta.

Volviendo a los Derechos Humanos, gustaríamos de enfocar más concretamente en los Derechos de la Persona con Deficiencia. O sea: de la persona que, presentando un desenvolvimiento humano atípico, sea por dolencia o deformidad física, sea por desajuste mental, problema psíquico, etc., sea el congénito o adquirido a lo largo de la vida, necesita de adaptaciones, por parte de la Sociedad en que se inserta, para que pueda desenvolver su crecimiento pleno, vivir y la libertad y respeto que las leyes acordadas por la mayoría de los países (Portugal y Brasil incluídos, felizmente), le confieren y convinieron en trabajar para que se hagan efectivos. Las legislaciones de cada país (por lo menos de los que tenemos como desarrollados y evoluciondos, respetadores de los Derechos Humanos) ha venido a ajustarse a este nuevo paradigma: Más de lo que deficiencias, existen incapacidades. Incapacidad de mobilidad, incapacidad de utilizar los servicios comunes; incapacidad de aprender dentro de los patrones instituídos, incapacidades de variado orden y a varios níveles. Esas incapacidades, más que inherentes a las características individuales con que cada uno nace o desenvuelve, le son impuestas por el contexto, por el medio del cual forma parte mas que no le proporciona los recursos adecuados. En un planeta de ciegos, en que la forma común de leer fuese el braile, por ejemplo, ningún niño sería considerado “deficiente” y dejaría de aprender a leer por no tener visión. En un planeta en que todos, en general, se comunicasen por lengua gestual, o por transmisión de pensamiento, no habría sordos. Por eso, subrayo la imprescindibilidad de la Sociedad  adaptarse a todos, cada uno con sus diferencias, dando a todos, sin excepción, los recursos de que necesita para aprovechar estos pasajes por el mundo terreno de la mejor forma, teniendo oportunidad de salir de aquí renovado y en mejor situación que cuando aquí llegó. Es esa la finalidad de la vida. La finalidad de todos, sea nos ajustemos a los moldes patronizados, sea pertenezcamos a cualquier minoría. Minorías son realidades impuestas por la sociedad egoísta.

Quem é esta Sociedade de que falamos? Os governos que têm de fazer as leis? São “os outros”? Somos nós. De nada adiantam as leis muito bem concebidas e promulgadas com as melhores das intenções, se cada um continuar com o seu egoísmo a cultivar discriminações, olhando “o outro” como “o outro que nada tem a ver comigo”. Valores ético-morais como equidade – ver e reconhecer todos como detentores de direitos iguais, mas seres diferentes, portadores de caraterísticas, gostos, modos de vida diferentes e necessidades diferentes) -, respeito mútuo, solidariedade, partilha (inclusive partilha dos desejos de ascensão a mundos mais perfeitos e felizes), empatia (capacidade nos colocarmos no lugar do outro), são os valores da nova Sociedade que muito a custo vamos construindo. São, na realidade, os valores do Evangelho, os valores do Espiritismo. À medida que as sociedades terrenas vão evoluindo, também elas se vão ajustando às Leis Divinas, portanto, aos valores preconizados e ensinados pelo Mestre Jesus, Governador Planetário, e pelo Consolador Prometido – a Doutrina Espírita - que veio recordar e procura reviver a essência dos Seus ensinamentos.

¿Quién es esta Sociedad de que hablamos? ¿Los gobiernos que tienen que hacer las leyes? ¿Son “los otros”? Somos nosotros. De nada adelantan las leyes muy bien concebidas y promulgadas con las mejores de las intenciones, si cada uno continuara con su egoísmo cultivando discriminaciones, mirando “al otro” como “el otro que nada tiene que ver conmigo”. Valores ético-morales como equidad – ver y reconocer todos como detentores de derechos iguales, mas seres diferentes, portadores de caraterísticas, gustos, modos de vida diferentes y necesidades diferentes) -, respeto mútuo, solidariedad, partición (inclusive partición de los deseos de ascensión a mundos más perfectos y felices), empatía (capacidad de colocarnos en el lugar del otro), son los valores de la nueva Sociedad que muy a costa vamos construyendo. Son, en la realidad, los valores del Evangelio, los valores del Espiritismo. A medida que las sociedades terrenas van evolucionando, también ellas se van ajustando a las Leyes Divinas, por tanto, a los valores preconizados y enseñados por el Maestro Jesús, Gobernador Planetario, y por el Consolador Prometido – la Doctrina Espírita - que vino a recordar y procura revivir la esencia de Sus enseñanzas.

Este tema, segundo nos parece, está bem atual e a precisar de sérias reflexões. Afigura-se-nos muitas vezes (damo-nos conta disso em variadíssimas conversas com diferentes interlocutores) que, na atualidade, somos “invadidos” por cada vez maior número de pessoas que conotamos como “deficientes”. Talvez não seja bem verdade. Isso deve-se, em parte, a uma cada vez maior visibilidade que é dada a essas minorias. Vimos de um tempo, ainda demasiado presente, em que os ditos “deficientes” eram escondidos da comunidade, mantidos em casa pela família, por vergonha, como se fosse um estigma, uma maldição, a par dos escassos recursos que eram dados para que esses cidadãos de direito pudessem usufruir da sua cidadania em pleno, como quaisquer outros. A título de exemplo, há pouco mais se vinte anos, raramente se encontrava uma criança com deficiência numa escola de ensino regular. Na melhor das hipóteses, eram colocadas em escolas especiais; grande número nem sequer tinha direito à educação, por serem consideradas “não educáveis” e permaneciam encerradas em casa. Podemos considerar que ideia de inclusão, apesar de não ser totalmente nova, está agora a desabrochar nas leis, nos locais de trabalho, na educação, nos conceitos de acessibilidade e mobilidade, nas instituições, e nas mentalidades da sociedade que custa a adaptar-se a todos.

Este tema, según nos parece, es bien actual y precisa de serias reflexiones. Se nos figura muchas veces (nos damos cuenta de eso en variadísimas conversaciones con diferentes interlocutores) que, en la actualidad, somos “invadidos” por cada vez mayor número de personas que connotamos como “deficientes”. Tal vez no sea bien verdad. Eso se debe, en parte, a una cada vez mayor visibilidad que es dada a esas minorías. Venimos de un tiempo, aun demasiado presente, en que los dichos “deficientes” eran escondidos de la comunidad, mantenidos en casa por la familia, por verguenza, como si fuese un estigma, una maldición, a la par de los escasos recursos que eran dados para que esos ciudadanos de derecho pudiesen usufructuar de su ciudadania en pleno, como cualquiera otros. A titulo de ejemplo, hace poco más de veinte años, raramente se encontraba un niño con deficiencia en una escuela de enseñanza regular. En la mejor de las hipótesis, eran colocados en escuelas especiales; gran número ni siquiera tenían derecho a la educación, por ser considerados “no educables” y permanecían encerrados en casa. Podemos considerar que idea de inclusión, a pesar de no ser totalmente nueva, está ahora brotando en las leyes, en los locales de trabajo, en la educación, en los conceptos de accesibilidad y mobilidad, en las instituciones, y en las mentalidades de la sociedad que cuesta a adaptarse a todos.

Por outro lado, como espíritas, sabemos que o nosso mundo atual está a passar por uma fase decisiva e muitas oportunidades estão a ser dadas a um vasto leque de Espíritos necessitados de expiação e renovação. Também muitos outros Espíritos, mais adiantados, estão descendo ao nosso planeta, para trabalhar no nosso aperfeiçoamento, dando-nos exemplos, fazendo-nos refletir, impulsionando o progresso intelectual e moral, em suma, ajudando-nos na preparação para a transição planetária “iminente”. Nesse sentido, é expectável que surja, entre nós, uma gama variadíssima de pessoas com as mais variadas caraterísticas, minorias entre uma população mais ou menos padronizada, que nos cabe acolher de igual forma, respeitar, ajudar, amar, incluir.

Por otro lado, como espíritas, sabemos que nuestro mundo actual está pasando por una fase decisiva y muchas oportunidades están siendo dadas a una vasta gama de Espíritus necesitados de expiación y renovación. También muchos otros Espíritus, más adelantados, están descendiendo a nuestro planeta, para trabajar en nuestro perfeccionamiento, dándonos ejemplos, haciéndonos reflexionar, impulsando el progreso intelectual y moral, en suma, ayudándonos en la preparación para la transición planetaria “inminente”. En ese sentido, es probable que surja, entre nosotros, una gama variadísima de personas con las más variadas características, minorías entre una población más o menos patronizada, que nos cabe acoger de igual forma, respetar, ayudar, amar, incluir.

Por que nascem pessoas deficientes? Por que nascem alguns “perfeitos” e, por doença ou acidente, adquirem caraterísticas incapacitantes? O que nos diz o Espiritismo sobre isso?

¿Por qué nacen personas deficientes? ¿Por qué nacen algunos “perfectos” y, por dolencia o accidente, adquieren características incapacitantes? ¿Qué nos dice el Espiritismo sobre eso?

“As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.”, Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo V, Causas Atuais das Aflições

“Las vicisitudes de la vida son de dos especies, o, si quisiéramos, tienen dos órigenes bien diversos, que importa distinguir: unas tienen su causa en la vida presente; otras, fuera de esta vida.”, Evangelio según el Espiritismo, Capítulo V, Causas Actuales de las Aflicciones

“As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa.”, Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo v, Justiça das Aflições

“Las vicisitudes de la vida tienen, pues, una causa, y como Dios es justo, esa causa debe ser justa.”, Evangelio según el Espiritismo, capítulo v, Justicia de las Aflicciones

“As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceites pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Assim é que aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.

“Las tribulaciones de la vida pueden ser impuestas a los Espíritus endurecidos, o demasiado ignorantes para hacer una escogida consciente, pero son libremente escogidos y aceptados por los Espíritus arrepentidos, que quieren reparar el mal que hicieron e intentar hacer mejor. Así es que aquel que, habiendo hecho mal su tarea, pide para recomenzarla, a fin de no perder las ventajas de su trabajo. Esas tribulaciones, por tanto, son al mismo tiempo expiaciones del pasado, que castigan, y pruebas para el futuro, que preparan. Rindamos gracias a Dios que, en su bondad, concede a los hombres la facultad de la reparación, y no lo condena irremediablemente por la primera falta.

Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se frequentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação.”, Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo V, Causas Anteriores das Aflições

No se debe creer, entre tanto, que todo sufrimiento por el que se pasa en este mundo sea necesariamente el indicio de una determinada falta: se trata frecuentemente de simples pruebas escogidas por el Espíritu, para acabar su purificación y acelerar su adelantamiento. Así, la expiación sirve siempre de prueba, pero la prueba no siempre es una expiación.”, Evangelio según el Espiritismo, Capítulo V, Causas Anteriores de las Aflicciones

Mas, é também o Evangelho segundo o Espiritismo que nos diz:

Pero, es también el Evangelio según el Espiritismo que nos dice:

“O Espírito nasce frequentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, afim de reparar o mal que lhes tenha feito.”, capítulo V, Esquecimento do Passado.

“El Espíritu nace frecuentemente en el mismo medio en que vive, y se encuentra en relación con las mismas personas, a fin de reparar el mal que les haya hecho.”, capítulo V, Olvido del Pasado.

Esta integração e interação do Espírito com o meio de que necessita para se reeducar e evoluir, está em consonância com o moderno conceito de “contexto” da psicologia do desenvolvimento humano, segundo a qual o indivíduo se desenvolve num determinado contexto, é por ele influenciado e o influencia. Indivíduo e contexto desenvolvem-se e crescem, influenciando-se mutuamente. Para se compreender as caraterísticas do indivíduo, para além da análise biológica - deficiência como condição de saúde física ou mental, imutável – é necessário conhecer o contexto onde nasceu, cresceu, que o influenciou, que lhe proporciona ou não as condições de superação das incapacidades, em suma onde faz a sua “aprendizagem social”.

Esta integración e interacción del Espíritu con el medio de que necesita para  reeducarse y evolucionar, está en consonancia con el moderno concepto de “contexto” de la psicología del desenvolvimiento humano, según la cual el individuo se desenvuelve en un determinado contexto, es por el influenciado y o influencia. Individuo y contexto se desenvuelven y crecen, influenciándose mutuamente. Para comprender las características del individuo, para más allá del análisis biológico - deficiencia como condición de salud física o mental, inmutable – es necesario conocer el contexto donde nació, creció, qué lo influenció, qué le proporciona o no las condiciones de superación de las incapacidades, en suma donde hace su “aprendizaje social”.

Transpondo para a análise à luz do Espiritismo, não importa apenas saber o que o indivíduo é, como pessoa deficiente, mas, acima de tudo, de que modo lhe deveremos proporcionar condições de vida e crescimento moral, intelectual, espiritual. Se, mais uma vez, pensarmos de forma egoísta e individualista, poderemos ser levados a perguntar: Mas por que tem a sociedade que acarretar com a responsabilidade de indivíduos que estão no mundo incapacitados porque estão em expiação? É fácil de responder: Temos responsabilidade coletiva. Ninguém erra sozinho. A pessoa com deficiência, seja qual for o motivo que a levou a essa condição, está e sempre esteve, nesta e noutras vidas que podem ter contribuído para a sua condição atual, integrado numa sociedade – meio, contexto – errou em conjunto com outros (nós) que em grau maior ou menor, influenciaram de algum modo as suas más decisões, por egoísmo, orgulho, falta de amor, desinteresse, incapacidade para ajudar… É justo que essa mesma sociedade contribua, na atualidade, para o resgate desses erros. É uma prova para todos nós; saindo o indivíduo vencedor, toda a comunidade ganhará com essa interação e aprenderá com a experiência coletiva.

Transponiendo para el análisis a la luz del Espiritismo, no importa apenas saber lo que el individuo es, como persona deficiente, pero, por encima de todo, de que modo le deberemos proporcionar condiciones de vida y crecimiento moral, intelectual, espiritual. Si, más una vez, pensamos de forma egoísta e individualista, podremos ser llevados a preguntar: ¿Pero por qué tiene la sociedad que acarrear con la responsabilidad de individuos que están en el mundo incapacitados porque están en expiación? Es fácil de responder: Tenemos responsabilidad colectiva. Nadie yerra solo. La persona con deficiencia, sea cual fuera el motivo que la llevó a esa condición, está y siempre estuvo, en esta y en otras vidas que pueden haber contribuido para  su condición actual, integrado en una sociedad – medio, contexto – erró en conjunto con otros (nosotros) que en grado mayor o menor, influenciaron de algún modo sus malas decisiones, por egoísmo, orgullo, falta de amor, desinterés, incapacidad para ayudar… Es justo que esa misma sociedad contribuya, en la actualidad, para el rescate de esos errores. Es una prueba para todos nosotros; saliendo el individuo vencedor, toda la comunidad ganará con esa interacción y aprenderá con la experiencia colectiva.

Por outro lado, quem nos diz que alguns desses cidadãos, até nem estarão entre nós como expiação, mas acima de tudo, para nos fazerem refletir, aprender, estudar, através da experiência da convivência comum, e com isso, termos mais uma oportunidade de apressar o progresso, seja moral, seja intelectual e científico? Que sabemos nós do passado de cada um (inclusive os nosso), se o esquecimento é realidade inalienável em cada reencarnação?

Por otro lado, ¿quien nos dice que algunos de esos ciudadanos, hasta ni estarán entre nosotros como expiación, mas por encima de todo, para hacernos reflexionar, aprender, estudiar, a través de la experiencia de la convivencia común, y con eso, tener más una oportunidad de apresurar el progreso, sea moral, sea intelectual y científico? ¿Qué sabemos nosotros del paso de cada uno (inclusive los nuestros), si el olvido es realidad inalienable en cada reencarnación?

Disse Jesus que “pobres sempre os tereis convosco”. Podemos igualmente, afirmar que pessoas com deficiência as teremos sempre conosco, enquanto a sociedade não se livrar do mal, do egoísmo, do orgulho. É caso para nos questionarmos: Quem, nós ou eles, terá mais a ganhar com a sua inclusão?

Dice Jesús que “pobres siempre los tendréis con vosotros”. Podemos igualmente, afirmar que personas con deficiencia las tendremos siempre con nosotros, en cuanto la sociedad no se libre del mal, del egoísmo, del orgullo. Es caso para cuestionarnos: ¿Quién, nosotros o ellos, tendrá más que ganar con su inclusión?

 

Traducción:
Isabel Porras
isabelporras1@gmail.com

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita