Correio mediúnico

Espírito: Antônio Americano do Brasil

Tudo claro


Depois da morte, não é o espetáculo grandiloquente dos mundos que te assombrará o espírito redivivo.

Por mais que se deslumbre a criança num palácio de maravilhas, não se verá exonerada da imposição do crescimento.

Tudo é sequência nos trilhos da Universo...

Não terás a maior revelação na luz de Sírio ou na paisagem de Júpiter...

A surpresa estarrecedora flui de nós mesmos:

Na contemplação do que fomos e somos...

Sem subterfúgios...

Sem máscaras...

Sem mentiras...

Tudo lógico, tudo vivo, tudo claro.

Enquanto nos sobrepuja a natureza animal, nossa mente rasteja na argila vil, e, em razão disto, havemos de sujeitar-nos a iteradas experiências no campo físico, em obediência às leis que presidem a vida vegetativa.

Quando, porém, a existência nos propicia o ensinamento superior, por se nos ter a tal ponto modificado a estrutura anímica, enceta-se o domínio do nosso espírito na ordem evolutiva, começa a vibrar nosso pensamento em onda de frequência já mensurável, e nossa mente, cada vez com maiores responsabilidades, projeta-se em linhas de força de nitidez crescente.

As emissões do presente aclaram-nos o pretérito, que, então, pode ser fotografado num segundo.

Através do hoje, ressurge o ontem...

A existência no corpo de carne é a chapa negativa.

A morte é o banho revelador da verdade, porque a vida espiritual é a demonstração positiva da alma eterna.

Se inutilmente recebemos a lição renovadora do amor, com possibilidades inúmeras para a execução dos desígnios do Senhor entre as criaturas, retendo, em vão, os dons celestes do conhecimento, então, ai de nós!

Porque a justiça nos pedirá contas...

Porque a fé nos arguirá...

E porque a realidade nos falará duramente...

Não olvides que em nós mesmos reside a luz imperecedoura que em nosso caminho fará tudo claro, quando a nossa consciência, já esclarecida e responsável, se vê desnuda pelo sopro da desencarnação...

 

Do livro Falando à Terra, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita