Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Na luz da indulgência


“E se ao que quiser pleitear contigo e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa.” Jesus. (Mateus, 5:40.)


“Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará da indulgência convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 10, item 17.)


Anseias pela vitória do bem, contudo, acende a luz da indulgência para fazê-lo com segurança.

Todos nós, espíritos imperfeitos, ainda arraigados à evolução da Terra, reclamamos concurso e compaixão uns dos outros, mas nem sempre sabemos por nós mesmos, quando surgimos necessitados de semelhantes recursos.

Em muitas circunstâncias, estamos cegos da reflexão, surdos do entendimento, paralíticos da sensibilidade e anestesiados na memória sem perceber.

0 irmão da luta de ontem mostra-se hoje em plena abastança material, delirando na ambição desenfreada. Certo, aspiras a vê-lo recambiado ao próprio equilíbrio, a fim de que o dinheiro lhe sirva de instrumento à felicidade, no entanto, para isso, não comeces por censurar-lhe o procedimento. Usa a indulgência e renova-lhe o modo, de pensar e de ser.

0 amigo escalou a evidência pública, fazendo-se verdugo em nome da autoridade. Queres garantir-lhe o reajuste para que o poder se lhe erija, em caminho de paz, entretanto, não te dês a isso, exibindo atitude condenatória. Usa a indulgência clareando-lhe o raciocínio.

A jovem do teu convívio embriagou-se na ilusão, caindo em sucessivos abusos, a pretexto de mocidade. Justo suspires por reintegrá-la no harmonioso desenvolvimento das próprias faculdades situando-a no rumo das experiências, de natureza superior, todavia, por ajudá-la, não lhe reproves os sonhos. Usa a indulgência e ampara-lhe. a meninice.

0 companheiro em provas amargas escorregou no desânimo e tombou em desespero. Claro que anelas para ele o retorno à tranquilidade, no entanto, não te entregues às críticas que lhe agravariam a irritação. Usa a indulgência e oferece-lhe apoio.

0 próprio Criador espera as criaturas, no transcurso do tempo, tolerando-lhes as faltas, e encorajando-lhes as esperanças, embora lhes corrija todos os erros, através de leis eficientes e claras.

Indiscutivelmente, ninguém constrói nada de bom sem responsabilidade e disciplina, advertência e firmeza, mas é imperioso considerar que toda boa obra roga auxílio a fim de aperfeiçoar-se.

Pensa no bem e faze o bem, contudo, é preciso recordar que o bem exigido pela força da violência gera males inúmeros em torno e desaparece da área luminosa do bem para converter-se no mal maior.

 

Da obra Livro da Esperança, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita