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por Rogério Coelho

 

O indispensável conhecimento da reencarnação


Deus jamais permitiria em nossa vida algo que não coubesse dentro da Sua Justiça


"(...) A reencarnação é a resposta para todas as ocorrências da vida humana." 
- Joanna de Ângelis


Não que estejamos submetidos a um fatalismo arbitrário e cego contra o qual em vão lutaremos, mas, existe um concatenamento de fatos, comandados por agentes invisíveis - inteligentes - que conduzem a fins específicos, determinados e adredemente estabelecidos... Portanto, absolutamente nada se opera no mundo que não obedeça a um princípio sábio e justo. E, sendo assim (como é), sem exceção, a vida de cada ser humano está submetida à Lei de Causa e Efeito, que é a manifestação da Justiça Divina através da reencarnação.

Os escolhos contra os quais tropeçamos na senda evolutiva, tais como: falta de saúde, dificuldades financeiras, calhaus e espinhos ferintes, amargura e abandono, aflição íntima, solidão, percalços, adversidades de vária ordem, frustrações, embaraços de todos os matizes, preterições aparentemente injustas, encontram resposta na reencarnação.

Cada situação amarga é o defrontar de análoga dívida anterior, responsável pela situação de hoje. A opção equivocada gera as consequências dolorosas.

Entendemos com A. Herculano[1] que "(...) quando um espinho novo nos venha lacerar a alma, trata-se apenas de um bálsamo purificador. Vem esvurmar uma empola má do nosso organismo espiritual, criada por maus sentimentos que nos amimaram durante o nosso longo peregrinar na vida" pelos caminhos da reencarnação. Não estranhemos, pois, as vicissitudes que fazem parte do cortejo de aflições de nosso carreiro evolutivo. Não podemos nos acreditar deserdados por Deus, que não permite jamais qualquer situação em nossa vida que não coubesse dentro da Sua Justiça - que é a Justiça Suprema...

É indispensável conhecer os mecanismos da Lei de Causa e Efeito que, na reencarnação, se desdobram em exuberantes manifestações de correção e acertos de contas. O conhecimento espírita faculta tal condição, possuindo característica de mudar para melhor a estrutura moral e emocional da criatura, a fim de que esta logre vencer os testes da evolução a que estamos submetidos no processo natural de crescimento interior e aquisição de paz.

Se a semente se entregasse à reclamação estéril na cova solitária, jamais se transformaria na árvore exuberante e útil. Se o metal praguejasse contra a forja ardente o malho e a bigorna não teria a satisfação de ver-se, empós, transformado em metal valioso e também útil. Se a terra lamentasse o suplício do arado, não conheceria os resultados positivos da colheita farta.

Joanna de Ângelis leciona[2]"(...) ao invés da reclamação insensata, cabe ao homem corrigir o erro, quando disponha da ocasião e, em caso contrário, avançar, produzindo o melhor, graças ao que modificará os fatores perniciosos e as circunstâncias adversas”.

O conhecimento redunda em dupla consequência: é ao mesmo tempo a libertação da ignorância e agente propiciador da responsabilidade moral.

Profundo conhecedor da essência da mensagem cristã, Paulo[3] escreveu: “(...) não nos desanimemos de fazer o bem, pois, a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”.

Existe um provérbio francês que diz: “qui fera bien, bien trouvera”, ou seja: “quem fez o bem, o bem encontrará”.

Através da mediunidade de Raul Teixeira, André Fernandes canta: "Tem fé por entre os tormentos/ A reencarnação é bênção/ Que nos confere proventos". 

 


[1] - A. Herculano/LACERDA, Fernando de. 4. ed. Rio (de janeiro): FEB, 1984. “Do país da luz” - Volume 3.

[2] - FRANCO, Divaldo. Vigilância. Salvador: LEAL, cap. 4.

[3] - Gálatas, 6:9.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita