Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Os pais e a educação ambiental

 

O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram. Jean Piaget

 

As experiências de cuidado com a natureza na infância estão relacionadas diretamente com o comportamento dos adultos.

Valores e exemplos familiares são capazes de fortalecer a conexão com a natureza e o interesse em práticas proambientais.

Nas casas em que os pais economizam energia, por exemplo, as crianças aprendem a desligar as luzes ao sair de um cômodo, desligar a TV ou o computador quando não os estão utilizando…

O contato com as praças e áreas verdes, a partir do local de residência, também influenciam as ideias ecológicas das crianças – a atenção com o lixo; interesse pela jardinagem; espécies ameaçadas; respeito pela água etc.

Se os pais reconhecem que, como seres vivos que somos, necessitamos de interação constante com os ambientes naturais, ocupar-se-ão de maneira determinada em oferecer aos filhos, desde cedo, ambientes ao ar livre, naturais, para que possam tanto brincar, quanto explorar aprendendo…

Howard Gardner, o criador da Teoria das Inteligências Múltiplas, afirma que da mesma maneira que a maioria das crianças normais domina facilmente a linguagem em tenra idade, também a maioria das crianças apresenta uma predisposição para explorar o mundo da natureza – e será essa predisposição que motivará o desenvolvimento pleno da inteligência naturalista. Por isso, os pais, as famílias, necessitam estimular os filhos desde cedo por meio de experiências em ambientais naturais. Já sabemos, por exemplo, que os adultos desconectados do mundo natural, que não se importam muito com sua preservação, tiveram uma infância de distanciamento da natureza.

As crianças precisam interagir com os ambientes naturais, brincar em seus espaços, observar e cuidar de animais, colecionar pedras, colher flores e frutos, ter acesso diário a modelos de preservação/respeito ambiental, pois assim crescerão motivadas à prática de atitudes proambientais. Afinal, nós dependemos da Terra e não ela de nós.

 

Notinhas

O primeiro passo para conectar crianças e natureza é simplesmente promover o acesso aos ambientes naturais, o mais livre possível, por mais tempo. A natureza precisa ser o locus do cotidiano infantil – praças, pequenos bosques, parques, quintais etc. são ambientes valiosos e ganham significado nas brincadeiras infantis.

Em termos simples, a inteligência naturalista pode ser definida como a capacidade para perceber o meio ambiente e realizar classificações, distinções e manipulações dos diferentes elementos que o compõem: objetos, plantas ou animais e seus detalhes. Além disso, implica a habilidade para realizar conexões e relações entre esses componentes, com o objetivo de melhorar a interação com o ambiente por meio das informações coletadas. Essa definição abrange tanto o contexto urbano como o rural.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita