Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Empatia e infância


Educar a mente sem educar o coração não é educação
. Aristóteles


A habilidade de se colocar no lugar do outro não depende apenas da genética e, por isso, cabe a nós, adultos, orientar nossas crianças para que se tornem seres humanos empáticos, contribuindo para um mundo melhor.

Os filhos aprendem empatia observando o comportamento dos pais e das pessoas com quem convivem de maneira habitual. Como em qualquer outra situação, o primeiro passo é o exemplo. As crianças absorvem tudo, tantos as coisas positivas, quanto as negativas. Se os pais demonstram, por exemplo, preocupação por um morador de rua, oferecendo-lhe uma refeição ou um cobertor para os dias frios, os filhos vão naturalmente aprender com esta atitude empática, compassiva.

O cultivo da empatia depende também do trabalho com as próprias emoções e para que a criança se torne um adulto atento, sensível, que não aja com indiferença. Brincadeiras, jogos, histórias, conversas e, principalmente, estar próximo da criança nos momentos em que ela tenha que enfrentar alguma situação nova ou difícil, é fundamental para que ela se sinta segura e protegida para lidar com seus problemas. Entender os sentimentos, as emoções – tristeza, raiva, medo, etc.  – facilita a autorregulação emocional, promove o convívio social e incentiva a criança a se tornar mais propensa a compreender o sentimento alheio e a se colocar no lugar do outro. 

Aprendi, na minha infância, empatia, compaixão, observando minha mãe cuidar dos outros. Nunca esqueci o menino que ela atendeu na fazenda durante meses – e dando banho nele e refazendo, com todo cuidado, os curativos no braço, na barriga, parte das costas e pernas, onde ele havia sido queimado com água fervendo. Parte da terapeuta que hoje eu só se deve aos diversos exemplos, assimilados por mim cotidianamente e em silêncio, e que estão bem fixados na minha memória.

Um outro modo de ativar a empatia é contar histórias para as crianças. Através das histórias, temos a possibilidade de viver e ver pelos olhos de outras pessoas. Ao entrar em contato com o mundo dos livros, as crianças podem viver diferentes experiências, pondo-se no lugar dos personagens. Isso contribui para que elas conheçam e entendam as diferentes perspectivas de mundo, o que contribui para que elas cresçam com mais empatia.

 

Notinha

A empatia é uma habilidade que as crianças aprendem e desde o começo da vida. As crianças que são empáticas tendem a se sair melhor na escola, em situações sociais e em suas vidas futuras. Crianças e adolescentes que têm a maior quantidade de habilidade em empatia são vistos como líderes por seus pares. Os melhores professores dessa habilidade são os pais das crianças.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita