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por Rogério Coelho

 

O verdadeiro sentido do Cristianismo


Abraçar o Cristianismo é avançar para a vida melhor


"Eu sou o caminho..." Jesus (Jo., 14:6.)


Enganam-se todos aqueles que acreditam ser o Cristianismo a "Pedra Filosofal" para todos os males, ou, uma panaceia para a salvação das Almas...

Não raras criaturas voltam-se para os templos da fé ou mesmo para a oração quando o horizonte existencial se cobre de densas nuvens, levando-as ao sofrimento.

Em tais ocasiões, postam-se, contritas, joelhos e cerviz dobrados, aguardando a intervenção Celeste em regime de total passividade e inércia... Procuram os templos à guisa de hospital e utilizam-se da oração "(...) à maneira de pomada miraculosa, somente aconselhável à pele, em ocasiões de ferimento grave". São os cristãos de superfície que ainda não acrisolaram no imo d’Alma o verdadeiro sentido do Cristianismo. Assim, quando se afastam as nuvens tenebrosas, voltando o brilho do Sol e a serena brisa da tranquilidade, esquecem-se dos templos e orações, retomando as viciações e os gozos de superfície na horizontalidade da matéria, reservando-se a luz da fé para as ocasiões de sofrimento irremediável.

Pela mediunidade de Divaldo Franco e segundo o nobre mentor Marco Prisco, no Cristianismo podemos manter a posição de crente e consciente[1]: o crente apenas ouviu notícias a respeito do Senhor, e, quase sempre deserta à hora do testemunho; já, o consciente, não menoscaba a oportunidade de conviver com o Senhor, silenciando na dor, e edificando o Reino de Deus na própria Alma, confiando incondicionalmente até o fim...

Pelas abendiçoadas mãos de Chico Xavier, Emmanuel desenha o perfil do verdadeiro sentido do Cristianismo para o nosso entendimento[2]:       "(...) a maioria dos estudantes do Evangelho parece esquecer que o Senhor Se nos revelou como sendo o caminho, e não se compreende estrada sem proveito.

Abraçar o Cristianismo é avançar para a vida melhor. Aceitar a tutela de Jesus é marchar na companhia d’Ele, é aprender sempre e servir diariamente, com renovação incessante para o bem infinito, porque o trabalho construtivo, em todos os momentos da vida, é a pomada sublime da Alma, no rumo do conhecimento e da virtude, da experiência e da elevação.

Zonas sem estradas que lhes intensifiquem o serviço e o transporte são regiões de economia paralítica.

Cristãos que não aproveitam o Caminho do Senhor para alcançar a legítima prosperidade espiritual são criaturas voluntariamente condenadas à estagnação”.

Saibamos, pois, buscar os arraiais da fé, tanto nos momentos graves quanto nos bonançosos, não transformando o verdadeiro Cristianismo em refúgio para as nossas inseguranças, mas estrada luminosa, roteiro divino para a nossa definitiva alforria e redenção.

A Doutrina Espírita, que é o Cristianismo Redivivo, não estimula atitudes de meros adeptos que apenas escutam e passam, mas acoroçoa quem pratica e produz ao mesmo tempo que ouve a mensagem da fé viva.

Por tudo isso, admoesta Marco Prisco1"(...) registre nas telas de sua mente a posição em que você se encontra no campo da fé e, quanto antes, fixe com seus atos a diretriz para onde segue, como segue, com quem segue e para quem segue", não perdendo de vista que o Caminho é Jesus e, sem Ele, não existe verdadeiro sentido no Cristianismo que afirmamos integrar.


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Glossário espírita. 4. ed. Salvador: LEAL, 1993. pp. 96 - 98. Registros.

[2] - XAVIER, F. Cândido. Vinha de luz. 19. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. 176.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita