Joias da poesia
contemporânea

Autor: Maria Dolores

 

Vida e amor

 

Ante as provas do mundo a que a vida te lance,

Não te sintas a sós, alma querida,

O amor é a luz dos Céus, em toda parte,

Para a sustentação da própria vida.

 

Se algo te fere o coração ou pisa o sonho,

Não chores, nem te inclines para trás,

Ama, serve e prossegue construindo

Que o bem se te fará conforto e paz.

 

Fui ao campo aprender simplicidade

E admirada vi, de alma surpresa,

Que toda a evolução do homem se realiza

Pelo extremado amor da Natureza.

 

O Solo me explicou: — há milênios recolho

Lixo, pancadaria, lodo e estrume

Mas devo responder aos golpes recebidos

Com celeiros de pão e vagas de perfume.

 

A Pedreira me disse: — o martelo me oprime,

A dinamite me estraçalha e arrasa

Para doar ao homem segurança,

Na proteção de sua própria casa.

 

Ouvi, no subsolo, a raiz da Roseira

A esclarecer-me sem quaisquer rancores:

— Ouço dizer que tenho rosas lindas,

Mas nunca vi as minhas próprias flores.

 

Disse o Minério Bruto: — sei que o fogo

Purificar-me-á, de pedaço em pedaço,

Enviando-me ao corpo do Progresso

Por vínculos de apoio e nervos de aço…

 

Então reconheci que, em toda a Terra,

Do recurso mais nobre aos mais plebeus

A vida inteira brilha e se aprimora

Sobre o amor e o perdão da grandeza de Deus.

 

Do livro Seara de Fé, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita