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por Anselmo Ferreira Vasconcelos

 

Controlemos a nossa fala


Apesar de já estarmos em pleno terceiro milênio da era cristã, a criatura humana continua na sua sanha infrene de erros e desacertos. E um dos mais lamentáveis decorre dos seus excessos verborrágicos. Com efeito, nota-se com frequência que o sagrado instrumento da fala ainda não é utilizado sabiamente. Não obstante os tempos anômalos, que tanto nos afligem, e que, por isso mesmo, deveriam servir de inspiração à moderação e sobriedade, em especial por parte das autoridades, nota-se exatamente o contrário. Figuras de alto coturno da República empregam o verbo de maneira desastrada, assim como num tom beligerante e infeliz. O resultado é mais prejuízo à população, per se aturdida pela gravidade dos acontecimentos.

Explicando melhor, não é novidade pra ninguém que continuamos extremamente atrasados na implementação do programa de vacinação contra a covid-19. No momento em que escrevo estas linhas (final de maio) sequer 10% da população brasileira havia sido vacinada. O principal parceiro do país, o laboratório chinês Sinovac, produtor dos insumos da vacina CoronaVac, estava falhando no cumprimento da programação de entrega das indispensáveis matérias-primas. Desse modo, nossos laboratórios não estavam, por extensão, produzindo a vacina nas quantidades necessárias.

Em decorrência, as pessoas não estavam recebendo a indispensável vacinação. Até mesmo os que receberam a 1ª dose não estavam conseguindo obter a 2ª – vital à imunização das pessoas desde que aplicada na data estabelecida. Tinha-se, assim, um quadro dantesco, pois as pessoas continuavam a desencarnar aos magotes, essencialmente por falta de saúde pública (vacina).

Culpar ou insinuar que a grande nação da Ásia seja a suposta criadora de tão temível vírus, à qual, aliás, dependemos visceralmente no momento, não sinaliza equilíbrio e tão pouco sabedoria. Nossa vulnerabilidade tecnológica, científica e econômica não permite que os nossos discursos beirem a confrontação, muito menos agora. Tudo tem a hora certa, e pelo que se apurou até agora, a exata origem do vírus não foi detectada com precisão.

Dito de outra maneira, as suspeitas não foram corroboradas, e as insofismáveis evidências não foram ainda encontradas. Há, sim, a chamada “teoria do laboratório”, que especula que a contaminação tenha se iniciado nesse tipo de dependência. Embora seja crescente o número de simpatizantes de tal possibilidade, nada concreto foi efetivamente apresentado. E tal constatação deveria incentivar, juntamente com as nossas dependências e fraquezas acima explicitadas, maior cuidado no emprego da fala. Aliás, Jesus nos advertiu que “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mateus 15:11).

Ademais, não podemos perder de vista que lidamos com uma nação muito rica e ciosa do seu atual poder e influência no planeta. Seus representantes são pessoas dotadas de extrema suscetibilidade, e que não toleram críticas de espécie alguma. Nesse campo minado das relações entre nações somos visivelmente o lado mais fraco da corda.  

O Espírito Dr. Bezerra de Menezes, numa interessante mensagem contida no livro No Rumo do Mundo de Regeneração, de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda (psicografia de Divaldo Franco) pondera que:

“Países tecnologicamente bem equipados e moralmente perdidos no ateísmo e nas suas famanazes correntes de poder, apaixonados pela transitoriedade do seu tempo, encontraram na microbiologia vírus destrutivo para uma futura guerra biológica, quando os seus argumentos de força e de compressão falharem, poderiam trabalhar cepas de influenzas e outras doenças, criando, na atualidade, o terrível assassino que ora os vence também...

Eis aí o resultado infeliz dos seus sonhos de soberania e grandeza, transformando-se em pesadelos terríveis sem um despertar tranquilo”.

Note que o respeitável benfeitor emprega o plural. Não acusa essa ou aquela nação..., mas, de sua sempre sábia alocução e observações, pode-se depreender sobre quem ele se refere. Nesse sentido, cumpre recordar que a primeira manifestação da pandemia ocorreu em Wuhan, cidade chinesa onde está localizado importante Instituto de Virologia. Coincidentemente, alguns dos pesquisadores do citado laboratório adoeceram em 2019 e os seus sintomas eram sugestivos. Mais ainda: o médico que deu alerta sobre a possibilidade de uma pandemia, Li Wenliang, enfrentou desconfortável situação perante as autoridades do seu país antes de morrer. Seja como for, a verdade virá à tona cedo ou tarde.

Assim sendo, infelizes são aqueles que se comprometeram com a consecução de tão abjeto trabalho.


  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita